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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
A BIOGEOGRAFIA DA COR
Na próxima 5ª feira, 25 de Fevereiro de 2016, pelas 18h realiza-se no RÓMULO Centro Ciência Viva da Universidade de Coimbra a palestra intitulada "Biogeografia da Cor ". O orador será o Professor Jorge Paiva, Investigador no Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra, galardoado com o Grande Prémio Ciência Viva 2014.
Esta palestra insere-se no ciclo "Fronteiras da Ciência", coordenado pelo Bioquímico e comunicador de ciência António Piedade, que decorre de Fevereiro a Julho de 2016.
Público alvo: Público em geral
ENTRADA LIVRE
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RESUMO DA PALESTRA:
" Na Natureza nada é aleatório. Tudo o que nela existe resultou de milhões de
anos de evolução. Os seres vivos não evoluíram independentemente, mas
integrados nos respetivos ecossistemas.
As plantas, como não se movem, para
se “alimentarem” necessitam de luz e pigmentos assimiladores e captadores de
energia (clorofilas e carotenoides), cuja concentração depende das coordenadas
geográficas onde vegetam. Assim também, para se reproduzirem sexuadamente e
para se dispersarem, são dependentes de agentes transportadores (ar, água e
animais) dos seus diásporos (esporos, sementes e frutos). Desta maneira,
evoluíram adaptando-se não apenas às condições ecológicas dos ecossistemas onde
vivem, mas também aos agentes dispersores. Quando os agentes dispersores são
animais, ocorreu frequentemente uma evolução adaptativa paralela com esses
animais (coevolução).
Nas Angiospérmicas (plantas vasculares,
com flores e frutos), a cor predominante das folhas é o verde, pois a clorofila
é o pigmento mais importante para a elaboração dos nutrientes necessários para
as funções vitais das plantas. Mas as cores das flores e dos frutos resultaram
de uma evolução adaptativa aos agentes polinizadores e dispersores,
particularmente animais.
Os animais não têm todos a mesma
visibilidade para as cores. Assim, do espetro solar (arco-íris) os humanos vêm
as cores das radiações desde os 380 nanómetros de comprimento de onda (violeta)
aos 740 nanómetros (vermelho). Os cães e gatos vêm poucas cores, apenas do azul
ao amarelo. Um cão guia sabe que o semáforo está vermelho, pela posição da luz
na vertical do semáforo, pois não vê a cor, apenas tem a perceção da luz estar
apagada ou acesa. Por isso, as posições das 3 cores dos semáforos são sempre as
mesmas em todos os semáforos (a superior é vermelha, a do meio é amarela e a
inferior é verde). Nos humanos também há que contar com os daltónicos que não
vêm o vermelho. Muitos insetos (abelhas por exemplo) e muitas aves, vêm para
além do violeta (ultravioleta), que nós não vemos, mas podemos saber como as
abelhas vêm essa cor nas flores, através de fotografias com filmes sensíveis ao
ultravioleta. Por outro lado, as abelhas e muitos outros insetos não vêm o
vermelho. As cobras, por exemplo, têm uma reduzida amplitude de visão das cores
do espetro solar, mas “percebem” para lá do vermelho (infravermelho), o que é
muito útil para predadores noturnos de presas de sangue quente.
Por isso, as cores das flores
dependem do espetro visual dos polinizadores e a cor dos frutos da visão dos
dispersores. Assim, em Portugal as flores das nossas plantas nativas não são
vermelhas, pois os polinizadores no nosso país são maioritariamente insetos. Já
temos frutos vermelhos, pois alguns dos dispersores são aves, que vêm o
vermelho. As flores que estão adaptadas a polinizadores noturnos, são brancas.
A cor de muitos animais e plantas
depende da altitude, como, por exemplo, algas vermelhas a profundidades maiores
que as algas castanhas e as verdes à superfície. O mesmo acontece com alguns
peixes, particularmente dos ecossistemas coralígenos, por se manterem em nichos
ecológicos horizontais. As cores dos seres vivos também dependem da latitude,
como, por exemplo o urso polar é branco e os ursos de latitudes inferiores são
castanhos e até pretos. Com as
plantas passa-se o mesmo, pois as das latitudes equatoriais são de folhagem
verde-escura e as que se encontram entre os círculos polares e os respetivos
trópicos (cancer e capricórnio) são verde-claro. Embora não haja uma
dependência tão intensa da cor dos seres vivos com a longitude, existem muitos
exemplos, como, por exemplo, os nossos carvalhos e aceres têm folhagem acastanhada
no Outono e a dos americanos é avermelhada.
