Os homens que amam a humanidade
detestam as pessoas, uma a uma.
Esse amor convive bem com crueldade
e vive, hirto, em penosa bruma.
O amor abstracto é confortável,
porque tem muito poucas exigências.
É um amor frio e pouco afável,
que não se desgasta em minudências.
É amor distante e algo sinistro,
incapaz de um orgasmo verdadeiro.
É um despacho seco de ministro,
um amor que ao amor é estrangeiro.
Amar a humanidade, em geral,
é um amor castrado e doutrinal.
Eugénio Lisboa
segunda-feira, 14 de abril de 2025
OS AMANTES DA HUMANIDADE
As palavras de Eugénio Lisboa
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
VIOLINOS COM BÁRBAROS À PORTA
A voz de Eugénio Lisboa na poesia que nos deixou, Quando uma orquestra toca Mozart, enquanto o Titanic se afunda, dá um grande exemplo da...
-
Perguntaram-me da revista Visão Júnior: "Porque é que o lume é azul? Gostava mesmo de saber porque, quando a minha mãe está a cozinh...
-
Não Entres Docilmente Nessa Noite Escura de Dylan Thomas (tradução de Fernando Guimarães) Não entres docilmente nessa noite seren...
-
Por A. Galopim de Carvalho No léxico geológico o vocábulo “palingénese”, radicado nos étimos gregos “palim” que quer dizer de novo, e “gén...
1 comentário:
Não consigo absorver este poema.
Enviar um comentário