sábado, 25 de fevereiro de 2017

O REGRESSO DAS ASSASSINAS DA ESCOLA?*

Artigo de Guilherme Valente no Expresso de hoje:

 No sábado fui comprar os jornais e encontrei o meu Amigo Vítor Nogueira. Ele acha que exagero o efeito na sociedade de 40 anos de devastação na escola. Disse-lhe: "Vou repetir diante de ti um teste que realizei várias vezes."

Aproximámo-nos da caixa e perguntei à empregada, com 25 anos:

"8 x 7?"

"Por favor, hoje não consigo responder".

"Mas tente chegar lá".

"Estou cansadíssima, na segunda-feira talvez consiga..."

É licenciada em Agronomia.

 Encontrei muitas réplicas desta. Uma, num supermercado de Campo d' Ourique, no terceiro ano do Técnico. Outra, presidente de um Conselho Directivo (no tempo da farsa da "gestão democrática", que vêm aí outra vez), licenciada em Matemática! Respondeu-nos, a mim, ao Doutor Silva Lopes, ao H. Monteiro e à Doutora Paula Guimarães: "Já não me lembro, estou há muito tempo no CD. "Vá por aproximações, insisti." Nem quis tentar.

 Alunos da "escola" das "competências", que não tiveram de "estudar só para os exames". O "aprender a aprender" no seu melhor. E dei o exemplo do mais básico, a aritmética, universal e mesmo cósmica, embora quisessem eliminar a Matemática do currículo e lhe vão agora tirar horas, para as darem a uma educação para a cidadania made in BE.

 E a História? Aposto que nas gerações vitimas do eduquês raríssimos saberão quem era D. João I, ou a data da conquista de Ceuta, História que passou então a ser transmitida fragmentadamente, sem linha narrativa que lhe desse sentido. Por isso os resultados da avaliação tão deploráveis.

 E a língua? Instrumento da reflexão, para se aprender , tudo o que deve e é útil aprender-se, vão agora retirá-la do centro do ensino onde deve estar, estigmatizando de novo a literatura, supõe-se, fonte, ela sim, de cidadania, sensibilidade, compreensão do outro. Quem não aprenda a língua com a literatura possui uma língua pobre, vocabulário indigente, como o de muitos dos políticos com 30, 40, 50 anos, com um discurso em que é raríssima a referência erudita ou apenas letrada. E "a língua é uma âncora", quem não a aprenda não será de parte nenhuma.

São essas teorias e práticas assassinas, demissão educativa geral, renúncia à missão primeira que é a transmissão do conhecimento e o convívio com a cultura, é essa "escola" relativista, vazia dos grandes ideais comuns, sem referências nem memória, que regressa. Que, por ser inútil, fará o abandono voltar aos níveis brutais em que já esteve. "Escola"' para onde os ricos não vão e os pobres voltarão a sair sem nada, fábrica de pobreza e desigualdade.

Que regresse por vontade de um Partido que se esperava honrar a preocupação socialista e liberal com os mais desfavorecidos, com a igualdade de oportunidades, choca. Que regresse com AC é para mim uma decepção.

E os pais, irão sacrificar os filhos à conveniência preguiçosa dessa "escola" sem exigência? E os Professores?

Com este regresso, os resultados no próximo TIMSS regredirão. Será a contraprova do acerto das medidas de Nuno Crato, apesar de restritas e breves. Contraprova que infelizmente não pesará no mundo dos que querem essa anti-escola. Mundo sem factos nem razão, sem verdades para serem procuradas e defendidas, do tudo igual a tudo, dito agora da pós-verdade. Que só poderá ser da tirania.

Guilherme Valente

* Título do livro de C. Barjon, jornalista do "Nouvel Observateur, Qui sont les assassins de l' école", teorias e práticas assassinas importadas para Portugal.

14 comentários:

Mário R. Gonçalves disse...

Tal qual. Grande livro, esse de Barjon.
Bem me parecia que Crato estava no bom caminho, só era trapalhão e inábil.