As cores dos animais também dependem
dos hábitos de vida (ex.: os predadores noturnos são sarapintados de branco e
escuro) e dos ecossistemas onde vivem (ex.: os cavernícolas são despigmentados
pois vivem permanentemente na escuridão, por isso são brancos e cegos)."
Jorge Paiva
terça-feira, 15 de abril de 2014
Portugal, 1957
Publicação convidada, da arqueóloga Leonor Medeiros, investigadora na Michigan Technological University.
Nos passados anos 50 a American Geographical Society (fundada em 1851) publicou uma série de livros sobre vários países do mundo, todos com o mesmo formato e apresentação gráfica, apesar de escritos por diferentes autores. Nota-se neles um interesse pela cultura, história, geografia, gastronomia, e indústria dos países, embora sempre de um modo ligeiro, fazendo lembrar guias de viagens.
São o retrato de uma época, da abertura dos Estados Unidos ao mundo e da sua política internacional. No que diz respeito a Portugal, o livro à laia de guia tem muito do discurso típico do Estado Novo: os descobrimentos, o "somos pequenos mas grandes" e os estereótipos das regiões, mas também diz muito do país que fomos há já mais de meio século.
Kish, George. (1957) Portugal. New York: American Geographical Society
Para outra viagem no tempo, o guia da ex-Jugoslávia está disponível online.
Leonor Medeiros
sexta-feira, 13 de abril de 2012
O Pico ao Amanhecer
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
A Península Ibérica vista da Estação Espacial Internacional

Uma imagem da Península Ibérica, captada durante a noite pela Estação Espacial Internacional (ISS), no início do mês de dezembro, foi há dias colocada online pela NASA na categoria de «Imagem do dia».
As luzes de Portugal e Espanha definem a Península Ibérica nesta fotografia da ISS. Diferentes áreas metropolitanas dos dois países são visíveis e marcadas por zonas iluminadas, sendo estas relativamente grandes e brilhantes, tais como Madrid ou Lisboa. A cidade de Sevilha, visível a norte do estreito de Gibraltar, é uma das maiores cidades espanholas.
A agência norte-americana partilha na sua página oficial imagens, histórias e descobertas sobre o clima e meio ambiente, baseadas em investigações. Para além de Portugal e Espanha, a agência ainda põe em evidência o estreito de Gibraltar, França e o norte de África.
A Península Ibérica é a mais ocidental das três grandes penínsulas do sul da Europa, sendo as outras a Península Itálica e os Balcãs. É formada pelos territórios de Portugal, Espanha, Gibraltar, Andorra e uma pequena fração do território de França. Tem aproximadamente 590 mil quilómetros quadrados e é banhada pelo Oceano Atlântico e pelo Mar Mediterrâneo.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
MONDEGO
Tiro o meu chapéu ao Daniel Pinheiro, jovem documentarista português que concluiu recentemente o mestrado na Universidade de Sanford, no Reino Unido, com este extraordinário documentário sobre a vida selvagem do Mondego. Não sei de que é que a RTP ou a SIC ou a TVI estão à espera para lhe encomendarem filmes sobre outros sítios e outra flora e fauna do nosso país. Vejam o filme no modo de ecrã grande e desfrutem...
segunda-feira, 4 de julho de 2011
O PICO DO PICO
Republico, com a devida vénia, uma fantástica fotografia da ilha do pico nos Açores, o ponto mais alto de Portugal, que me foi enviada pelo eminente vulcanologista açoriano Victor Hugo Forjaz, com a seguinte legenda, da sua autoria:
"Em primeiro plano observa-se um degrau, levemente inclinado, seguido de uma quebrada, quase vertical. Trata-se da primeira fase de crescimento da montanha do pico (240 mil anos?)
Mais acima, observa-se a actual cratera, redondinha mas com alguns bordos derrubados ora por pressao do lago de lava hawaiano ora por deslocamentos de falhas.
