sexta-feira, 27 de agosto de 2021

"ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS: O FUTURO VEM AÍ" NO RÓMULO


NOITE EUROPEIA DOS INVESTIGADORES NO RÓMULO EM COIMBRA

Há já uma tradição de vários anos  de celebração da Noite Europeia dos Investigadores, que lugar  por todo o país e por  todo o continente europeu,  no RÓMULO – Centro Ciência Viva da Universidade de Coimbra. Este ano será continuada essa tradição, mas devido à situação sanitária, o debate entre cientistas e público será on-line, numa sessão moderada pelo físico Carlos Fiolhais.

O tema da Noite deste ano na Europa é o clima. O tema não podia ser mais oportuno, dada a publicação em Agosto passado da contribuição do Grupo de Ciências Físicas para o 6.º relatório do Painel Internacional para as Alteração Climáticas da ONU e a proximidade da Conferência de Glasgow sobre essas alterações (COP-16 – Glasgow Climate Change Conference, de 31 de Outubro a 12 de Novembro). As últimas notícias são preocupantes – faça-se o que se quiser o aquecimento da Terra vai subir mais de 1,5 ºC acima dos níveis pré-industriais, o limite estabelecido no Acordo de Paris. Importa o melhor conhecimento da situação, o debate público e a acção colectiva. 

O debate contará com alguns dos melhores cientistas portugueses na área – Catarina Moura (bióloga ambiental, Universidade de Coimbra), José Xavier (biólogo marinho, Universidade de Coimbra) e Pedro Miranda (físico, Universidade de Lisboa)

O título do debate será:

"ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS: O FUTURO VEM AÍ"

A sessão de 1h 30m decorrerá on line via Zoom  no dia 24 de Setembro, sexta-feira, pelas 21h30, no quadro da Noite Europeia dos Investigadores 

https://videoconf-colibri.zoom.us/j/86077653056

ID da reunião: 860 7765 3056

O formato será uma apresentação de 15-20 minutos cada um seguida de interacção com o moderador e a audiência. A participação é livre e para todas as idades (acima dos 12 anos).

Pequenas biografias dos participantes

Catarina Moura

Trabalha no Departamento de Ciências da Vida da  Faculdfae4 de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra associada ao Centro de Ecologia Funcional e à cátedra UNESCO em Biodiversidae e Conservação para o Desenvolvimento sustentável. É especialista em alterações climáticas e biogeoquímica (ciclos do carbono e água) em ecossistemas terrestres/florestais; Ciência, comunicação e sustentabilidade - Reservas da Biosfera

José Xavier

Trabalha no Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra, realizando trabalhos de biologia marítima  (principalmente cadeias alimentares) na Antárctida. Está ligado ao centro de investigação MARE. É autor do livro  Experiência Antárctica (Gradiva) onde realça a sua experiência polar.

Pedro Miranda

Trabalha no Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, estando associado ao Instituto Geofísico do Infante Dom Luiz. O seu domínio de especialidade é a modelação climática e a Física da Atmosfera /Meteorologia . É uma presença assídua nas televisões portugueses em questões relacionadas com meteorologia e clima.

Para mais informações:

RÓMULO – Centro Ciência Viva da Universidade de Coimbra
Maria Manuela Serra e Silva
Telefone – 239 410 699
E-Mail – ccvromulocarvalho@gmail.com
Facebook: https://www.facebook.com/Romuloccvuc

Materiais pedagógicos de Galopim de Carvalho no RÓMULO

 Materais à disposição das escolas, incluindos powerpoints do" Grande Mestre das Pedras":


https://www.uc.pt/iii/romuloccv/presencas_no_romulo/antonio_galopim_de_carvalho#ant

A BATERIA DO IÃO DE LÍTIO POR JOSÉ TEIXEIRA DIAS



A palestra do Prof. José Teixeira Dias (artigo e vídeo) apresentada no RÒMULO sobre "A bateria do ião de lítio" encontra-se on-line aqui:

https://www.uc.pt/iii/romuloccv/article?key=a-3c4b14bc58


Amyr Klink - Ciência para Remar

Duas novas bandas desenhadas na Gradiva

 

O Império
De Jesus a uma Igreja Imperial, Vol. 1 - A Génese

Olivier Bobineau, Pascal Magnat

15,00€  13,50€


A primeira grande história da igreja católica em banda desenhada.

Magnificamente ilustrada, plena de humor e com uma abordagem isenta e crítica, O Império é o resultado de vinte anos de trabalho científico e académico de Olivier Bobineau, reconhecido investigador do  “Groupe Sociétés, Religions, Laïcités” da Sorbonne e do CNRS.

Com um prefácio de
Anselmo Borges.

Ver detalhes

Tango - Vol. 1 - Um Oceano de Pedra
Philippe Xavier, Matz
16,50€  14,85€

Depois de roubar milhões a um cartel de drogas, John Tango mudou-se para um vilarejo remoto na Bolívia, acreditando ter encontrado o local perfeito para se aposentar. Mas o acaso muda tudo, o seu novo vizinho e o seu filho também parecem estar a fugir de um passado complicado. Quando estes são atacados por três homens armados, Tango sai em sua defesa e mata os atacantes. Não sabendo que, assim, acaba de atrair a atenção de dois poderosos grupos armados. O canto mais silencioso dos Andes não vai ficar assim por muito tempo…

Leia
aqui as primeiras páginas.

Veja
aqui o booktrailer.

Ver detalhes

Bibliografia de Maria de Lourdes Modesto segundo o catálogo da BNP:

Autoria de livros:

-  Grande enciclopédia da cozinha / dir. de Maria de Lourdes Modesto. Lisboa : Verbo. 1965.     

- As receitas da TV / Maria de Lurdes Modesto. Lisboa : Editorial Verbo. 1967. As receitas da TV / Maria de Lourdes Modesto. Lisboa : Babel, 2019.  ISBN 978-972-22-3184-8

- Receitas escolhidas / Maria de Lurdes Modesto ; colab. Maria de Lurdes Montez Gomes Justo Gonçalves ; il. Luís Louro. 2a ed. rev. e aument. Lisboa : Verbo, 1982.

- Cozinha tradicional portuguesa / Maria de Lurdes Modesto ; fot. Augusto Cabrita, António  Manuel Couto Viana. 4a ed. [Lisboa] : Verbo, 1983. 25ª ed. 2018., Traditional portuguese cooking / Maria de Lourdes Modesto ; photogr. Augusto Cabrita, Homem Cardoso ; trad. Fernanda Naylor. 4th ed. Lisboa São Paulo : Verbo, 2001.  ISBN 972-22-1173-0.

- Doces conventuais e licores da tradição portuguesa / recolha de Maria de Lourdes Modesto. Lisboa : Verbo, 1989.  ISBN 972-22-1203-6.

- Receitas do coração / Maria de Lourdes Modesto, Alva Seixas Martins ; pref. Fernando Pádua / ot. Miguel Fonseca da Costa. 2a ed. Lisboa : Inst. Nac. de Cardiologia Preventiva : Verbo, 1994.  ISBN 972-22-1427-6.

