Do último número da revista Teoría de la Educación destaco um artigo - Educação e vida intelectual - que, ao arrepio, da tendência de instrumentalização do conhecimento, da funcionalidade que ele pode ter em termos imediatos, afirma o valor que ele tem na vida intelectual e que não lhe pode ser negado.
"Este texto aborda o valor e os desafios da vida intelectual, sublinhando que se trata de um bem humano acessível a todos (...). O autor defende que a vida intelectual enriquece a vida interior, permitindo uma compreensão mais profunda dessa vida (...). Este enriquecimento não depende do reconhecimento visível (...) mas desenvolve-se internamente. A vaidade é um dos principais perigos da vida intelectual, pois pode levar a desvios do caminho da verdadeira aprendizagem. Apesar do seu carácter solitário, a vida intelectual exige a interação com os outros para enriquecer a compreensão e o conhecimento.
O autor recomenda que se estabeleçam pontes com pessoas de diferentes origens, mesmo fora do ambiente académico, para promover uma aprendizagem mais diversificada e mais rica. Relativamente à corrupção na vida intelectual, alerta para o perigo de utilizar o intelecto para ganhar poder ou estatuto, em vez de procurar o conhecimento pelo seu próprio interesse (...)
O gosto pela aprendizagem é apresentado como uma possibilidade de auto-conhecimento e de desenvolvimento pessoal. O autor critica a equiparação de todas as experiências intelectuais, como jogar videojogos e estudar, e defende uma hierarquia na educação que distinga isso mesmo.
Por último, é referido o Projeto Catherine, uma iniciativa da Universidade de St. John's, que promove a vida intelectual através de conversas sobre grandes livros. Este projeto demonstra o interesse e a necessidade de espaços de desenvolvimento intelectual para além das instituições tradicionais"
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