Encontra-se bem visível o piquinho do pico, pequeno cone de "lavas em tripas" (bowells lavas) que prencheram o lago da cratera. Estas lavas, muito fluidas, basálticas, derramaram-se até ao mar (lavas do tipo hawaiiano)."
quarta-feira, 20 de abril de 2011
MAPAS ANTIGOS DE PORTUGAL NA JOANINA
Informação recebida da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra:
Continua aberta até ao próximo dia 31 de Maio na Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra, a exposição “Mapas Antigos de Portugal” , que mostra alguns dos mais significativos exemplares da notável colecção de mapas antigos de Portugal que pertenceu ao Doutor Carlos Nabais Conde e que a Biblioteca Geral recentemente adquiriu.
No espaço, recentemente aberto ao público, dos pisos intermédio e da prisão do edifício da Joanina estão patentes 18 peças que cobrem a representação cartográfica do país entre os anos de 1482 e 1812. Começam na concepção ptolomaica da Península, passam pela progressiva construção da imagem do contorno de Portugal que hoje nos é mais familiar (embora nas primeiras formas apareça “deitado”) e terminam com uma curios carta manuscrita e inacabada do teatro das guerras peninsulares , apreendida nas Beiras pelos franceses a um oficial inglês.
A colecção Nabais Conde de mapas antigos, que contém mais de um milhar de peças, foi objecto de um processo de inventariação apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkian. Logo que possível, será catalogada e digitalizada para poder figurar no catálogo das bibliotecas da Universidade de Coimbra e no repositório de documentos digitais “Alma Mater”. Mas, antes disso, os visitantes da Joanina podem desde já admirar alguns dos belos e preciosos mapas dessa colecção, a maior parte aguarelados, que incluem o primeiro mapa português de Álvaro Seco de finais do século XVI, nas edições de Jode, Ortelius e Allard, um mapa das ilhas dos Açores que inclui uma ilha inexistente, uma panorâmica de Coimbra do século XVI, uma gravura de Lisboa do século XVIII pouco antes do Terramoto, e curiosas cartas holandesas de vários trechos da costa portuguesa.
Para Carlos Fiolhais, director da Biblioteca Geral da Universidade, “esta exposição é uma oportunidade única de os visitantes de uma mais belas bibliotecas do mundo conhecerem alguns raros mapas antigos que dificilmente poderão ver juntos noutro sítio”.
Horário de Abertura da Exposição: 9 às 19 horas todos os dias da semana (mesmo horário que a Biblioteca Joanina).
Para mais informações: António Maia do Amaral, tel. 239859816
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
SANCTUM
Já está nos sistemas o filme "Sanctum" produzido por James Cameron e realizado por Alister Grierson (por vezs quase só o primeiro nome é que aparece, numa estratégia de vendas). Inspirado num história real, conta uma aventura de mergulho subterrâneo nas profunddezas de uma gruta...
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
EXPOSIÇÃO SOBRE ORLANDO RIBEIRO
Informação recebida da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra:
Abriu hoje na Sala do Catálogo uma Exposição Bibliográfica dedicada a Orlando Ribeiro, o professor de Geografia da Universidade de Lisboa que hoje faria cem anos.
Orlando Ribeiro nasceu em Lisboa a 16 de Fevereiro de 1911, falecendo a 17 de Novembro de 1997. Licenciado em Geografia e História em 1932, Orlando Ribeiro doutorou-se em 1935 em Geografia pela Universidade de Lisboa, com a tese A Arrábida, esboço geográfico. Depois de três anos em Paris regressa a Portugal em 1940 vindo a leccionar na Universidade de Coimbra em 1941 e 1942, fixando-se em Lisboa em 1943.
Comemorando o centenário do seu nascimento, encontra-se patente na Sala do Catálogo da Biblioteca Geral uma mostra bibliográfica retrospectiva das obras de Orlando Ribeiro, unanimemente considerado o geógrafo português de maior projecção internacional e o principal renovador da Geografia em Portugal.