- As receitas escolhidas / de Maria de Lourdes Modesto. 1a ed. Lisboa : Verbo, 1996.  ISBN 972-22-1751-8.           As receitas escolhidas / Maria de Lourdes Modesto ; fot. Miguel Fonseca da Costa ; des. Cristina Malaquias ; rev. Mário Azevedo. Rev. e atual.. Lisboa : Verbo : Babel, 2013.  ISBN 972-22-3092-6.

- Festas e comeres do povo português / texto Maria de Lourdes Modesto, Afonso Praça ; fot. Nuno Calvet. 1a ed. Lisboa : Verbo, 1999.  ISBN 972-22-1925-1.  ISBN 972-22-1962-6.

- Palavra puxa receita / Maria de Lourdes Modesto ; il. Marta Leite. Lisboa : Verbo, 2005.  ISBN 972-22-2392-5.

À mesa com o coração / Maria de Lourdes Modesto, Graça Castelo Lopes ; fot. António Duarte Mil-Homens ; pref. Fernando Pádua. [S.l.] : Verbo, 2006.  ISBN 972-22-2592-8.

Arroz carolino / Maria de Lourdes Modesto ; ed. Centro Operativo e Tecnológico do Arroz ; fot. António Mil-Homens. Salvaterra de Magos : C.O.T.A., 2006.  ISBN 989-95133-0-X.

Queijos portugueses : e um olhar gastronómico sobre famosos queijos europeus / Maria de Lourdes Modesto, Manuela Barbosa ; fot. António Duarte Mil-Homens, Rui Vieira. Lisbos : Verbo, 2007.     

Cozinhar com vegetais / Maria de Lourdes Modesto ; fot. António Duarte Mil-Homens. 3a ed. Lisboa : Verbo, 2008.  ISBN 972-22-2461-1.

Cogumelos : do campo até à mesa / Maria de Lourdes Modesto, João Luís Baptista-Ferreira ; fot. Vasco Lourenço Pereira ; rev. Mário Azevedo. Lisboa : Verbo, 2010.  ISBN 978-972-22-2977-7.

Uma alimentação saudável : a alimentação na diabetes / Maria João Afonso, Maria de Lourdes Modesto ; colab. Luís Gardete Correia.... [et al.] ; fot. Vasco Pereira ; coord. Luís Gardete Correia... [et al.] . [Lisboa] : Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal : Direcção-Geral da Saúde, 2010.  ISBN 978-989-95058-1-0.  

A minha primeira cozinha tradicional portuguesa / Maria de Lourdes Modesto, Gisela Miravent ; il. Bernardo Carvalho ; rev. Mário Azevedo. Lisboa : Babel : Verbo, 2012.  ISBN 978-972-22-3091-9.

Sabores com história : alimentos, preceitos e mais de 60 receitas / Maria de Lourdes Modesto ; colab. Maria Manuela d'Assis Brito ; il. João Pedro Cochofel. 1a ed. Alfragide : Oficina do Livro, 2014.  ISBN 978-989-741-178-6.              

Comer e beber com Eça de Queiroz / Beatriz Berrini, Maria de Lourdes Modesto. Lisboa : Alêtheia, 2014.  ISBN 978-989-622-676-3. 

Gulodices com menos açúcar e o mesmo prazer / Maria de Lourdes Modesto, Maria João Afonso ; fot. Vasco Pereira. 2a ed. Lisboa : Babel, 2017.  ISBN 978-972-22-2606-6.    .

Prefácios: 

Em banho-manel : comeres, dizeres e beberes / Manuel Luís Goucha ; aresent. Maria de Lurdes Modesto. 1a ed. Lisboa : Ália, 1983

O livro de mestre João Ribeiro / org. e fixação do texto José Labaredas, José Quitério ; introd. biográfica e notas José Quitério ; depoimento Maria de Lourdes Modesto. Lisboa : Assírio & Alvim, 1996.  ISBN 972-37-0406-4.

O pão-de-ló de Vizela, a arte da doçaria e D. Maria da Conceição da Silva Ferreira / Eduardo Pires de Oliveira, Maria de Fátima Salgado ; pref. Maria de Lurdes Modesto. Caldas de Vizela : Pastelaria Kibom, 2001.        

O prazer de cozinhar : as minhas receitas / Joaquim Figueiredo ; pref. Maria de Lourdes Modesto. Sintra : Colares Editora, 2002.  ISBN 972-782-046-8.

Os 200 restaurantes de José A. Salvador : roteiros gastronómicos 2003-2004 / pref. Maria de Lourdes Modesto. Porto : Afrontamento, 2003.  ISBN 972-36-0658-5.

Receitas do mundo / Luísa Godinho ; pref. de Maria de Lurdes Modesto. 1a ed. Lisboa : Notícias, 2003.  ISBN 972-46-1367-4.

Com versos na cozinha / Maria José Estamenha, Marília Fernandes ; pref. Maria de Lourdes Modesto ; fot. António Luís Fernandes... [et al.]. Lisboa : Ela por Ela, 2005.  ISBN 972-8860-13-7.

A cozinha é um laboratório / Margarida Guerreiro, Paulina Mata ; il. Leonor Pinela ; pref. Maria de Lourdes Modesto, Ciência Viva.  1a ed. Lisboa : Fonte da Palavra, 2009.  ISBN 978-989-667-014-6.   E 1a ed. [S.l.] : Nova.FCT, 2017.  ISBN 978-989-99528-0-5.

Os doces d'avó / Isabel Maria Seabra Amador Valente Sá de Oliveira Calejo ; coord. Tavares Ribeiro ; pref. António Magalhães ; depoimento Maria de Lourdes Modesto ; fot. Isabel Maria Seabra Amador Valente Sá de Oliveira Calejo, Tavares Ribeiro. 1a ed. Oliveira de Azeméis : I. M. S. A. V. S. O. Calejo, 2009.

Tratado do petisco e das grandes maravilhas da cozinha nacional / Virgílio Nogueira Gomes ; pref. Maria de Lourdes Modesto, Simonetta Luz Afonso ; rev. Sérgio Fernandes. 1a ed. Barcarena : Marcador, 2013.  ISBN 978-989-754-020-2.  

Um Chef em sua casa / José Avillez ; [pref. Maria de Lourdes Modesto]. 3a ed. Lisboa : A Esfera dos Livros, 2014.  ISBN 978-989-626-266-2.

As minhas receitas de bacalhau : 500 receitas / Vítor Sobral ; fot. Nicolas Lemonnier ; pref. Maria de Lourdes Modesto. 2a ed. Alfragide : Casa das Letras, 2015.  ISBN 978-972-46-2135-7.

Biscoitos, bolachas & bolinhos / Gilberto Costa ; pref. Maria de Lourdes Modesto ; textos Maria de Lourdes Modesto, Ricardo Bonacho, Gilberto Costa ; fot. Ricardo Bonacho ; rev. Maria Santiago. 1a ed. [Alfragide] : A Esfera dos Livros, 2015.  ISBN 978-989-626-713-6.                

