segunda-feira, 21 de novembro de 2016

"20 ANOS, 20 LIVROS" - LIVROS DE CIÊNCIA PARA TODOS


Livros de ciência para todos. Exposição de obras sobre ciência publicadas, com duas excepções fáceis de perceber (obras de José Mariano Gago e Rómulo de Carvalho), entre 1996 e 2016, patente no Rómulo - Centro Ciência Viva da Universidade de Coimbra a abrir no dia 24 de Novembrio de 2016, Dia Nacional da Cultura Científica.

(Selecção de livros feita por Carlos Fiolhais; os resumos editoriais são, em geral extraídos das contracapas ou badanas)

1- JOSÉ MARIANO GAGO, “Manifesto para a Ciência em Portugal”, Gradiva, 1990

“Este manifesto é um ensaio. Propõe uma análise de estratégias de desenvolvimento científico baseadas na renovação da educação, na criação da cultura científica, na ruptura do isolamento científico português – isolamento face ao estrangeiro mas igualmente, isolamento social e cultural, económico e político, da ciência no próprio país. Sugere que só a generalização do debate em torno do desenvolvimento da cultura científica poderá tornar socialmente sustentável o actual atraso da ciência em Portugal e servir de fundamento a comportamentos eficazes para a sua superação. Este livro visa, pois, a acção prática. É seu propósito suscitar a construção de estratégias para o desenvolvimento científico português, tão múltiplas como são variados os seus diversos protagonistas. Um ensaio não é, contudo, um programa. Não busca o apoio a medidas que indica ou propõe: submete-as apenas à reflexão alheia. Procura diálogo, crítica, aprofundamento. Num manifesto, conta a motivação que se sabe partilhada e o movimento de opinião que se deseja e para que se apela.” (José Mariano Gago, que foi o primeiro ministro da Ciência e Tecnologia em Portugal; este livro foi de certo modo o seu programa de governo na nova área).

2-RÓMULO DE CARVALHO, “A física no dia-a-dia”, Relógio d’Água, 1995

O título original da edição na Atlântida é “Física para o Povo”. Rómulo de Carvalho mostra a toda a gente que a Física está no nosso  quotidiano. A obra de divulgação científica do professor de Física e Química que foi também o poeta António Gedeão ocupa um lugar destacado na história da divulgação científica em Portugal. Com um prefácio de José Mariano Gago, é um clássico da divulgação científica e, como todos os clássicos, permanece sempre actual.

3-ANTÓNIO DAMÁSIO, “O Sentimento de si: O Corpo, a Emoção e a Neurobiologia da Consciência”, Europa-América, 1999.

«Estou hoje convencido que a distinção entre emoção e sentimento, a que dou tanto valor em ‘O Sentimento de Si’, não foi apenas muito útil para entender a neurofisiologia destes distintos fenómenos mas é também indispensável para compreender o alcance biológico dos sentimentos e o facto de que a experiência mental — e não apenas o respetivo substrato neural — tem, em si mesma, um papel importante a desempenhar na regulação da vida. Sem a possibilidade da experiência mental dos estados do corpo que os sentimentos nos proporcionam, não nos seria possível concentrar a atenção em certos problemas e em certas opções de resposta de modo a aceitar ou formular as melhores alternativas e de forma a rejeitar as menos boas.» (António Damásio, prémio Pessoa e autor também de “O Erro de Descartes”).

4-CONSTANÇA PROVIDÊNCIA ET AL., “Ciência a Brincar”, Bizâncio, 1999

Como encher um balão com química? Será que a plasticina vai afundar num copo de água? E será que um íman por cima de outro vai cair? Quantas imagens se vêem com dois espelhos? Através de experiências muito simples, as crianças (4 a 8 anos) poderão entrar no mundo da Ciência, experimentando, observando, comunicando. Estas experiências foram realizadas em mais de 50 jardins-escolas e escolas portuguesas, num projecto da Sociedade Portuguesa de Física. Este é o primeiro de uma série de 10 livros.

5-MÁXIMO FERREIRA, “O Pequeno Livro da Astronomia”, Bizâncio, 2001

Este é um trabalho dedicado a quem sente algum fascínio pela contemplação do céu.  Com este livro  de um dos mais conhecidos divulgadores da astronomia em Portugal o leitor poderá sentir-se em plena intimidade com galáxias, estrelas e planetas, pela simples razão de saber que eles são constituídos pelos mesmos elementos que existem nas plantas ou nos animais. Sentirá o conforto de conhecer  melhor a Ursa Maior ou a Cassiopeia e recordar algumas das histórias de que elas foram personagens principais. Encontrará deuses, animais ou figuras lendárias nos céus, mas sempre com os pés bem assentes na Terra.

6- JOÃO MAGUEIJO, “Mais rápido do que a luz. Uma biografia de uma especulação científica”,  Gradiva, 2003.