Vem aí a reforma curricular mais estúpida de sempre. Nem Santos Silva nem Lurdes Rodrigues foram tão longe a destruir a escola pública. Em vez de saberes e conhecimentos essenciais e do património histórico-cultural, vamos ter uma espécie de escola alternativa como a medicina das mezinhas, da homeopatia e da acupunctura, coisas que não interessam nada - muita formação cívica (lavagem ao cérebro), muita Área de Projecto (produzir lixo copiado como se fossem trabalhos de mérito), tudo à custa de menos horas de matemática e português, que aliás serão mais ou menos fundidos de forma interdisciplinar ('coltura' geral). Boas notas para a ignorância. Antevejo um futuro brilhante para as escolas privadas onde as empresas e universidades irão recrutar.

Pedro disse...

Pois, e eu continuo a encontrar pessoas ainda escolarizadas há mais de 40 anos, que sabem fazer contas de cabeça e todos os cognomes dos reis, mas com uma formação cívica deplorável, para além de uma ignorância atroz do que se passa no mundo para além de um raio de dez quilómetros. Quer mesmo ir por aí Guilherme Valente? Para além do teste à moça da caixa, que lhe deu grande gozo, podemos fazer outros testes a outros mais velhos.
P.S. Se quiser ficar só pelas ciências exactas, esta nova geração que não sabe fazer contas de cabeça é a mais qualificada de sempre nas ciências e tecnologia, já agora, com uma projecção mesmo internacional que a sua nunca atingiu.

Rui Baptista disse...

Caro Dr. Guilherme Valente: No meio do vendaval em que se tornou o nosso sistema educativo de descarado facilitismo em que ele se encontra, vítima de um sindicalismo que serviu os interesses de dirigentes e professores ignorantes, é sempre com grande prazer que leio os seus artigos na esperança de depois da tempestade venha a bonança. Virá?

Mário R. Gonçalves disse...

A formação cívica não se adquire na escola, muito menos debitada por autoridades em moral cívica, sempre tendenciosa, ou com sermões inseridos no decurso das aulas por professores militantes. Ou se adquire em família e em sociedade, ou não se adquire de todo. Aiás é notório, contrariando o que diz, que a formação cívica hoje é bem pior do que há 40 anos: muito mais violência verbal e física, muito mais desobediência a regras de vida em sociedade, muito mais desprezo pelo outro, muito menos bom senso.

Quanto à ignorância do mundo em redor, a mesma coisa. Hoje só se sabe futebol, só se discute futebol nos cafés e esplanadas e autocarros; os homens, claro, porque as mulheres discutem os concursos e talkshows televisivos, as revistas glamour. Que sabedoria. Sabia-se muito mais o que se passava no mundo no séc XX, obviamente: a rádio e os jornais tinham muito mais audiência, as ideias importavam, as guerras eram atentamente seguidas; depois,o Maio de 68, a vida musical pop-rock em Inglaterra e EEUU, o Vietnam, a guerra fria, a adesão à UE e do euro...

O Pedro deve viver noutro mundo. Qualquer jovem recém-saído do 9º ou 12º anos é um completo ignorante da cultura, da História (não, não são os cognomes: é situar em contexo, relacionar presente com passado, apreciar património...) e do que se passa no mundo. Sabe, isso sim, onde são as boas tascas para cerveja e o elenco que vem aos festivais NOS e MEO e Vodafone; não sabe escrever a não ser texto troglodita de SMS, e não lê livros nenhuns. Excepto, claro, a elite melhorzinha que tira proveito do Erasmus. Olha, é justamente aí, no Erasmus, que mais se aprende formação cívica.

António Pedro Pereira disse...