 Adaptações:

A colher de pau / Denise Perret ; adaptação de Maria de Lourdes Modesto ; ilustrações da Catherine Cambier. Lisboa : Editorial Verbo. 1966. A colher de pau : o meu primeiro livro de cozinha / Denise Perret ; adaptação de Maria de Lourdes Modesto ; il. Catherine Cambier. Lisboa : Babel. 2010.  ISBN 978-972-22-3010-0.

O meu livro de cozinha / trad. e adapt. Maria de Lurdes Modesto. Lisboa : Verbo, 1972.

A cozinha infantil : os petiscos da Anita / Monique Félix ; versão port. Maria de Lourdes Modesto. Lisboa : Verbo, 1983.    

Doces e bolos / texto de Isabelle Anangyros ; il. Violayne Hulné ; versão port. Maria de Lourdes Modesto. Lisboa : Verbo, 1986.

Salgadinhos / texto de Isabelle Anargyros ; il. de Vilayne Hulné ; versão port. de Maria de Lourdes Modesto. Lisboa : Verbo, 1986.

Mesa em festa / texto de Isabelle Anargyros ; il. Violante Hulné ; versão port. de Maria de Lourdes Modesto. Lisboa : Verbo, 1986.

Eu na cozinha : as receitas da vovó Donalda / texto de Evelyne Lallemand ; versão port. de Maria de Lourdes Modesto. Lisboa Säo Paulo : Verbo, 1987.Eu na cozinha [ Documento braille : as receitas da vovó Donalda / versão port. de Maria de Lourdes Modesto. Lisboa : CPM, 1987.              

Sanduíches : e as receitas da Anita / texto de Isabelle Anargyros ; il. de Violayne Hulné e de Patrizia Giannini ; versão portuguesa de Maria de Lurdes Modesto. Lisboa : Verbo, 1987.

As receitas dos meus amigos gulosos / receittas e ilustrações de Doris Susan Smith ; versão portuguesa de Maria Lourdes Modesto. Lisboa : Verbo, 1988.               

Vamos à festa / texto de Angela Wilkes ; il. Stephen Cartwright ; versão portuguesa de Maria de Lourdes Modesto. Lisboa : Verbo, 1989.

O grande livro das plantas úteis / Lesley Bremness ; trad. Gonçalo Barradas, Diogo Furtado Luzes, Francisco Gomes da Silva ; colab. Maria de Lourdes Modesto. Lisboa : Verbo, 1989.  ISBN 972-22-1204-4.               

Pratos quentes / texto de Angela Wilkes ; il. Stephen Cartwright ; versão port. Maria de Lourdes Modesto. Lisboa : Verbo, 1989.  ISBN 9722211676.

Doces e compotas / Jill Norman ; versão port. sob a orientação de Maria de Lourdes Modesto ; trad. Maria Ludovina Figueiredo. Lisboa : Verbo, 1990.  ISBN 972-22-1415-2.

Chocolate / Jill Norman ; versão port. sob orientação de Maria de Lourdes Modesto ; trad. Maria Ludovina Figueiredo. Lisboa : Verbo, 1990.  ISBN 972-22-1417-9.         

Especiarias : sementes e cascas / Jill Norman ; versão port. sob orientação de Maria de Lourdes Modesto ; trad. Maria Ludovina Figueiredo. Lisboa : Verbo, 1990.  ISBN 972-22-1418-7.                              

Ervas aromáticas / Jill Norman ; versão port. sob orientação de Maria de Lourdes Modesto ; trad. Maria Ludovina Figueiredo. Lisboa : Verbo, 1990.  ISBN 972-22-1416-0.

O mais belo livro da cozinha de Itália / Lorenza de Medici ; texto [de] Patrizia Passigli ; dir. ed. portuguesa [de] Maria de Lourdes Modesto. Lisboa : Verbo, 1992.  ISBN 972-22-1351-2.

Bons sabores : guia prático para cozinhar com ervas aromáticas, especiarias & condimentos / Elisabeth Lambert Ortiz ; versão port. sob orientação de Maria de Lourdes Modesto ; trad. Pedro Lopes d'Azevedo ; fot. David Murray. Lisboa : Verbo, 1992.  ISBN 972-22-1376-8. ISBN 978-972-22-2621-9.

O livro de ouro da cozinha / Josceline Dimbleby ; dir. de Maria de Lurdes Modesto ; trad. Clarisse Tavares ; il. Diana Leadbetter. [Lisboa] : Verbo, 1992.  ISBN 972-22-1520-5.

O mais belo livro da cozinha de França / Texto Gilles Pudlowsky ; receitas Marianne Comolli, Elisabeth Scotto, Michéle Charles ; fot. Pierre Jussenot, Peter Johnson, Leo Meier ; dir. Maria de Lourdes Modesto ; trad. Clarisse Tavares. Lisboa : Verbo, 1992.

Asia : o mais belo livro de cozinha / Jacki Passmore ; dir. port. Maria de Lourdes Modesto ; trad. Clarisse Tavares. Lisboa : Verbo, 1993.  ISBN 972-22-1604-X.

China : o mais belo livro de cozinha / texto de Kevin Sinclair ; trad. Clarisse Tavares ; dir. port. Maria de Lourdes Modesto. Lisboa : Verbo, 1993.  ISBN 972-22-1357-1.

México : o mais belo livro de cozinha / receitas Susanna Palazuelos ; texto Marilyn Tausend ; foto Ignacio Urquiza ; dir. port. Maria de Lourdes Modesto ; trad. Clarisse Tavares. Lisboa               

O mais belo livro da cozinha da Tailândia / receitas Panurat Poladitmontri, Judy Lew ; texto William Warren ; foto Luca Invernizzi Tettoni, John Hay ; dir. port. Maria de Lourdes Modesto ; trad. Pedro Lopes d'Azevedo. Lisboa : Verbo, 1993.  ISBN 972-22-1593-0.

O meu primeiro livro de cozinha / Angela Wilkes ; versão port. orientada por Maria de Lurdes Modesto ; trad. Isabel Simões dos Santos. Lisboa : Verbo, 1994.  ISBN 972-22-1539-6.

Bom apetite / versão portuguesa Maria de Lourdes Modesto, Manuela Assis Brito Costa ; trad. Isabel Simões dos Santos. Lisboa : Verbo, 1997.  ISBN 972-22-1833-6.  ISBN 972-22-1834-4.  ISBN 972-22-1835-2.  ISBN 972-22-1836-0.  ISBN 972-22-1837-9.  ISBN 972-22-1838-7.  ISBN 972-22-1839-5.  ISBN 972-22-1840-9.  ISBN 972-22-1841-7.  ISBN 972-22-1842-5.  ISBN 972-22-1843-3.  ISBN 972-22-1844-1.  

Uma alimentação saudável : a alimentação na diabetes / Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal ; colab. Maria de Lourdes Modesto. Lisboa : Verbo, 2002.  ISBN 972-22-2112-4.