Sala do Catálogo | 16 de Fevereiro a 11 de Março
Segunda a Sexta-feira no horário de funcionamento da Biblioteca
Bibliografia (os títulos estão por ordem cronológica):
– Barros Gomes: geógrafo. Lisboa: F.L.U.L., 1934. (Sep. de Revista da Faculdade de Letras, T. 2). Cota: 7-32-13-17
– A Arrábida: esboço geográfico. Lisboa: F.L.U.L., 1935. (Sep. de: Revista da Faculdade de Letras, T. 3). 5-11-9
– A Arrábida: esboço geográfico. Lisboa: Universidade de Lisboa, 1937 . (In: Revista da Faculdade de Letras, T. 4, p. 51-131).A-24-25
- Inquérito de geografia regional. Coimbra: M.E.N., 1938.5-11-1
– Inquérito do habitat rural. Coimbra: M.E.N, 1938.5-11-1
– Inquérito do habitat rural. 2. ed. Coimbra: Ministério da Educação Nacional, 1939.5-11-1
– L’Institut Portugais de la Sorbonne. Lisbonne: Institutu Français au Portugal, 1940. (Sep. de: Bulletin des Études Portugaises, F. 2).5-7-19
– Villages et communautés rurales au Portugal. Coimbra: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 1940. (Sep. de: Biblos, V. 16, T. 2).5-11-6
- Contribuição para o estudo do pastoreio na Serra da Estrela. Lisboa: Imprensa Nacional de Lisboa, 1941.636.08(469) RIB
– O Brasil: a terra e o homem. Coimbra: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 1942. (Sep. de: Brasília, V. 1).5-11-5
– José Leite de Vasconcellos. Coimbra: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 1942. (Sep. de: Biblos, V. 18, T. 1).5-29-7
– Sur le caractèr continental du trias portugais. Porto: Sociedade Geológica de Portugal, 1942. (Sep. de: Boletim da Sociedade Geológica de Portugal, V. 1, F. 3).5-16-15-120
– Vida e obras de José Leite de Vasconcellos. Porto: [s. n.], 1942. (Sep. de Portucale, V. 15)5-29-7
– Depósitos detríticos da bacia do Cávado: nota preliminar. Porto: Sociedade Geológica de Portugal, 1943. (Sep. de: Boletim da Sociedade Geológica de Portugal, V. 3, F. 1 e 2).7-64-24-44
– Depósitos e níveis pliocénicos e quaternários dos arredores do Porto: Nota preliminar. Porto: Sociedade Geológica de Portugal, 1943. (Sep. de: Boletim da Sociedade Geológica de Portugal, V. 3, F. 1 e 2).5-16-12-191
– Novas observações geológicas e morfológicas nos arredores de Vila-Velha-de-Ródão. Porto: Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico da Faculdade de Ciências do Porto, 1943. (Publicações do Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico da Faculdade de Ciências do Porto, 2. Sér., N. 32). 5-16-12-202
com BREUIL, H.; e ZBYSZEWSKI, Georges – Les plages quaternaires et les industries préhistoriques du littoral de l’Alentejo entre Sines et Vila Nova de Milfontes. Porto: Associação Portuguesa para o Progresso das Ciências, 1943. (In: Comunicações do Congresso Luso-Espanhol do Porto).5-16-12-223
– A cultura do trigo no sueste da Beira: Aspectos e problemas geográficos. Lisboa: Editorial Império, 1944. (Sep. de: Boletim da Federação Nacional de Produtores de Trigo, N. 5)5-11-6
– Bibliografia: J. Leite de Vasconcelos, Etnografia Portuguesa. Lisboa: [F.L.U.L., 1945?] (Sep. da Revista da Faculdade de Letras de Lisboa, 2. Sér., T. 10).5-3-36
– Expressão da terra portuguesa. Lisboa: [s. n.], 1945. (Sep. de: Atlântico, N. 6).5-11-10
- Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico: estudo geográfico. Coimbra: Coimbra Editora, 1945. (Universitas; 5).914.69 RIB
- com CARDIGOS, Norberto – Geografia da população de Portugal. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1946. 5-11-5
– David Lopes. Coimbra: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 1947. (Sep. de: Revista Portuguesa de História, T. 2).5-39-17
- Inquérito de geografia regional. 2. ed., aum. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, Instituto para a Alta Cultura, 1947.5-33-45-91
– A propósito do carácter continental do triásico português. Porto: Sociedade Geológica de Portugal, 1947. (Sep. de: Boletim da Sociedade Geológica de Portugal, V. 6, F. 3).5-13-13