“Mais Rápido Que a Luz”  é a história de como uma ideia herege de um jovem físico  pretendeu  destronar Einstein e a mudar para sempre o nosso modo de ver o mundo.  A  luz propaga-se a uma velocidade fixa, que é uma das constantes da Natureza. Esta ideia foi consagrada por Einstein na sua teoria da relatividade restrita e é um dos pilares da física moderna. E se não for correcta? O físico João Magueijo, especialista em Astrofísica em Londres,propôs uma especulação extraordinária:  a velocidade da luz foi maior no universo primordial. A sua teoria da velocidade da luz variável resolve alguns dos problemas mais difíceis da cosmologia. A teoria pode além disso ter consequências fabulosas quanto a viagens espaciais, buracos negros, dilatação do tempo e teoria das cordas. Este livro é sobre as ideias e o seu lugar no mundo.

7- MANUEL PAIVA, “Como respiram os astronautas”, Gradiva, 2004

“Como Respiram os Astronautas” é um convite, da autoria de um professor de Física e divulgador da física emigrado na Bélgica (prémio Ciência Viva),  para passear nos bastidores da aventura que é a investigação cientifica, na companhia do autor – físico que estuda o funcionamento do corpo humano -  e dos exploradores dos tempos modernos que são os astronautas. A aventura passa-se no meio interdisciplinar da Física Biomédica que está hoje a revolucionar a Medicina. Além do mais, o autor tenta demonstrar que a riqueza de um país está na matéria cinzenta da nova geração, que só pode ser valorizada pela dedicação e competência dos professores que a instruem, apoiada por uma população cientificamente culta.

8-LUÍS MIGUEL BERNARDO, “História da Luz e das Cores”, Universidade do Porto, 3 vols., 2005

 “Histórias da Luz e das Cores”, da autoria de um físico e historiador de ciência, conta  a fascinante história o nosso conhecimento da luz e das cores desde a Antiguidade até aos nossos dias.  Algumas das concepções sobre a luz e as cores que os nossos antepassados elaborara não têm hoje valor científico; mas outras vieram a constituir os pilares em que assenta o conhecimento científico moderno. Não foram esquecidos nestes três volumes os desenvolvimentos tecnológicos mais modernos relativos à óptica: os laseres, as fibras ópticas, as telecomunicações, etc.

9-A.M. GALOPIM DE CARVALHO, “Como Bola Colorida. A Terra, património da Humanidade", Âncora, 2007

A geologia mostra-nos a Terra como um sistema dinâmico, auto-regulado, harmonioso e frágil no contexto dos processos naturais, mas que começa a dar sinais preocupantes de rotura, em resposta às agressões decorrentes da sociedade do desenvolvimento e do consumo. Ensina-nos que estamos entre os mais recentes elementos de uma longa e complexa cadeia de inter-relações desde sempre existentes entre a litosfera, a hidrosfera, a atmosfera e a biosfera, num dinamismo alimentado por duas fontes de energia: o calor interno do planeta e a luz que nos chega do Sol. Galopim de Carvalho, geólogo e divulgador da geologia (prémio Ciência Viva), guia-nos numa viagem pelas maravilhas da Terra.

10- NUNO CRATO, “Passeio aleatório pela ciência do dia-a-dia”, Gradiva, 2007

Este é um livro para curiosos escrito por um curioso, professor de matemática e divulgador da matemática. Um livro sobre a ciência que atravessa o nosso dia-a-dia, a ciência em que não reparamos ou que temos dificuldade em perceber. Com clareza e  simplicidade, mas também com o rigor de um profissional da ciência, o autor guia-nos pelo mundo da cultura científica, num passeio tanto mais interessante quanto aparentemente aleatório. Fica-se a saber como Tales mediu a altura da grande pirâmide e qual era o mistério das pontes de Königsberg. Fala-se da quadratura do círculo e das lentes dos faróis. Explica-se o contributo dos Descobrimentos para o sucesso do Tabasco. Discute-se o funcionamento do marégrafo de Cascais e de onde vem a tecnologia bluetooth. Explica-se o mito da maçã de Newton e a origem do sinal @...

11- HENRIQUE LEITÃO, “Chamo-me…Pedro Nunes”, Didáctica, 2010

Pedro Nunes foi um matemático muito famoso durante a sua vida, no século XVI;  e há até quem diga que fui o mais importante português de todos os tempos. Este livro para jovens, da autoriam de um distinto historiador de ciência português (prémio Pessoa) é uma biografia de Pedro Nunes que permite saber quais foram as descobertas mais importantes que ele fez.