Delícias de frango : receitas inovadoras / Linda Fraser ; dir. da ed. port. Maria de Lourdes Modesto ; trad. Maria Manuela Costa / fot. Karl Adamson... [et al.]. [Lisboa] : Verbo, 2003.  ISBN 972-22-2226-0.

Grelhados e barbecue : ideias para uma cozinha saudável / Christine France ; dir. ed. port. Maria de Lourdes Modesto ; trad. Maria Manuela Costa. [Lisboa] : Verbo, 2003.  ISBN 972-22-2247-3.

Arroz e arrozes : receitas de todo o mundo / Roz Denny ; dir. da ed. portuguesa Maria de Lourdes Modesto ; trad. Maria Manuela Costa. Lisboa : Verbo, 2003.  ISBN 972-22-2223-6..          

Sopas e entradas : receitas sensacionais para todas as refeições e ocasiões / Linda Fraser ; [ed. lit.] Maria de Lourdes Modesto ; trad. Maria Manuela Costa. [Lisboa] : Verbo, 2003.  ISBN 972-22-2238-4.

Bolos irresistíveis : sugestões fabulosas para festas de grandes e pequenos / Sarah Maxwel, Angela Nilsen ; dir. ed. port. Maria de Lourdes Modesto ; trad. Maria Manuela Costa. [Lisboa] : Verbo, 2003.  ISBN 972-22-2237-6.

Deliciosas receitas de peixe : rápidas e saudáveis para todas as ocasiões / Linda Doeser ; dir. da ed. port. Maria de Lourdes Modesto ; trad. Maria Manuela Costa. Lisboa : Verbo, 2003.  ISBN 972-22-2203-1.          

Fantasias de chocolate : 70 receitas irresistíveis com chocolate / Christine France ; dir. da ed. portuguesa Maria de Lourdes Modesto ; trad. Maria Manuela Costa. Lisboa : Verbo, 2003.  ISBN 972-22-2179-5.

Saladas sensacionais : a frescura de deliciosas receitas de todo o mundo / Christine Ingram ; [ed. lit.] Maria de Lourdes Modesto ; trad. de Maria Manuela Costa. [Lisboa] : Verbo, 2003. 

Massas com imaginação : ideias fabulosas para ocasiões especiais / Linda Fraser ; versão port. Maria de Lourdes Modesto ; trad. Maria Manuela Costa. Lisboa : Verbo, 2003.  ISBN 972-22-2196-5.

Pães, pãezinhos e bolinhos : deliciosas receitas caseiras / Linda Fraser ; dir. ed. port. Maria de Lourdes Modesto ; trad. Maria Manuela Costa. [Lisboa] : Verbo, 2003.  ISBN 972-22-2260-0.

Refeições para festas : receitas fabulosas para festas perfeitas / Linda Fraser ; dir. da ed. portuguesa Maria de Lurdes Modesto ; trad. Maria Manuela Costa ; fot. Steve Baxter, Karl Adamson, Amanda Heywood. Lisboa : Verbo, 2004.  ISBN 972-22-2316-X.

Cozinha francesa : especialidades da cozinha mais famosa do mundo / Carole Clements, Elisabeth Wolf-Cohen ; dir. Maria de Lourdes Modesto ; trad. Maria Manuela Costa. [Lisboa] : Verbo, 2006.  ISBN 972-22-2553-7.

Cozinha africana : uma viagem gastronómica por um continente fascinante / Rosamund Grant ; dir. e ed. port. Maria de Lurdes Modesto ; trad. Maria Manuela Costa. [Lisboa] : Verbo, 2006.

Cozinha mexicana : sabores sedutores de uma cozinha picante e bem temperada / Elisabeth Lambert Ortiz ; dir. Maria de Lourdes Modesto ; trad. Maria Manuela Costa ; il. Madeleine David. [Lisboa] : Verbo, 2006.  ISBN 972-22-2562-6.

Cozinha italiana : óptimos pratos de massas e pizas / Carla Capalbo ; dir. Maria de Lourdes Modesto ; trad. Maria Manuela Costa. [Lisboa] : Verbo, 2006.  ISBN 972-22-2580-4.

Cozinha chinesa : cozinha fácil e saudável com ingredientes exóticos / Linda Doeser ; direc. Maria de Lourdes Modesto ; trad. Maria Manuela Costa. [Lisboa] : Verbo, 2006.  ISBN 972-22-2492-1.

Cozinha indonésia : pratos aromáticos das ilhas tropicais das especiarias / Sallie Morris ; dir. Maria de Lourdes Modesto ; trad. Maria Manuela Costa ; il. Madeleine David. [Lisboa] : Verbo, 2006.  ISBN 972-22-2601-0.

Cozinha marroquina : a deliciosa e aromática cozinha do Norte de África / Rebekah Hassan ; il. Madeleine David ; dir. da ed. port. Maria de Lourdes Modesto ; trad. Maria Manuela Costa. [Lisboa] : Verbo, 2007.  ISBN 978-972-22-2638-7.

Cozinha das Caraíbas : sabores tropicais das Ilhas do Sol / Rosamund Grant ; il. Madeleine David ; dir. da ed. port. Maria de Lourdes Modesto ; trad. Maria Manuela Costa. [Lisboa] : Verbo, 2007.  ISBN 978-972-22-2693

Cozinha grega : pratos irresistíveis do Mediterrâneo Oriental / Joanna Farrow, Jaqueline Clark ; dir. e ed. port. Maria de Lurdes Modesto ; trad. Maria Manuela Costa. [Lisboa] : Verbo, 2007. 

MARIA DE LOURDES MODESTO E AS COISAS QUE ELA SABE


Minha recensão ontem no Inevitável (dantes I):

Já falei nesta coluna de dois livros de gastronomia, um da historiadora da alimentação Guida Cândido (A Vida Secreta da Cozinha Portuguesa, Dom Quixote) e outro da romancista Deana Barroqueiro (História dos Paladares, vol. 1, Prime Books; está quase a sair o vol. 2). Agora é a vez de falar do novo livro da «Diva da gastronomia portuguesa», Maria de Lourdes Modesto (n. Beja, 1930; fez em Junho 91 anos), um nome absolutamente cimeiro da gastronomia nacional. 

A sua carreira iniciou-se em 1958 com um programa de culinária na RTP, cujas emissões tinham começado escassos dois anos antes, que se tornou um dos mais populares programas televisivos de sempre. Hoje está na moda a gastronomia e há concursos de masterchefs, uns importados e outros cópias dos que são importados, mas é tudo gravado e editado quando, na época, Modesto actuava ao vivo (embora não a cores, porque a televisão era a preto e branco). Então quase não se falava de gastronomia portuguesa e, se hoje se fala, é graças a ela, que ajudou a definir a nossa cozinha tradicional.