- Notícia do pastoreio na Serra do Montemuro. Porto: Imprensa Portuguesa, 1948. (Sep. de: Miscelânea de Estudos à Memória de Cláudio Basto).636.08 (469) RIB
– Nótulas de geomorfologia madeirense. Porto: Sociedade Geológica de Portugal, 1948. (Sep. de: Boletim da Sociedade Geológica de Portugal, V. 7).5-14-11
- L'île de Madère: étude géographique. Lisbonne: Union Géographique Internationale, 1949.5-11-3
- Le Portugal central: livret-guide de l'excursion C. Lisbonne : Union Géographique Internationale, 1949.914.693 RIB
– A Universidade e o espírito científico. Lisboa: [s. n.], 1949.5-43-32
– Engenheiro Antonio Vianna. Porto: Imprensa Moderna, 1950.5-43-37
- Problemas da investigação científica colonial. Lisboa: Junta de Investigações Coloniais, 1950. 001.8 (469-5) RIB
– Três notas de Geomorfologia da Beira Baixa. Lisboa: Direcção Geral de Minas e Serviços Geológicos, 1951. (Sep. Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal, T. 32).5-46-19
– Celestino da Costa e a cultura nacional. Lisboa: [s. n.], 1954. (Sep. de: Gazeta Médica Portuguesa, V. 7, n. 1). 5-49-6
- A Ilha do Fogo e as suas erupções. [Lisboa]: Junta de Investigações do Ultramar, 1954. 5-54-5-127
– As ilhas atlântidas. [s. l.: s. n.], 1954. (Sep. de: Naturália, V. 4, F. 3).5-48-19
- Aspectos e problemas da expansão portuguesa. Lisboa: Fundação da Casa de Bragança, 1955. 9-(4)-8-3-48
– Primórdios da ocupação das ilhas de Cabo Verde. Lisboa: Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 1955. (Sep. de: Revista da Faculdade de Letras de Lisboa, 2. Sér., T. 21, N. 1).5-49-20
– São Paulo, metrópole do Brasil. Coimbra: U.C., 1955 (Sep. de: Brasília, V. 9). 5-49-9-101
- A geografia e a divisão regional do país: comunicação apresentada na sede do Centro de Estudos Político-Sociais no dia 9 de Janeiro de 1957. Lisboa: Centro de Estudos Político-Sociais, 1957. (Biblioteca do Centro de Estudos Político-Sociais. Estudos e Conferências). 5-50-40-278
- com BRITO, Raquel Soeiro de – Primeira notícia da erupção dos Capelinhos na ilha do Faial. Lisboa: Carlos Teixeira, 1958. (In.: Naturália, V. 7, F. 1-4). A-15-17
- Atitude e explicação em geografia humana. Porto: Galaica, 1960. 5-64-33-18
- Geografia e civilização: temas portugueses. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa, 1961. (Chorographia. Colecção de Estudos de Geografia Humana e Regional). 5-68-20-171
- Problemas humanos de África. Lisboa: Edições Maranus, 1961. (Sep. de: Colóquios sobe Problemas Humanos nas Regiões Tropicais, N. 51). 5-66-37-38
- Geografia da expansão portuguesa. Lisboa: Universidade de Lisboa, 1961. (Sep. de: Arquivos da Universidade, N. 2).5-66-43-62
- Vida e obras de José Leite de Vasconcellos. Lisboa: Imprensa Nacional, 1962.5-6-46-166
- Aspectos e problemas da expansão portuguesa. Lisboa: Junta de Investigações do Ultramar, 1962. (Estudos de Ciências Políticas e Sociais; 59). 5-60-54
- Francisco Tenreiro: (1921-1963). Lisboa: Faculdade de Letras de Lisboa, 1963. (Sep. de: Revista da Faculdade de Letras de Lisboa, N. 7).6-5-21-45
- Problemas da Universidade. Lisboa: Livraria Sá da Costa, 1964. 5-34-4-71
- Acerca de alguns conceitos fundamentais da investigação científica. Lisboa: Emp. Tip. Casa Portuguesa, 1965. (In: Livro de Homenagem ao Professor Fernando Fonseca). 5-12-25-102
- com outros, Carta geológica de Portugal na escala de 1/50000: Notícia explicativa da Folha 28-B Nisa. Lisboa: Serviços Geológicos de Portugal, 1965. 5-12-32-64
- Orientação. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1966. (Sep. de: Finisterra, V. 1, N. 1). 5-14-33-91
- Veneza. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1966. (Sep. de: Finisterra, V. 1, N. 1). 5-68-44-183
- com outros, Carta geológica de Portugal na escala de 1/50000: Notícia explicativa da Folha 24-D Castelo Branco. Lisboa: Serviços Geológicos de Portugal, 1967. 5-33-35-87
- Mapa da utilização do solo em Portugal. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1967. (Sep. de: Finisterra, V. 2, N. 4).5-33-36-385
