quinta-feira, 5 de julho de 2007

O Joãozinho das máquinas


Post convidado de Alexandre Ramires, Professor de Ciências Físico-Químicas a trabalhar na Imagoteca da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra e a doutorar-se na história da tecnologia em Portugal no século XIX (em especial, a tecnologia fotográfica) .

João José Mendonça Cortez, lente de finanças da Universidade de Coimbra, par do reino edeputado pelo Partido Progressista foi também um inventor bastante prolífero, de tal modo que lhe deram a alcunha do “Joãozinho das máquinas”.

Em 1861 apresentou ao governo vários modelos feitos por si para aplicação da electricidade como força motriz das locomotivas. Entre as suas principais invenções contam-se: um comutador eléctrico que foi adoptado em França e na Alemanha, um processo para fazer cartas geográficas em relevo premiado em exposições nacionais e internacionais e também adoptado internacionalmente, um obturador especial de espingarda, um propulsor para barcos de fundo chato e rios pouco profundos e um sistema de controlo da direcção do voo em balões. Propôs também a construção de um túnel sob o rio Mondego, um projecto que, como é sabido, nunca foi realizado.

Na área financeira, foi conselheiro do Tribunal de Contas e, a mando do governo português, efectou várias viagens pela Europa para recolher informações acerca da organização dos serviços públicos. Exilou-se para Paris na sequência do escândalo do Banco Lusitano, no qual esteve envolvido. Foi aí que morreu pobre. Sem condecorações, porque sempre as recusou.

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