A história da entrada de Maria de Lourdes Modesto na televisão é muito curiosa. Ela era uma jovem professora de Trabalhos Manuais no Liceu Francês, em Lisboa, quando alguém da RTP reparou no seu desempenho numa peça de Molière. Havia nela uma presença e um desembaraço que mereciam divulgação. E o convite foi logo feito. Acabou por ficar responsável por um programa de culinária, que não sendo teatro tem um lado teatral. Os seus programas apresentavam a cozinha alentejana, pela qual ela naturalmente era uma apaixonada, mas também a cozinha de outras regiões do país (criou um concurso para recolher receitas provenientes de todo o território nacional) e do mundo.

A sua primeira publicação foi a Grande Enciclopédia da Cozinha (Verbo, 1965), que dirigiu. O segundo livro estava associado ao programa televisivo: As Receitas da TV (Verbo, 1967; nova edição: Babel, 2019). E o terceiro foi Receitas Escolhidas (Verbo, 1982; nova edição: Verbo 2013). Mas o seu sucesso mais retumbante, a sua coroa de glória, foi o volume Cozinha Tradicional Portuguesa (Verbo, 1982), com fotografia de Augusto Cabrita e de António Homem Cardoso, e introdução do escritor António Couto Viana, do qual saíram até hoje 25 edições (em 2001 saiu uma tradução em inglês). É o livro de cozinha português mais vendido de sempre!

De acordo com o catálogo da Biblioteca Nacional, Modesto é autora de 20 obras, para além de 15 prefácios e 47 adaptações. Os seus últimos livros são Sabores com Histórias: Alimentos, preceitos e mais de 60 receitas, com ilustrações de João Pedro Cochofel (Oficina do Livro, 2014), Comer e Beber com Eça de Queiroz, com Beatriz Berrini (Alêtheia, 2014) e Gulodices com Menos Açúcar e o Mesmo Prazer, com Maria João Afonso (Babel, 2017). O novo título, O Que Eu Sei. Sabores, Segredos e Receitas (Oficina do Livro), segue um modelo semelhante ao de Sabores com Histórias, incluindo também ilustrações de João Pedro Cochofel. É uma selecção de textos, muito bem escritos, sobre alimentos e pratos em que eles entram, não só da cozinha portuguesa tradicional mas também da cozinha mundial, algumas das quais saíram nas páginas do Diário de Notícias, e que nalguns casos são acompanhados por receitas.

Dá gosto não só ler o livro como tê-lo como objecto de design, não só pela bela capa dura, mas também pela qualidade do papel, pela arte das ilustrações e ainda pela fitinha que nos permite fixar a página à qual queremos voltar (por exemplo, uma receita que queiramos experimentar). As receitas estão escritas com clareza exemplar: cada uma delas parece um algoritmo daqueles que os computadores executam sem engano. Sem ter grande experiência culinária (sei apenas fazer ovos estrelados, salada de atum, frango no forno, etc.), sinto que fiquei com todas as indicações necessárias para fazer alguns pratos, incluindo a misteriosa Chibança de Bacalhau e a secreta Marmelada Branca de Odivelas (a verdadeira, cuja receita foi fornecida por uma conhecedora que não queria que o segredo morresse com ela).

Mas, antes de voltar ao conteúdo do livro, convém complementar o registo biográfico da autora e adensar o encómio aos seus dotes.

Apesar do manifesto interesse pelos doces («um dia não são dias», como diz uma nutricionista que eu conheço), é notória a preocupação de Maria de Lourdes Modesto com a saúde, como mostra o último título da Babel. Mas, se é precisa uma prova adicional, veja-se um outro título seu: À Mesa com o Coração, com Graça Castelo Lopes e prefácio do cardiologista Fernando Pádua (Verbo, 2006).

Modesto é uma pessoa generosa. Começou por apadrinhar, ou melhor, “amadrinhar”, o livro Em Banho Manel (Alia, 1983) de Manuel Luís Goucha (já poucos se lembrarão que o famoso apresentador da TVI começou a carreira como cozinheiro), com um prefácio seu, e continuou, entre outros, com prefácios para um guia de restaurantes de José Salvador, um gastrónomo e crítico de vinhos, e para livros de receitas de José Avilez e Vítor Sobral, dois conhecidos chefs

Para mim o prefácio mais interessante foi, contudo, o que escreveu para um livro de gastronomia molecular de duas professoras universitárias de Química, Margarida Guerreiro e Paulina Mata: A Cozinha é um Laboratório (Fonte da Palavra, 2009).

Além disso, o seu nome está ligado à adaptação de numerosas obras estrangeiras, algumas de iniciação à cozinha e outras de divulgação da cozinha internacional. Destaco A Colher de Pau: O meu primeiro livro de cozinha, de Denise Perret; com ilustrações de Catherine Cambier (Verbo, 1966; reedição em fac-símile: Babel, 2010) e O Mais Belo Livro da Cozinha de Itália, de Lorenza de Medici (Verbo, 1992).

A página da Wikipédia que lhe é dedicada, embora modesta e sem tradução noutras línguas, reúne grandes louvores: o gastrónomo José Quitério (já falecido tal como José Salvador), laureado em 2015 com o Prémio Universidade de Coimbra, disse que ela era “uma das cada vez mais raras Guardiãs do Fogo”; Miguel Esteves Cardoso considerou-a em 2013 "Uma das três grandes génios nascidas no século XX”; e o New York Times chamou-lhe, num artigo de 1987, «the Portuguese Julia Child,» invocando a celebrada autora e apresentadora de TV norte-americana.

Voltemos ao novo livro. Que coisas é que Maria de Lourdes Modesto sabe? Pois sabe muitas coisas que eu não sabia e agora, por generosidade dela, fiquei a saber. Na introdução explica sumariamente o conteúdo da obra. Começa assim: «Passa-se a vida a aprender coisas, e aos 90 anos há muitas coisas que eu sei. Coisas que fui sabendo, para usar uma fórmula cara aos alentejanos.» Na secção seguinte («Enquanto é tempo…») faz uma denúncia, destacada na contracapa. Reconhecendo embora o progresso gastronómico no país desde os anos 50, escreve: «Em nome da cozinha portuguesa e da sua defesa vêem-se nalguns grandes restaurantes verdadeiros atentados à nossa memória colectiva. Em seu nome, faz-se o que se faz em todo o mundo, sem o menor sinal do que em gastronomia nos diferencia. Não pensem que têm pela frente a padeira de Aljubarrota da cozinha tradicional, inflexível a qualquer mudança. Apenas se pede que separem as águas - a chamada cozinha de autor não tem memória, é por regra, irrepetível. A tradicional é factor de identificação de uma região, de um grupo, de um país, e quer-se bem copiada.»

Gostei, em particular, de ler a secção “Sabores e sabores da minha infância”, pois, como toda a gente, tenho boas reminiscências dos pratos da minha mãe. A autora gaba o pão alentejano, que está omnipresente nos pratos dessa cozinha, em particular na açorda. Diz: «Ao lembrar os excelentes comeres do Alentejo a primeira coisa que vem à memória é a Açorda» (assim, com maiúscula).