- Paisagens rurais da América Tropical: ensaio de geografia comparada. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1967. Finisterra, V. 2, N. 3). 5-33-36-70
- David Lopes. Lisboa: Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 1968. (Sep. de: Revista da Faculdade de Letras de Lisboa, V. 3, N. 11). 5-23-12-141
- Excursão à Arrábida. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1968. (Sep. de: Finisterra, V. 3, N. 6). 5-23-14-89
- Excursão à Estremadura e Portugal Central. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1968. 5-25-49-152
- Região e rede urbana: formas tradicionais e estruturas novas. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1968. (Sep. de: Finisterra V. 3, N. 5). 5-37-37-234
- Primeiro seminário internacional de geografia. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1968. (Sep. de: Finisterra, V. 3, N. 6). 5-21-40-34
- Alexander von Humboldt: (1769-1859). Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1969. (Sep. de: Finisterra, V. 4, N. 8).5-11-16-105
- Proémio metodológico ao estudo das pequenas cidades portuguesas. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1969. (Sep. de: Finisterra, V. 4, N. 7). 5-11-48-81
- Em torno das origens de Viseu. Coimbra: F.L.U.C., 1970. (Sep. de: Revista Portuguesa de História, V. 13).5-27-62-99
- A evolução agrária no Portugal Mediterrâneo: notícia e comentário de uma obra de Albert Silbert. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, Universidade de Lisboa, 1970. (Chorographia. Série Histórica). 5-39-59-31
- José Leite de Vasconcelos na Escola Médica do Porto. Porto: [s. n.], 1970. (Sep. de: O Médico, V. 55, N. 970).5-2-40-21
- Notas e recensões. A Sertã: pequeno centro na área de xisto da Beira Baixa. Bochimanes de Angola. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1970. (Sep. de: Finisterra V. 5, N. 9).6-3-5-52
- Notas e recensões: XXII Congresso Internacional de Geografia. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1970. (Sep. de: Finisterra, V. 5, N. 10). 5-1-44-111
- Hermann Lautensach: (1886-1971). Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1971. (Sep. de: Finisterra, V. 6, N. 12).5-11-89-168
- O Infante e o mundo novo. Lisboa: Universidade de Lisboa, 1961. 5-66-8-9
- Localização e destino dos centros urbanos de Trás-os-Montes. Lisboa: Centro de Estudos de Geográficos, 1972. (Sep. de: Finisterra, V. 7, N. 13). 5-11-86-121
- "Nouvelle géographie" et géographie classique: à propos de deux éditions récentes. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1972. (Sep. de: Finisterra, V. 7, N. 14). 6-3-25-115
- O Professor Torre de Assunção. Lisboa: Faculdade de Ciências Lisboa, 1972. (Sep. de: Revista da Faculdade de Ciências de Lisboa, V. 17, N. 1). 6-9-32-51
- Um mestre da geografia do nosso século Emmanuel de Martonne: (1873-1955). Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1973. (Sep. de: Finisterra, V. 8, N. 16). 6-7-10-221
- com DAVEAU, Suzanne - La zone intertropicale humide. Paris: Armand Colin, 1973. (Collection U. Série "Géographie"). 6-36-16
- Notas de Leite de Vasconcellos acerca da vida comunitária em Portugal. Lisboa: [s. n.], 1974. (In: Memoriam António Jorge Dias). 6-25-23-189
- Notas e recensões: o XXIII Congresso Internacional de Geografia, Moscovo, 1976; Varenius precursor da Geografia moderna; Centenário do Tetraedro ou uma história de proveito e exemplo. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1974. (Sep. de: Finisterra, V. 9, N. 17).6-25-17-155
- Destinos do Ultramar. Lisboa: Livros Horizonte, [1974]. (Colecção Horizonte; 26).6-40-35-58
- Mediterrâneo: ambiente e tradição. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1968. 5-70-24-5b
- Gratulação a Paulo Quintela. Coimbra: Faculdade de Letras, 1975. (Sep. de: Biblos, 51). 5-52-11-89
- Notas e recensões. Sobre as origens de Portugal. O espaço urbano do Porto: resultados e problemas. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1975. (Sep. de: Finisterra, V. 10, N. 19). 5-52-11-139