Pedro:
Não perca mais tempo.
O senhor Guilherme Valente parte de três pressupostos irrefutáveis (na sua cabeça):
1.º pressuposto - Antigamente, a Escola era muito boa, depois veio a Reforma Veiga Simão, no início dos anos 70, e o deboche da Democracia pós-25 de Abril, as quais, guiadas por uns sujeitos e senhoras sinistros, que quiseram que os alunos ficassem ignorantes, espalharam o Eduquês através dos 4 ventos, o que atingiu todas as cidades, vilas, aldeias, lugares e até as zonas despovoadas: uma praga. Foram 40 anos verdadeiramente devastadores, que só produziram analfabetos e ignorantes, alguns talvez saibam contar até 3 e reconheçam as 5 vogais (a, e, i, o, u).
O Pedro consegue refutar isto? Se conseguir eu dou-lhe um brinde.
Nota: Há aqui dois problemazitos, o a) e o b), que passo a explicar:
a) - A Matemática ainda continua uma ciência exacta (apesar do Eduquês), basta ver os números da frequência da Escola em todos os níveis de ensino, assim como dos diplomados, quer com o ensino secundário, quer com licenciaturas, mestrados e doutoramentos.
E o número desses diplomados, licenciados, mestres e doutores que trabalham em diversos países do mundo (cujos dirigentes devem ser tolos, pois contratam analfabetos que não sabem fazer de cabeça a multiplicação de 8 x 7).
São masoquistas os dirigentes políticos Suíços, Ingleses, Alemães, Noruegueses, etc.
b) Eu vejo e ouço muitas vezes bastantes pessoas, demasiadas, a falar mal a Língua Portuguesa na televisão e nos outros «media», o que me aflige verdadeiramente lavando-me a protestar normalmente junto dos provedores ou dos próprios jornalistas (se for o caso e puder aceder aos seus e-mails). Como aprenderam na escola devastada pelo Eduquês, nem me admiro muito.
Mas não raras vezes algumas dessas pessoas são doutoradas, universitárias de renome, com muito mais de 60 anos. Mistério! Se aprenderam nos anos da boa Escola, porque falam mal?
Pois!
2.º pressuposto – O senhor Guilherme Valente olha para a sociedade e vê-a como uma realidade imutável, que no caso da aprendizagem depende apenas de governo e do ministro da Educação, dos programas escolares, da Escola e dos professores, dos alunos e dos pais.
Nada mais conta, nada mais influencia as aprendizagens, nada mais influencia o uso que das aprendizagens cada um faz no seu futuro pós-escola, a culpa da ignorância dos alunos (porque há e sempre houve e haverá alunos com bastante ignorância: basta ler os preâmbulos de todas as reformas educativas feitas desde a criação da Escola Moderna, como a conhecemos ainda hoje, criada pela reforma matriz de Passos Manuel, em 17 de Novembro de 1836. Ler as justificações de cada nova reforma é divertidíssimo e bastante tranquilizador e relativizador dos desastres anunciados pelo senhor G. Valente nos últimos 40 anos. Ou ler isto: https://www.dropbox.com/s/yw586rbv1inhdds/A%20burrice%20dos%20alunos.docx?dl=0
, dizia eu, nada mais conta do que os programas e o que se aprende na Escola para determinar o que se faz e é no futuro.
E isso só depende de aprender a recitar de cor a tabuada e a ler os clássicos da nossa Literatura (embora seja muito importante, tanto a ginástica mental que o cálculo matemático permite, como o conhecimento dos clássicos da nossa Literatura, como é evidente: mas há mais vida para além disso, aliás, sempre houve).
3.º pressuposto – Há um conjunto de aprendizagens, feitas a partir de determinados programas, com determinadas metodologias que produzem determinados resultados. Tudo isto é (e deve ser) imutável ao longo dos séculos.
(continua)

António Pedro Pereira disse...

(continuação)
E tudo isto tem um medidor que qualquer cidadão pode aferir quem é ignorante e que é sabedor: Quanto é 8x7? E 3x5? Quem escreveu o Auto da Barca do Inferno e os Lusíadas?
Declaração de interesses: Temos muito caminho pela frente para progredirmos nas debilidades que ainda persistem no nosso ensino, na Escola, em geral, nas aprendizagens concretas que devem ser universalizadas à população escolar. Toda a crítica séria e o empenhamento cívico são bem-vindos. Mas sejamos honestos intelectualmente e razoáveis, não demagógicos, elitistas, cegos de um dos olhos, à vezes dos dois.
Por aqui me fico, e nem queria intervir, mas o Pedro acabou por me desafiar.
P. S. Se o meu comentário tiver alguma gralha ou erro, peço desde já desculpa, mas neste momento não posso perder mais tempo a revê-lo, por razões de força maior.

Pedro disse...