O livro cobre uma variedade de temas. A autora refere a sopa como um prato excepcional (a minha nutricionista concorda): «Não hesitarei em considerar sensato quem disser que a sopa – o caldo mais ou menos espesso que é produto de decocção de certos alimentos, seja carne, legumes ou peixe – é o melhor, o mais eficaz e o mais saudável dos aperitivos.» E, mais adiante: «A sopa foi um passo de gigante na evolução da culinária.» 

Discorre sobre vários alimentos vegetais (alho, feijão verde, tomate, curgete, gengibre, abóbora, etc.), contando histórias sobre eles e fornecendo receitas. Nas fontes de proteínas destaca o peixe, o marisco e os ovos. Não se esquece das saladas, que «tornam apetecível o mais banal dos frangos assados». Dos frutos releva a laranja (lembrando que a laranja doce surgiu na Europa, vinda de África Oriental, graças aos Descobrimentos portugueses). Entre as sobremesas, elogia o arroz-doce, contando que na região de Coimbra a entrega de um prato de arroz-doce com as iniciais dos noivos em canela significa participação de casamento (confesso que adoro arroz-doce e que mo pode dar mesmo não havendo casamento).

Termina falando da gastronomia do Natal, que entre nós é particularmente rica. Não esqueço as rabanadas e filhoses que a minha mãe preparava para a consoada. Mas uma outra saudosa recordação que tenho das festas religiosas era a bola de carne que ela, como boa transmontana, preparava pela Páscoa. Maria de Lourdes Modesto fala, na secção «Bolas e folares transmontanos» da Bola de Carne do Alto Barroso e do Folar de Valpaços. Já pus a fitinha na página da receita do folar pois pode ser que, com alguma ajuda, venha a preparar esse manjar, na esperança de andar para trás no tempo…

PERGUNTAR É PRECISO

 Soneto de Eugénio Lisboa:

PERGUNTAR É PRECISO

 

Se não há vida para além da morte,

se o nada é o que nos espera,

e o existir não teve nenhum norte,

viver ou não viver tanto fizera.

 

Mas o não ser é algo que se entenda?

Mas o que será afinal o nada?

Haverá o que do nada dependa?

Será o nada a alma empalada?

 

Só nos resta, na vida, perguntar,

mesmo sabendo que não há resposta:

feita a pergunta, paira no ar

 

a suspeita de que nos é imposta

uma vida a buscar, na escuridão,

motivo para a nossa servidão.

Eugénio Lisboa

26.08.2021

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

A EUROPA E A CIÊNCIA

 

Meu mais recente artigo no Público:

Pouca gente saberá quem é Mariya Gabriel. Búlgara, 42 anos, formada em Ciências Políticas, é a comissária europeia para Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude que sucedeu, em 2019, ao português Carlos Moedas, ambos conservadores. Se Moedas conduziu o Horizonte 2020, o programa de ciência, desenvolvimento e inovação da Europa de 2014 a 2020, Gabriel tem a seu cargo o Horizonte Europa, para 2021-2027, que orça em 95,5 mil milhões, um aumento de 24% relativamente ao programa anterior.

O Horizonte Europa assenta em três pilares: o primeiro, “Ciência Excelente”, no valor 25 mil milhões de euros, visa promover a qualidade da investigação, designadamente através das bolsas do European Research Council, das acções Marie Curie, e de algumas infraestruturas. O segundo, “Desafios globais e Competitividade industrial Europeia”, no valor de 54 mil milhões de euros, foca seis clusters (Saúde; Cultura, Criatividade e Sociedades Inclusivas; Segurança Civil e Sociedade; Digital, Indústria e Espaço; Clima, Energia e Mobilidade; e Alimentação, Bioeconomia, Recursos Naturais, Agricultura e Ambiente) e  financia o Joint Research Center. E o terceiro, “Europa Inovadora”, no valor de 17 mil milhões de euros, quer fomentar a inovação,  ao criar o European Innovation Council. A estes pilares soma-se  outro,  horizontal, Widening, que visa fortalecer a investigação e a inovação nos países mais atrasados, como Portugal. Se as referidas bolsas e acções vinham de trás, beneficiando a investigação fundamental, os clusters vêm substituir programas-bandeira anteriores, ao passo que a ênfase na inovação pretende reforçar a economia europeia. Entre as novidades estão também a expansão da “ciência aberta”, isto é, do livre acesso aos resultados da investigação, e a intensificação das colaborações internacionais. Pretende-se, enfim, fortalecer o Espaço Europeu de Investigação, o ”mercado comum” da investigação e desenvolvimento (I&D) lançado em 2000.

De facto, a Europa foi a pátria da ciência. Foi aí que, nos séculos XVI e XVII, se deu a Revolução Científica, associada a nomes como o italiano Galileu Galilei, o alemão Johannes Kepler, o francês René Descartes e o inglês Isaac Newton. A Europa foi também a pátria, nos séculos XVIII e XIX, da Revolução Industrial, que mudou radicalmente a economia. Mas foram os Estados Unidos, que, no pós-guerra, tomaram, com base na ciência, a liderança económica do mundo. Apesar dos seus louváveis esforços, a Europa está atrás dos Estados Unidos no ranking de investimento em I&D, e viu-se ultrapassada pela China, que tem usado a ciência como meio de afirmação na geopolítica global. A Europa ainda é uma potência científica, pois, tendo 6 por cento da população mundial, realiza 17% da investigação mundial e tem 25% dos artigos nas revistas mais relevantes. Mas o sector privado europeu investiu, em 2019, apenas 1,5% do PIB em I&D quando, nos Estados Unidos, esse investimento foi de 2,1%, no Japão de 2,6% e na Coreia do Sul de 3,8%. Na China, o sector privado, em grande boom, já vai em 1,7%. Se  é certo que a ciência está a crescer na Europa, não é menos verdade que, noutras geografias, o crescimento é maior.

O investimento em I&D na Europa é muito desigual. O referido valor médio da despesa privada em I&D, despesa que costuma superar a pública, é conseguido à custa de poucos países na Europa Central e do Norte: a Suécia investe 2,4% do PIB, a Alemanha e a Áustria 2,2%, a Bélgica 2,0%, a Dinamarca 1,9%, a Finlândia 1,8% e a Eslovénia 1,5%. Todos os outros países ficam abaixo da média europeia, incluindo Portugal onde o investimento privado não passa de 0,7%. Se olharmos para o investimento total, privado e público, a Suécia lidera com 3,4%, seguida pela Alemanha e pela Áustria (as duas com 3,2%), pela Dinamarca (3%) e pela Bélgica (2,9%). A média europeia de investimento em I&D é de 2,2% do PIB. Em Portugal não passa de 1,4%.

