quarta-feira, 2 de outubro de 2024
NOVIDADES DA GRADIVA DE SETEMBRO
O regresso do genial criador de Calvin & Hobbes com uma fábula para adultos que decorre num reino antigo assolado por calamidades inexplicáveis.Na esperança de pôr fim ao tormento, o rei incumbe os seus cavaleiros de descobrirem o que está na origem daqueles misteriosos acontecimentos. Anos mais tarde, apenas um deles, exausto, regressa… Bill Watterson e o cartoonista John Kascht trabalharam juntos durante vários anos na criação das ilustrações de Os Mistérios. Abandonando os seus habituais métodos de trabalho, inventaram imagens que jamais conseguiriam antecipar - um processo misterioso por direito próprio que agora chega às mãos dos leitores numa obra-prima. |
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«[..] Mas chegaram então os ecrãs e, com estes, a ligação permanente. A luz azulada que nunca se apaga, o brilho que nunca se extingue. Despertos, esgazeados, atónitos, somos irremediavelmente atraídos pela sua luz. Tornámo-nos borboletas. Os nossos olhos já não se fecham. Foram-se as insónias, chegou a vigília, o tempo dos guardas-nocturnos, daqueles para quem a noite já não é mais do que uma sequência hipnótica entre mau sono e má ligação. Sou um deles.»
Assim escreve Bruno Patino nas páginas deste livro profético. O peixe vermelho, sobre o qual dissertou no livro A Civilização do Peixe Vermelho já desapareceu, foi engolido por um imparável dilúvio de ícones, textos, imagens, sons. |
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Aqui Onde Canto e Ardo é
uma caixa de oito vozes. Oito sentidos dispersos que tomam um só corpo
que arde na escuridão, cantando o absurdo da morte, a fragilidade e o
desconcerto dos homens perante a sua condição fatal. Passado entre Tete, em Moçambique, Lisboa e Serpa, com vagas referências aos períodos pré e pós-colonial, Aqui Onde Canto e Ardo reúne um conjunto de narrativas que, entrelaçadas, e através de um coro de oito vozes, se unem para contarem a história do absurdo da morte, tanto através da imagística como do quotidiano mais corriqueiro.
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Nos 50 Anos do 25 de Abril:
O livro Nos 50 Anos do 25 de Abril: memórias e reflexões sobre as mudanças da sociedade portuguesa, em que nos deu a honra de participar, foi publicado pela UMinho Editora. Encontra-se publicamente acessível em formato eletrónico no endereço seguinte: https://ebooks.uminho.pt/index.php/uminho/catalog/book/176
Tenho lá um artigo meu sobre a ciência e o ensino superior em Portugal nos últimos 50 anos.
Palavras-chave: 50 anos, 25 de Abril, Democracia
Sinopse
Se a revolução ocorrida em Portugal a 25 de abril de 1974 foi, para quem a viveu, um processo único, que não esquecerá, fazia todo o sentido que, na comemoração dos 50 anos do evento, se voltasse às memórias de alguns que nela participaram ou foram dela testemunho. Mais: mantendo presente os objetivos que informaram o Movimento dos Capitães, também pareceu que tinha cabimento que alguma análise de natureza académica fosse feita das transformações que foram ocorrendo na sociedade portuguesa ao longo do período volvido.
Em razão disso, este livro apresenta-se estruturado em duas partes: a primeira é dedicada à apresentação de testemunhos ou memórias; e a segunda inclui textos de divulgação científica ou ensaios originais, perspetivados a partir do leque de formações e investigação dos autores cujo contributo foi possível assegurar. Foi-se tão longe quanto possível na abrangência temática, assumindo como restrições uma dimensão não excessiva do livro e que pudesse ser tornado público em 2024, isto é, na celebração dos 50 anos da Revolução. Essa análise permitiu inventariar o muito que se atingiu, mas, também, o caminho por fazer.
Conforme se sublinha algures no corpo do livro, a liberdade e a democracia, para se manterem, requerem um contributo essencial da Ciência para formar a população, promover uma cidadania informada e guiar a atuação dos decisores políticos com base em factos ao invés de apenas convicções ou orientações dogmáticas.
