A poesia de Eugénio Lisboa como leitura da intemporal (e, portanto, actual) condição humana.
Perder a alma é sempre um mal,
mas perdê-la, ou por uma fortuna,
ou, mesmo, um sumptuoso pedestal,
ou tesouro oculto numa duna,
ou cátedra e outras maravilhas,
um título ou um penduricalho,
perdê-la por um prato de lentilhas
é, para a salvação, bem fraco galho.
Que a ambição seja, ao menos, digna
daquilo por que a alma se perde:
descomunal, ainda que maligna,
invasora como floresta verde!
A ambição nunca se quer pequena,
mesmo que louca e extraterrena!
Eugénio Lisboa
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