A Europa pretende chegar na 2030 a um investimento em I&D de 3% do PIB. Mas esta meta já foi estabelecida, em 2000, para 2010 e falhou. A Estratégia de Lisboa, no início do século, pretendia tornar a economia europeia a “economia baseada no conhecimento mais competitiva e dinâmica do mundo”.  Havia mais olhos do que barriga… Um factor do fracasso foi o défice de unidade política. A pandemia que chegou à Europa no início de 2020 tornou patentes as manifestas insuficiências da União. Cada um ficou por sua conta na resposta inicial ao vírus, que podia e devia ter sido coordenada, concentrando meios nos locais dos primeiros surtos. Um plano comum de recuperação e resiliência só foi conseguido ao fim de uma prolongada maratona, faltando ainda saber como vai ser executado e que resultados vai ter nos vários países. Na União Europeia ainda há muita desunião…

Em Setembro próximo vai haver eleições para o Bundestag, que permitirão designar um novo chanceler alemão. E, em Abril de 2022, serão as eleições presidenciais em França. O futuro da União Europeia vai obviamente depender das lideranças nos seus dois maiores países. Mas o Horizonte Europa deve estar a salvo: a ciência tem sido uma prioridade consensualizada pelos países membros, independentemente da sua cor política. Em Portugal, infelizmente, a I&D tem tido altos e baixos, mesmo em governos da mesma cor. Precisamos de crescer mais, muito mais, para alinhar com a Europa. Porque não seguimos o exemplo europeu e criamos um plano estruturado a longo prazo?

CARLO ROVELLI, ANAXIMANDRO E O NASCIMENTO DA CIÊNCIA

 


Minha recensão hoje no jornal I:

O italiano Carlo Rovelli (n. Verona, 1956, portanto um rapaz da minha idade), professor na Universidade de Aix-Marseille, em Marselha, França, é actualmente, depois do falecimento de Stephen Hawking, em 2018, e de Steven Weinberg, em 2021, talvez o físico mais mediático do mundo. O seu livro Sete Breves Lições de Física, saído em italiano em 2014, foi um sucesso internacional, tendo vendido milhões de exemplares em mais de 40 línguas. Em português saiu na Objectiva em 2015. Confesso que vi o livro em Itália, mas não consegui prever o êxito que viria a ter. Essa obra alavancou outras duas entre nós: A Ordem do Tempo (Objectiva, 2018), sobre o mistério do tempo, e A Realidade Não É O Que Parece (Contraponto, 2019), sobre a ideia de realidade. Acaba de sair mais uma, nas Edições 70: traduzida da edição francesa por Jorge Milícia, intitula-se Anaximandro de Mileto ou o Nascimento do Pensamento Científico (original: Mondadori, 2012). O tema é o legado do filósofo pré-socrático grego. Outros livros de Rovelli ainda por traduzir em português são There Are Places in the World Where Rules Are Less Important than Kindness (Allen Lane, 2018), um conjunto de crónicas jornalísticas, e Helgoland (idem, 2021), uma discussão da teoria quântica.

Qual é o segredo do êxito de Rovelli? A originalidade do seu pensamento, a qualidade da sua escrita e as numerosas presenças nos média. E, acima, de tudo, o facto de ele abordar os grandes segredos do Cosmos. Tal como sucedeu com Hawking e Weinberg, Rovelli tem trabalhado em problemas de unificação das forças, que se aplicam ao Big Bang. Enquanto Hawking, o autor de Uma Breve História do Tempo (Gradiva, 1988), previu a radiação de buracos negros, ainda não observada, usando uma versão quântica ad hoc da gravidade, Weinberg, o autor de Sonhos de uma Teoria Final (Gradiva, 1996), unificou, com outros físicos, a força electromagnética e a força nuclear fraca na chamada força electrofraca, o que lhes valeu o Nobel da Física de 1979. Rovelli está mais próximo de Hawking, por também investigar a gravidade quântica, um cenário de grande unificação necessário para descrever o Cosmos no seu início.

Formado em Física na Universidade de Bolonha, a mais antiga do mundo, Rovelli doutorou-se em 1986, em Pádua. Na sua juventude foi preso, por ter recusado o serviço militar, obrigatório em Itália na altura. Fez pós-doutoramentos na Universidade Sapienza, em Roma, no Centro Internacional de Física Teórica, em Trieste, e na Universidade de Yale, nos Estados Unidos. Propôs, em 1988, com Lee Smolin e Abhay Ashtekar, a teoria da gravidade quântica em laços, uma alternativa à teoria das cordas, o quadro mais convencional de unificação de todas as forças. É decerto o fascínio pelo Cosmos que tem levado tantas pessoas a interessar-se pelos livros de Rovelli baseados em teorias matematicamente difíceis. Um problema muito discutido nos seus textos de divulgação é a natureza do tempo: talvez, diz ele, o tempo não exista, não passando de uma ilusão. Rovelli já ganhou vários prémios, dos quais o mais recente foi o prémio literário Galileu para divulgação científica pelo seu livro A Realidade Não É O Que Parece. E apareceu – glória maior! – como um personagem numa história do rato Mickey. Como não podia deixar de ser, fui ouvi-lo quando visitou Portugal, dando uma lição sobre o tempo numa conferência da Fundação Francisco Manuel dos Santos, em 2019.

No seu mais recente livro em português, Rovelli mostra o seu interesse pela história e filosofia da ciência. Para ele, Anaximandro (c. 610- c.546 a.C.) foi o iniciador do pensamento racional, ao arredar o pensamento mitológico. Matemático, astrónomo, geógrafo e filósofo, viveu em Mileto, na costa ocidental da actual Turquia, tendo sido discípulo de Tales de Mileto, o fundador da escola jónica. Escreveu Sobre a Natureza, uma obra que se perdeu, só se conhecendo este fragmento, um tanto enigmático: “Todas as coisas tem raízes umas nas outras/ e perecem uma nas outras,/ segundo a necessidade./ Todas elas fazem justiça umas às outras,/ e recompensam-se das injustiças,/ de acordo com a ordem no tempo.” Atribui-se-lhe o primeiro mapa do mundo, a introdução na Grécia do gnómon (relógio solar) e as primeiras medições das distâncias interestelares. Anaximandro acreditava que o princípio de tudo era o ápeiron, uma matéria imortal, infinita e indiferenciada da qual todas as outras se separam.

Há quem defenda que o início da racionalidade se deu com Tales, cujo nome está associado a um teorema da geometria, alegando que ele terá sido o primeiro a explicar um eclipse solar: a ocultação do Sol pela Lua não era uma brincadeira dos deuses do Olimpo, mas um fenómeno natural. Existe racionalidade no Cosmos, porque certas causas produzem certos efeitos. Rovelli prefere dar primazia a Anaximandro, destacando o facto de este ter sido o primeiro a imaginar a Terra como suspensa no espaço, abandonando a ideia da terra plana com o céu por cima. Mas. mais do que isso: “Anaximandro abriu caminho para a física, para a geografia, para o estudo dos fenómenos meteorológicos e para a biologia. Além destas enormes contribuições, iniciou o processo de repensar a nossa imagem no mundo: o modo de procura do conhecimento baseado na revolta contra as ‘certezas’.” Embora bem ciente da relevância para o pensamento moderno da Revolução Científica dos séculos XVI e XVII, associada ao nome de Galileu e à experimentação, Rovelli reclama que as bases da rebelião contra o pensamento estabelecido remontam à Grécia Antiga. Escreve na introdução: “O aspecto do pensamento científico que gostaria de salientar nestas páginas é a sua capacidade crítica rebelde, de reinventar o mundo perpetuamente.” Mais adiante: “Mas a ausência de certezas, longe de ser a sua fraqueza, constitui, e constituiu sempre [itálico no original], o segredo da força da ciência, entendida como pensamento da curiosidade, da revolta e da mudança. As suas respostas não são credíveis porque são definitivas; elas são credíveis porque são as melhores do que dispomos num dado momento da história do nosso saber. É justamente por sabermos que elas não podem ser consideradas definitivas que continuam a aperfeiçoar-se.”