- A Universidade em crise. Lisboa: Edições Cosmos, 1976. 6-50-14 A-3/4
- Silva Telles, introdutor do ensino da geografia em Portugal. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1976. (Sep. de: Finisterra, V. 11, N. 21). 5-33-74-5
- Introduções geográficas à história de Portugal: estudo crítico. Lisboa: Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1977. (Colecção Estudos Portugueses; 3). 6-26-27-6
- Nótula sobre a "inutilidade" da ciência. Coimbra: Faculdade de Letras, 1977. (Sep. de: Biblos 54). 5-33-72-21
- O Brasil: evolução singular no Império Português. Coimbra: Faculdade de Letras, 1978. (Sep. de: Revista Portuguesa de História, V. 17). 5-33-72-122
- La leçon de Carl Troll. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1978. (Sep. de: Finisterra, V. 13, N. 26). 5-19-39-63
- A terra e a variedade humana, as raças. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1978. (Sep. de: Finisterra, V. 13, N. 25). 5-19-26-76
- Joaquim de Carvalho, personalidade e pensamento. Coimbra: Faculdade de Letras, 1980. (Sep. de: Biblos, 56). 5-33-72-227
- Geografia e civilização: temas portugueses. Lisboa: Livros Horizonte, [D.L. 1980]. (Espaço e sociedade; 2). 6-38-16-23
- Geografia e reflexão filosófica. Lisboa: Academia das Ciências de Lisboa, 1980. (Sep. de: Memórias da Academia das Ciências de Lisboa: Classe Ciências, V. 21). 6-42-28-72
- O homem na evolução geológica. [S.l.]: Sociedade Geológica de Portugal, 1981. (Sep. de: Boletim da Sociedade Geológica de Portugal, V. 22). 6-27-27-51
- Sessão solene comemorativa do centenário do nascimento do Professor Augusto Celestino da Costa, na Aula Magna da Faculdade de Medicina de Lisboa, em 30/5/84: Augusto Celestino da Costa: uma obra e um homem. Lisboa: [s.n.], 1985. (Sep. de: Jornal da Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa, T. 149, N. 6). 5-11-31-127
- com DAVEAU, Suzanne, Conhecimento actual da história da Geografia em Portugal. Lisboa: Academia das Ciências, 1986. (Sep. de: História e Desenvolvimento da Ciência em Portugal, V. 2). 6-42-28-289
- Iniciação em geografia humana. Lisboa: Edições João Sá da Costa, 1986. (Humanismo e ciência; 2). 6-28-39-19
- Entre-Douro-e-Minho. Porto: Universidade do Porto, 1987. (Sep. de: Revista da Faculdade de Letras-Geografia, S. 1, V. 3) 6-10-36-11
- Introdução ao estudo da geografia regional. Lisboa: Edições João Sá da Costa, 1987. (Colecção Humanismo e Ciência; 3). 6-46-34-14
- Reflexões sobre Estremadura: significado e origem do nome. [Coimbra: Faculdade de Letras], 1982. (Sep. de: Biblos, 58). 5-22-12-66
- A ilha da Madeira até meados do século XX: estudo geográfico. Lisboa: Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, 1985. 5-11-28-50
- Variações sobre temas de ciência. Lisboa: Livraria Sá da Costa, 1970. 5-16-14
– A formação de Portugal. Lisboa: Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, 1987. 6-6-24-18
- Geografia de Portugal. Lisboa: João Sá da Costa, 1987-1991. 4 v. 6-50-44
- Opúsculos geográficos. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1989-1995. 6 v. (Manuais universitários). 5-70-16
- As transformações do povoamento e das culturas na área de Pinhal Novo. Pinhal Novo: Junta de Freguesia, 1998. (Origens e destinos; 1). 6-37-14-51
– Goa em 1956: relatório ao Governo. Organização e introdução de Suzanne Daveau; pref. de Fernando Rosas. [Lisboa]: Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 1999.6-50-85-4
- Memórias de um geógrafo. Lisboa: Edições João Sá da Costa, 2003. (Humanismo e ciência). 8-(2)-19-23-47
- A Arrábida: esboço geográfico. Sesimbra: Câmara Municipal; Lisboa: Liga para a Protecção da Natureza, 1986. 5-22-37-39
- A Arrábida: esboço geográfico. 3. ed. [Lisboa]: Fundação Oriente; Sesimbra: Câmara Municipal, 2004. 8-(2)-20-5-81
Abriu hoje na Sala do Catálogo uma Exposição Bibliográfica dedicada a Orlando Ribeiro, o professor de Geografia da Universidade de Lisboa que hoje faria cem anos.