Capítulos
- ApresentaçãoRui Vieira de Castro
- IntroduçãoJosé Cadima Ribeiro
- Onde estava eu no 25 de abril? No local certo e à hora certaWladimir Brito
- Eu estava lá...José António Pereirinha
- O meu “dia inicial, inteiro e limpo”Moisés de Lemos Martins
- Braga: 26 de abril de 1974José Manuel Mendes
- Sob o signo do Otelo e do ZecaMário Tomé
- 50 anos da Revolução de AbrilPedro Carlos Bacelar de Vasconcelos
- UM 25José Miguel Braga Figueira de Sousa
- O Movimento sindical no 25 de Abril: ação transformadoraManuel Carvalho da Silva
- Cravo e outras histórias… em jeito autobiográficoAna Gabriela Macedo
- A economia política do 25 de Abril: a “substância do tempo”José Reis
- 50 Anos de Poder Local: da organização política original à consolidação democráticaAntónio F. Tavares
- Finanças municipais no pós-25 de AbrilLinda Gonçalves Veiga, Francisco José Veiga
- O 25 de Abril e a participação das mulheres no mercado de trabalho em portugal no século XXSílvia Sousa
- O caminho da igualdade: as mulheres portuguesas cinquenta anos depois de AbrilAna Maria Brandão
- Cinquenta anos de mudanças da educação em democracia: revolução, reforma, governaçãoLicínio C. Lima
- 50 anos de Ensino Superior, Ciência e Tecnologia em PortugalCarlos Fiolhais
- Impacto da implantação da democracia na evolução da ciência e formação avançada em PortugalJosé M. González-Méijome, Hernâni Gerós, Nuno Castro
- Liberdade e direito à habitação: a arquitetura portuguesa depois da Revolução de AbrilEduardo Fernandes
- Metamorfoses da geopolítica portuguesaJosé Palmeira
- Balanço e desafios dos primeiros 50 Anos de Democracia em PortugalPedro Miguel Martins
- “Que a vida é para todos”: a Revolução de Abril em BragaFátima Moura Ferreira, Bruno Madeira
DANIEL PIRES, UM INVESTIGADOR LITERÁRIO E HISTÓRICO
Meu artigo no último As Artes entre as Letras:
Conheci pessoalmente o Daniel Pires (n. 1951), licenciado em Filologia Germânica, doutorado em Cultura Portuguesa, professor do ensino secundário, leitor de português nas Universidades de Glasgow, Macau, Cantão e Goa, num congresso internacional realizado no Teatro Luísa Todi em Setúbal em 2016 destinado a celebrar os 250 anos do nascimento de Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-1805). Falei, na altura, sobre o primeiro voo de balão em Portugal protagonizado em 1794 entre Lisboa e Vendas Novas pelo italiano Vincenzo Lunardi e a cuja partida assistir o poeta sadino, tendo-lhe dedicado dois poemas. Fiquei com excelente impressão do Daniel Pires, um dos organizadores, dado não apenas ser o director do Centro de Estudos Bocagianos desde a sua fundação em 1999 como o maior especialista português em Bocage. Mas já o conhecia dos livros, que é uma das melhores maneiras de conhecer alguém. Tive, como co-coordenador das Obras Pioneiras da Cultura Portuguesa, com José Eduardo Franco, o gosto de incluir o seu nome como um dos editores do vol. 14 daquela colecção publicada pelo saudoso Círculo de Leitores, intitulado Primeiros textos sobre igualdade e dignidade humana, saído em 2019, onde Pires nos regalou com a sua apresentação das «Cartas de Olinda e Alzira», de Bocage, um poema que pode ser visto como um «hino à liberdade feminina».