12- JORGE CALADO, “Haja Luz! Uma história da Química através de tudo”,  IST Press, 2011

"Haja Luz!”, de um professor de Química, crítico de arte e de fotografia e escritor de ciência (prémio Universidade de Lisboa),  é uma história heterodoxa, onde a química vem entrelaçada não só com as outras ciências mas também com a literatura, a música, as artes visuais, o cinema, a filosofia, etc. Aqui, o químico Humphry Davy aparece de braço dado com o poeta Samuel T. Coleridge, Richard Wagner partilha a divisão do trabalho com Adam Smith, e a pintura de René Magritte é invocada a propósito de Louis Pasteur; Marilyn Monroe fica associada ao carbono, Jules Verne e Jacques Offenbach celebram o oxigénio, e Sebastião Salgado fotografa a alquimia sufocante do enxofre. E tudo começa com Joseph Haydn, e a sua oratória, ‘A Criação’. A química resulta de uma curiosidade básica: saber de que é que são feitas as coisas. Nesta fascinante digressão histórica, desde a época áurea dos Gregos até aos dias de hoje, Jorge Calado mostra como a química moderna deriva do conhecimento do fogo da combustão e do raio do relâmpago, isto é, da energia. A química é construída por homens e mulheres, novas e velhas, com gostos e desgostos. A história da química faz-se com elas, e Jorge Calado dá sentido à narrativa enquadrando as invenções e descobertas químicas nas disputas, guerras e conquistas sociais e políticas

13-JOÃO LOBO ANTUNES, “Egas Moniz : uma biografia”, Gradiva, 2011.

Esta é a primeira biografia de uma das mais fascinantes personalidades médicas do século XX, a quem se devem duas contribuições científicas fundamentais: a angiografia, uma técnica que permite a visualização dos vasos cerebrais, e a psicocirurgia, o primeiro tratamento cirúrgico de certas doenças psiquiátricas, agora ressuscitada em consequência de progressos tecnológicos recentes. Egas Moniz, o nosso único Prémio Nobel em Ciências, nasceu em 1874 em Avanca e formou-se na Universidade de Coimbra.  Em 1911 transferiu-se para a Universidade de Lisboa. Até 1919 foi um político activo, chegando a Ministro de Negócios Estrangeiros e chefiando a delegação portuguesa à Conferência de Versalhes no final da Grande Guerra. Esta é uma narrativa objectiva e crítica, para a qual o autor, professor de Medicina, neurocirurgião e escritor (prémio Pessoa), dispôs de numerosos documentos e cartas inéditos e do testemunho de colaboradores e familiares de Egas Moniz. Revela um político, um diplomata, um homem das letras e do mundo, um clínico de sucesso e um cientista improvável.

14-JORGE BUESCU, “Casamentos e outros desencontros”,  Gradiva, 2011.

A matemática não é um assunto árido, encerrado, um instrumento de tortura para alunos? Ela  é acima de tudo uma extraordinária aventura intelectual – empolgante, dinâmica, fervilhante de ideias e em permanente construção. Há hoje mais matemáticos activos do que em toda a História da Humanidade no seu conjunto. A matemática vive hoje uma verdadeira Idade do Ouro. Como é que funciona o Google? Como é que um resultado abstruso em teoria de grupos pode inspirar um físico a explicar o universo nos intervalos em que não faz surf no Hawai? Qual é a melhor altura para deixar de procurar a mulher dos seus sonhos e assentar? É possível organizar um conjunto de casamentos por forma a que ninguém tenha tentações de casos extra-matrimoniais? Estes são alguns exemplos das questões abordadas neste livro, da autoria de um matemático e divulgador da matemática,  que, em dúzia e meia de curtos ensaios, explica de uma forma divertida mas rigorosa como é que uma abordagem matemática ao mundo enriquece a nossa compreensão do seu funcionamento.

15- CARLOS FIOLHAIS  e DAVID MARÇAL, ”Pipocas com telemóvel e outras histórias de falsa ciência”, Gradiva, 2012.

Este livro, da autoria de dois divulgadores científicos (um físico e outro bioquímico),  conta histórias de falsa ciência. Abundam as aldrabices científicas na Internet, de que o vídeo que mostrava milho a transformar-se em pipocas devido à radiação de telemóveis é um bom exemplo. Também há muitas tretas nos media, a começar logo pelos horóscopos. As prateleiras de supermercado estão recheadas de falsas promessas de medicina preventiva, das quais o escândalo do «iogurtegate» é uma das mais delirantes. Mas, pasme-se, a falsa ciência também é praticada e ensinada nalgumas escolas. E está bem mais presente do que julga na saúde. Nem as revistas científicas e as universidades escapam, pois também aí se encontra uma boa colecção de fraudes que mais cedo ou mais tarde acabam por ser descobertas. Não há lugares seguros. A única segurança terá de estar no leitor: uma atitude crítica poderá evitar-lhe contratempos e poupar dinheiro. A ciência assenta na observação, na experiência e na correcção de erros, e não nas palavras de pretensas autoridades que nunca aceitam ser corrigidas. Não se deixe enganar!