“A formação cívica não se adquire na escola”. E pronto, Mário, parei aqui, o que vem a seguir é certamente a prova de que nem sequer sabe para que serve a educação que se dá na escola e, sendo assim, nem sei para que serviria discutir consigo a escola. Mas para não ficar sem uma resposta, sim Mário, a Escola contribui para forma cidadãos e indivíduos completos. Como dizem os americanos “it takes a village”, incluindo a escola. Só para dar um exemplo simples, mesmo quando aprendem matemática é porque podem vir a melhorar a vida dos seus cidadãos com a sua aplicação, portanto, até aqui existe uma dimensão ética. É saber, por exemplo, que os cálculos não devem ser utilizados para a bomba atómica. Resta-me ter pena de que não tivesse tido professores que lhe tenham ensinado isso. Mas fique descansado que, apesar das muitas melhorias, na minha opinião, ainda existem poucos Rómulos de Carvalho, um dos que tinha a preocupação de, para além de transmitir a ciência pura, formar bons cidadãos.

Não sei há quanto tempo não entra numa escola, mas garanto-lhe que o ensino e os professores são muito mais conservadores do que pensa. O que julga, afinal, que ensinam? E se quer comparar conteúdos curriculares e transmissão de conhecimentos, esteja à vontade, que eu coloco-lhe testes do mesmo nível de escolaridade, do antes e do depois.

Pedro disse...

Manuel, a Escola actual tem muitas falhas, é óbvio. Uma delas, não a mais pequena, é não cultivar a memória. O Mário, por exemplo, nunca aprendeu, e já não vai a tempo, o que era o civismo nos tempos do Estado Novo e está convencido que existia maior civismo. Por exemplo, a violência doméstica, suponho, incluindo maus tratos infantis, seria menor. Porquê? Porque o Mário não ouviu falar disso e não sabe que numa ditadura não existem estatísticas, estudos, ou discussão livre destas coisas. Mais, não sabe sequer a diferença entre ditadura e democracia.
Não se consegue combater isto. É uma memória construída, artificial, que tem pouca oposição.
Felizmente, vivemos agora numa sociedade que permite uma mais fácil circulação da informação e da cultura, conseguindo-se assim contornar algum conservadorismo da própria escola. É isso que torna os jovens mais abertos, mais tolerantes e mais sábios, digam o que disserem os críticos.
Os críticos do actual ensino gostam de números de circo e ficam orgulhosos quando conseguem um número pequenino de encalacrar alguém com cálculos de cabeça. De vez em quando aparece nos jornais alguém que consegue fazer de cabeça uma data de contas. Esse é o exemplo da excelência do nosso antigo ensino. Suspeito que muitos dos que conseguem a habilidade de multiplicar de cabeça 456 x 657 nunca terão tido qualquer resultado prático disso e nem sequer sabem o nome da galáxia onde nos encontramos.
Eu acho que nem sequer aprendem com os exemplos de excelência que costumam dar. Um dia apareceu uma pequena biografia do Einstein, prefaciada pelo Nuno Crato. Ironicamente, o Einstein queixava-se aí mesmo do espírito tacanho, que estiolava a criatividade das crianças, de professores que teve, com alguma excepções… quem quiser tirar algumas conclusões, está à vontade.

Mário R. Gonçalves disse...

Olhe, caro Pedro, quanto a experiência de escola tenho 50 anos, chega ?, 30 e tal deles em democracia. Provavelmente bem mais que o senhor. Quanto aos comportamentos, estamos conversados. O civismo evidentemente tem vindo a decrescer, como pode alguém duvidar, e vai da indisciplina nas escolas que foi galopante desde os anos 90 à pequena e grande criminalidade, passando pela praia suja e incêndios ateados. Ninguém com bom senso dirá que antes era pior.

