sexta-feira, 27 de junho de 2025

"O QUE PASSARÁ A SER HUMANO?"

... muitas dessas vozes acolchoadas no medo do que por atavismo ou negligência não entendem ou que por iniquidade se recusam entender (...). É esse um sinal perturbador destes dias. A intolerância engrossa a voz e cerra os punhos. Perdeu o ignorante a vergonha da ignorância, antes a exibe em voz alta, em arruaça, em demonstração de despeito (...).
Sentimos o bafo de um poder demente aliado ao triunfalismo tecnológico (...). Os cidadãos são apenas público que assiste a espectáculos em ecrãs de bolso. Por alguma razão, os cidadãos hoje regrediram à subtil condição de seguidores e os seus ídolos são fantasmas, assim ligados por fios invisíveis (...). Cada dia mais seguidores e menos cidadãos (...).
Que lugar ocuparemos adiante, como seres humanos (...). O que passará a ser o humano? Esta é, por certo, a pergunta central deste tempos de tantas sombras.

O texto acima é formado por extractos de uma breve crónica de Fernando Alves, na qual incluiu extractos do discurso de Lídia Jorge, preparado para o passado dia 10 de Junho. Tanto o radialista como a escritora tiveram o cuidado de notar que os elementos particularmente inquietantes aqui registados acompanham a aventura humana, mas há momentos em que eles põem em causa essa mesma aventura. Aquele em que estamos é, por certo, um deles. "O que passará a ser o humano?" num futuro próximo ou já neste presente?

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"O QUE PASSARÁ A SER HUMANO?"

... muitas dessas vozes acolchoadas no medo do que por atavismo ou negligência não entendem ou que por iniquidade se recusam entender (...)....