Olhando agora para a lista da sua bibliografia, no catálogo on-line da Biblioteca Nacional, onde no final de Setembro se vai realizar um encontro em sua homenagem, encontrei 66 entradas. A mais antiga é o Dicionário das revistas literárias portuguesas do século XX, publicada pela Contexto em 1986 (Pires coordenou outros dicionários), e a mais recente, O essencial sobre Manuel Maria de Barbosa du Bocage”, livrinho publicado pela Imprensa Nacional em 2023 cujo nome diz tudo. Não os podendo ter a todos, possuo na minha biblioteca alguns deles. Fui á estante recolher seis, que aqui apresento sumariamente por ordem cronológica da sua publicação. Eles dão uma ideia, ainda que pálida, da variedade e qualidade da investigação literária e histórica que Daniel Pires tem realizado:
1- Raul Proença, O caso da biblioteca; organização, estudos e notas de Daniel Pires e José Carlos González. Biblioteca Nacional, 1988. Um conjunto de textos relativos a uma sindicância às actividades de direcção da Biblioteca Nacional de Jaime Cortesão e Raul Proença, que surgiu após a primeira revolta contra a ditadura militar, em 1927. As questões em causa eram obviamente políticas e os dois souberam defender-se.
2- Camilo Pessanha, China: estudos e traduções, pref. de Daniel Pires. 2.ª ed. Vega, 1993. Pires é autor de uma dúzia de livros sobre o poeta de Coimbra que viveu em Macau. Este livro é um conjunto de textos de Pessanha sobre a civilização chinesa, seguido de uma série de traduções do mandarim que o autor ensaiou, e de um texto sobre a gruta de Camões em Macau. Há dois livros semelhantes, na mesma editora, do escritor Wenceslau de Moraes, que foi amigo de Camilo Pessanha, a quem conheceu em Macau antes de se fixar no Japão: Fernão Mendes Pinto no Japão, pref. Daniel Pires. 3.ª ed. Lisboa: Vega, 1993; e Antologia, selecção de textos e introdução de Armando Martins Janeira; pref. de Daniel Pires. 2.ª ed. Vega, 1993. Pires tem seis títulos sobre Wenceslau de Moraes.
3- Daniel Pires, Bocage: a imagem e o verbo, fotografias de Cília Costa, José Luís Madeira e Ricardo Fraga Pires. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2015. Esta é uma bela fotobiografia de Bocage, em grande formato e design cuidado, publicado no ano dos 250 anos do poeta. Para além de uma referência útil, trata-se de um objecto bibliográfico: com mais imagem do que texto, é um regalo para os olhos do leitor. 4- Bocage, Sonetos, sátiras, odes, epístolas, idílios, apólogos, cantatas e elegias, organização, fixação do texto e notas de Daniel Pires. Imprensa Nacional Casa da Moeda, 2017. Este é o 1.º volume das Obras Completas de Bocage, a cargo de Daniel Pires na Imprensa Nacional. Mas ele já foi o organizador da Obra completa de Bocage, Caixotim, 2004, com 2.ª ed. em 2008. Esperam-se os volumes seguintes.
5- Daniel Pires. Bocage ou o elogio da inquietude, Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2019. Agora, num texto sem imagens, num volume de capa dura, e como complemento da fotobiografia atrás referida, trata-se da biografia de Bocage, feita por quem o conhece muito bem. Para quem queira saber tudo sobre Bocage.
6- D. Pires et al., Clepsydra 1920-2020, estudos e revisões, Catarina Nunes de Almeida (ed.), pref. de Paulo Franchetti, Documenta / Sistema Solar, 2020. Clepsidra (1920) é, reconhecidamente, a obra maior de Pessanha. Este livro editado contém um texto de Daniel Pires sobre a biblioteca do poeta conimbricense. Saiu no ano do livro em que se comemorava o centenário da publicação de uma edição que foi um «relâmpago» na poesia portuguesa. Pires foi editor de outras versões da Clépsidra, uma para o Instituto Cultural de Macau, em 1997, e outra para a Livros Horizonte, em 2006, para além de ter participado numa exposição sobre o espólio de Pessanha na Biblioteca Nacional em 2008.
Do Daniel Pires apenas espero que me continua a fornecer a estante com bons livros como estes, que mais não são do que uma amostra das mais de seis dezenas de obras da sua lavra. Não está ainda no catálogo da Biblioteca Nacional, mas as Edições Esgotadas, de Viseu, acabam de publicar mais uma obra dirigida por Daniel Pires: Camões Pequeno. Obra completa de Francisco Álvares da Nóbrega, na qual reúne a produção de um poeta madeirense dos séculos XVIII e XIX.
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