Quanto a para que serve a escola, quem é o sr. para dizer que não sei? A si pelos vistos é que falta civismo. Cada um tem, de acordo com a sua ideologia, opinião diversa, dizer que o outro "não sabe" é presunção, má educação e dogmatismo. Pois na minha opinião a educação que se dá na escola tem deve ter dois objectivos: um, mais prático e menos nobre, que é dar instrução suficiente para que o aluno possa encontrar uma profissão digna, facilitar portanto a inserção social e profissional; o outro, mais nobre penso eu, é transmitir o património civilizacional que ao longo da História a humanidade construiu, a cultura, a ciência, a arte e a sabedoria. Este objectivo não tem como finalidade a felicidade ou o bem estar do aluno, mas sim garantir que de geração em geração esse património é valorizado.

Não vejo onde inserir a "formação cívica" nesta educação escolar. Respeito, boas maneiras, solidariedade, franqueza, são coiss que se aprendem informalmente em casa e no convívio social. Um ensino formal nesta área está viciado à partida por preconceitos como o seu. Bem compreendo porque defende essa educação na escola: porque quer cabeças formatadas pela "dimensão ética" que quer impingir aos outros, igual à sua, de que acaba de dar bom exemplo.

Pedro disse...

Por acaso, fiz o exame da quarta classe em 1972, sou um pouco mais velho, Mário.
Acho que o Mário não sabe muito sobre o que se passava no ensino e na sociedade, não. Nem sequer é uma questão de ter idade para isso, mas sim o de não se informar e ter a sua memória construida por outros. Não sei porque se queixa de presunção e má educação da minha parte, já que é você que trata como ignorantes várias gerações, incluindo a sua, curiosamente.

Mário R. Gonçalves disse...

Não é não, eu fiz a 4ª em 62.

Não sabe? É fácil explicar. Diz agora mesmo que eu "tenho a memória construída por outros". É uma frase feita que encerra um insulto, mesmo que disfarçado. Que a opinião não +e minha, que estou condicionado, etc. Ora, primeiro, das poucas coisas em que tenho orgulho é em ter ideias próprias, que construo de forma crítica tanto quanto posso. E segundo, não sei porque não há-de a memória do Pedro, tão em voga, tão na moda, tão corecta, ter dido construída por outros; e terceiro, é justamente isso que eu quero evitar - que as memórias (éticas) dos alunos sejam construídas por outros, não na Matemática ou na História, claro, mas na área social e humana, onde a manipulaçao é mais fácil e insidiosa.

António Pedro Pereira disse...

Pedro:
Não sei se no meu arrazoado (em 2 comentários continuados) se apercebeu deste link que lá deixei.
Remete-nos para a visão das gerações anteriores sobre o futuro (catastrófico) a que conduziria a ignorância das gerações presentes, visão que se manteve constante ao longo de 2 milénios.
Portanto, nada de estranhar.
Mas se reparar, nas gerações presentes coveiras do futuro, as pessoas que assim pensam isentam sempre os seus familiares próximos, que são sempre muito inteligentes e sabedores.
Repito o link:
https://www.dropbox.com/s/yw586rbv1inhdds/A%20burrice%20dos%20alunos.docx?dl=0
Só mais um pormenor: sobre a invocação da experiência profissional como argumento de autoridade, é relativamente fácil encontrar, por exemplo, 2 antigos professores com 36 anos de profissão (escolho este número por ser o limite para a aposentação) mas com visões completamente antagónicas sobre o estado da arte do ensino e o saber dos alunos.
O que quer dizer que o argumento de autoridade da experiência profissional (e o conhecimento que ela daria) nada vale, pois a visão que cada um constrói resulta de muitos outros parâmetros, em que o ideológico é, porventura, o mais determinante.

Pedro disse...

Mário, como falou em 50 anos, supus que fosse de idade. Se é de escolaridade, fica a correcção e as minhas desculpas. De resto, continua muito insultado e muito ofendido. E eu continuo a dizer que quem trata várias gerações da forma como trata, não se deve queixar tanto. Eu acho que a sua idade não lhe ensinou muito, apenas lhe deu acentuou a arrogância de tratar os mais novos como burros e mal-educados. A isto, chama-se tartufice. Que a sua leitura dos clássicos na escola, agora tão esquecidos, valha-nos Deus, lhe tenha pelo menos ensino o que quero dizer.

Pedro disse...

Já vi o link, Manuel.. É inexplicável como conseguimos entretanto sair das cavernas ;). É mesmo um fenómeno logicamente impossível.

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