16- FILIPE DUARTE SANTOS, “Alterações Globais: os desafios e os riscos presentes e futuros”, Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2012.

Nos últimos milénios, e especialmente durante os últimos dois séculos, as sociedades humanas, têm provocado alterações significativas no ambiente. As interferências com o sistema terrestre são actualmente tão profundas que ameaçam os processos de que depende a sustentabilidade daquelas sociedades. Este livro, de um físico especialista em mudanças climáticas (prémio Universidade de Lisboa), apresenta uma abordagem integrada que inclui a dimensão humana e as transformações sociais e económicas que contribuem para as alterações globais. Analisa a situação mundial e as perspectivas da sua evolução no quadro da recente crise Ocidental, da convergência económica entre os países em desenvolvimento e os países mais industrializados. O caso de Portugal face às alterações globais é também discutido, devido às particulares implicações deste fenómeno no nosso país.

17- MANUEL SOBRINHO SIMÕES, “Gene, Célula, Ciência, Homem”, Verbo, 2012.

Este livro  reúne os textos mais interessantes de Manuel Sobrinho Simões: o famoso médico do Porto especialista em cancro (prémio Pessoa) escreve  sobre  o cancro, a genética, o ambiente, o Popeye e os superheróis. A estes textos acrescentam-se as suas mais importantes entrevistas, onde a clarividência do seu pensamento é  patente. O autor surpreende o leitor pelo seu olhar clínico mas ao mesmo tempo abrangente com que analisa as mais variadas questões. O livro inclui o texto de aceitação do Prémio Pessoa.

18- MIGUEL CLARO, “Dark Sky: Alqueva o destino das estrelas, a star destination,” Edições  Centro Atlântico, 2015

A Terra está na zona habitável do Sol. Gerou vida inteligente e curiosa, deliciada com o mundo, mas a sua própria evolução retirou-lhe o céu estrelado que a envolveu até há poucas centenas de anos. Para combater a poluição luminosa, culpada por este apagão do céu, foi criada a Reserva Dark Sky Alqueva, no Alentejo, o primeiro destino do mundo certificado como "Destino Turístico Starlight" por parte da Fundação Starlight, apoiada pela UNESCO e pela Organização Mundial de Turismo das Nações Unidas. Nesta zona é possível observar o céu dos nossos antepassados e a dinâmica celeste que ocorre ao longo de uma noite num registo astrofotográfico. É uma das formas de mostrar e comunicar ao mundo a importância da astronomia, enfatizando a grandiosidade do património arquitectónico, cultural e paisagístico, numa união entre o céu e a terra, uma simbiose perfeita em que, através da expressão fotográfica, "beleza, ciência e arte", caminham lado-a-lado. O belo livro de um astrofotógrafo português consagrado internacionalmente dá exemplos dessa simbiose.

 19- JOSÉ TITO DE MENDONÇA, “Uma biografia da luz: ou a triste história do fotão cansado”, Gradiva, 2015

Este ensaio de um professor de Física especializado em Óptica sobre a natureza e as propriedades da luz, enquadrado no Ano Internacional da Luz, celebrado em 2015, divulga o conhecimento sobre este tema fundamental e apaixonante da física. Podendo ser lido por um público não especializado, interessa também aos especialistas. O autor, professor e investigador de Física, inclui testemunhos sobre a ciência assim como episódios pessoais da sua actividade científica. «A luz é um dos grandes mistérios, perseguido tanto por pintores como por físicos. Mas também os insectos e os místicos são atraídos por ela», escreve. O tema da luz é explorado com recurso a numerosas histórias e a exemplos.

20- JORGE DIAS DE DEUS, “Ciência cosmológica: De onde vimos? Onde estamos? Para onde vamos?”, Gradiva, 2016.

Este livro, da autoria de um professor de Física especializado em Astrofísica, propõe uma viagem até à moderna ciência do Universo. A ciência, como actividade humana socialmente relevante, é relativamente recente. Contudo, a cosmologia, como visão do Universo ligada a construções mágicas e religiosas, é muito antiga. O Universo teve um princípio? Terá um fim? O que se passou desde o início? Como se formou a matéria que hoje vemos? O Universo é infinito ou finito? O que vemos quando olhamos para grandes distâncias? Existirão outros Universos? De início, as respostas foram lendas e mitos, alguns dos quais remontam à pré-história. Na Antiguidade Grega começou a procura da racionalidade. Mas foi com a Revolução Científica, no século XVII, que alcançámos um conhecimento empírico e matemático. No século XX surgiu a moderna cosmologia. Este livro guia-nos, com sabedoria, na história do nosso conhecimento do Cosmos.

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