Li este livro de 178 páginas de um trago. Nos capítulos I e II o autor descreve como era o mundo no século VI a.C. e os numerosos feitos de Anaximandro. Destaca nos dois capítulos seguintes os fenómenos atmosféricos e a flutuação da Terra no espaço. Os capítulos V, ”Entidades invisíveis e leis naturais”, e VI, “Quando a revolta se torna virtude”, enfatizam o ponto principal: a retirada de poder aos deuses feita pelo sábio grego. No capítulo VII, o autor aborda a relação entre ciência e democracia, que resume assim: “A base cultural do nascimento da ciência é também a base do nascimento da democracia: a descoberta da eficácia da crítica e do diálogo entre pares.” O centro filosófico do livro situa-se no capítulo VIII, “O que é a ciência? Pensar Anaximandro depois de Einstein e Heisenberg”, onde Rovelli expõe a sua visão do processo científico, enfatizando que a ciência exige questionamento e mudança.

O capítulo IX, “Entre o relativismo cultural e o pensamento do absoluto”,  onde o autor contrasta a visão científica com a visão pós-moderna, foi o que mais me encantou. Apreciei em especial a crítica que faz a um artigo de história da ciência sobre as avaliações da distância entre o Sol e a Terra realizadas por chineses e gregos no século III a.C. No quadro da cosmologia da terra plana, os chineses achavam que o Sol, muito mais pequeno do que é, estava muito mais perto da Terra do que de facto está. Por seu lado, o grego Eratóstenes, considerando um Sol maior e mais distante, conseguiu medir com grande rigor o raio do nosso planeta. Contudo, o artigo não dizia em lado nenhum que Eratóstenes estava certo e os chineses errados. Rovelli perguntou à autora a razão dessa omissão. Ela respondeu que não compreendia a questão, uma vez que as duas teorias estavam certas nos respectivos quadros epistemológicos. Mas, para o físico, o acordo de Eratóstenes com a realidade faz toda a diferença. Porque é que os chineses estavam errados? Segundo ele, o pensamento científico não nasceu na China, porque aí “o mestre nunca é criticado, nunca é posto em questão. O pensamento chinês desenvolveu-se através do enriquecimento e do aprofundamento, não por alguma vez ter posto em causa a autoridade intelectual.” Foi preciso que ao Império do Meio chegassem os jesuítas, alguns idos de Itália, para lá se ficar a saber que a Terra era redonda.

No breve capítulo X, “Podemos nós compreender o mundo sem os deuses?”, Rovelli aborda o conflito entre ciência e religião. O autor, que se considera “serenamente ateísta”, escreve: ”A ideia de formular o problema de compreender o mundo sem os deuses é uma ideia radical do seculo VI a.C. (…) É uma das raízes mais profundas do mundo moderno. Mas está longe de ser uma proposta que se impõe a todos: são muitos os nossos contemporâneos, a maioria deles, sem dúvida, que estão hoje armados para combater a tese central de Anaximandro.” O autor encerra esse capítulo dizendo: “A questão aberta pela sua proposta continua a ser colocada e a dividir a nossa civilização.”

Rovelli conclui o livro no capítulo XII com uma fotografia do nosso planeta, tirada pelos astronautas da Apollo 17: não há dúvida de que a Terra, redonda, flutua no espaço, isto é, Anaximandro e Eratóstenes tinham razão.

O VERÃO – ALGUMAS OBSERVAÇÕES

 Poema de Eugénio Lisboa:

 

Pode ser que seja Abril

o mais cruel dos meses,

como disse um poeta

mal afinado com a natureza.

Seja como for, a ideia ficou

e vai durando, embora falsa.

Abril é um mês qualquer,

embora se diga que em Abril chove muito.

Mas Abril não é mais cruel

do que qualquer outro mês.

Cruel, sim, atroz, é o verão,

com o seu sol ardente e mortífero,

que acende a luz pavorosa

da nossa lucidez.

A luz do verão ilumina sem piedade

as zonas obscuras e ameaçadoras

da nossa condição,

torna clara e quase obscena

a dura realidade da vida.

O verão não mente, ilumina.

O verão não esconde, mostra.

O verão acena promessas enganadoras,

visto que a sua luz, iluminando a realidade,

nos ofusca também para ela.

Há gente demais, no verão,

gente horrorosamente feia, repugnante,

mal vestida de propósito.

O verão é enviesado, traiçoeiro,

mas não exactamente mentiroso.

As ilusões que o verão oferece são suicidas.

Foi no verão – nunca o esqueci! – que o amor de Mítia

o levou a pôr fim à vida: a luz cruel do verão

tornou atrozmente claro que não havia saída

para o seu desespero, no romance de Bunine,

que eu li, adolescente, e nunca esqueci.

O amor intenso e não correspondido de Mítia,

cuja não solução a luz crua de verão tão bem esclareceu,

resumiu, em medalha assassina,

tanto amor desperdiçado que o sol de verão

escancaradamente desvela, para nossa mortal tortura.

O verão é o mais cruel dos assassinos,

porque anuncia, muito evidentes, mundos deslumbrantes

que não existem,

ou que, existindo, não poderemos alcançar.

O sol violento de verão acende em nós uma lucidez,

que não é boa, porque nos deprime e nos mata.

O verão é um logro perigoso.

Este sol intenso solta, em nós, demónios que não dominamos.

O verão, mesmo não mentindo,

mente com quantos dentes tem na boca.

O verão mata tanto,

como qualquer guerra ou surto de peste.

No verão, morre-se à míngua de excesso

(a propósito, o Mário de Sá-Carneiro morreu em Abril,

porque não tinha dinheiro para chegar até Junho,

caso contrário, morreria no verão,

à míngua de excesso, como tão bem profetizara).

O verão é, apocalipticamente,

aquele vírus terminal, para que não há vacina.

Quando se nos abrem as portas do verão,

deparamos com um grande aviso, em letras descomunais:

LASCIATE OGNI SPERANZA, VOI CH’ENTRATE.

 

Eugénio Lisboa

 

O corpo e a mente

 Por A. Galopim de Carvalho   Eu não quero acreditar que sou velho, mas o espelho, todas as manhãs, diz-me que sim. Quando dou uma aula, ai...