Orlando Ribeiro nasceu em Lisboa a 16 de Fevereiro de 1911, falecendo a 17 de Novembro de 1997. Licenciado em Geografia e História em 1932, Orlando Ribeiro doutorou-se em 1935 em Geografia pela Universidade de Lisboa, com a tese A Arrábida, esboço geográfico. Depois de três anos em Paris regressa a Portugal em 1940 vindo a leccionar na Universidade de Coimbra em 1941 e 1942, fixando-se em Lisboa em 1943.
Comemorando o centenário do seu nascimento, encontra-se patente na Sala do Catálogo da Biblioteca Geral uma mostra bibliográfica retrospectiva das obras de Orlando Ribeiro, unanimemente considerado o geógrafo português de maior projecção internacional e o principal renovador da Geografia em Portugal.
Sala do Catálogo | 16 de Fevereiro a 11 de Março
Segunda a Sexta-feira no horário de funcionamento da Biblioteca
Bibliografia (os títulos estão por ordem cronológica):
– Barros Gomes: geógrafo. Lisboa: F.L.U.L., 1934. (Sep. de Revista da Faculdade de Letras, T. 2). Cota: 7-32-13-17
– A Arrábida: esboço geográfico. Lisboa: F.L.U.L., 1935. (Sep. de: Revista da Faculdade de Letras, T. 3). 5-11-9
– A Arrábida: esboço geográfico. Lisboa: Universidade de Lisboa, 1937 . (In: Revista da Faculdade de Letras, T. 4, p. 51-131).A-24-25
- Inquérito de geografia regional. Coimbra: M.E.N., 1938.5-11-1
– Inquérito do habitat rural. Coimbra: M.E.N, 1938.5-11-1
– Inquérito do habitat rural. 2. ed. Coimbra: Ministério da Educação Nacional, 1939.5-11-1
– L’Institut Portugais de la Sorbonne. Lisbonne: Institutu Français au Portugal, 1940. (Sep. de: Bulletin des Études Portugaises, F. 2).5-7-19
– Villages et communautés rurales au Portugal. Coimbra: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 1940. (Sep. de: Biblos, V. 16, T. 2).5-11-6
- Contribuição para o estudo do pastoreio na Serra da Estrela. Lisboa: Imprensa Nacional de Lisboa, 1941.636.08(469) RIB
– O Brasil: a terra e o homem. Coimbra: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 1942. (Sep. de: Brasília, V. 1).5-11-5
– José Leite de Vasconcellos. Coimbra: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 1942. (Sep. de: Biblos, V. 18, T. 1).5-29-7
– Sur le caractèr continental du trias portugais. Porto: Sociedade Geológica de Portugal, 1942. (Sep. de: Boletim da Sociedade Geológica de Portugal, V. 1, F. 3).5-16-15-120
– Vida e obras de José Leite de Vasconcellos. Porto: [s. n.], 1942. (Sep. de Portucale, V. 15)5-29-7
– Depósitos detríticos da bacia do Cávado: nota preliminar. Porto: Sociedade Geológica de Portugal, 1943. (Sep. de: Boletim da Sociedade Geológica de Portugal, V. 3, F. 1 e 2).7-64-24-44
– Depósitos e níveis pliocénicos e quaternários dos arredores do Porto: Nota preliminar. Porto: Sociedade Geológica de Portugal, 1943. (Sep. de: Boletim da Sociedade Geológica de Portugal, V. 3, F. 1 e 2).5-16-12-191
– Novas observações geológicas e morfológicas nos arredores de Vila-Velha-de-Ródão. Porto: Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico da Faculdade de Ciências do Porto, 1943. (Publicações do Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico da Faculdade de Ciências do Porto, 2. Sér., N. 32). 5-16-12-202
com BREUIL, H.; e ZBYSZEWSKI, Georges – Les plages quaternaires et les industries préhistoriques du littoral de l’Alentejo entre Sines et Vila Nova de Milfontes. Porto: Associação Portuguesa para o Progresso das Ciências, 1943. (In: Comunicações do Congresso Luso-Espanhol do Porto).5-16-12-223
– A cultura do trigo no sueste da Beira: Aspectos e problemas geográficos. Lisboa: Editorial Império, 1944. (Sep. de: Boletim da Federação Nacional de Produtores de Trigo, N. 5)5-11-6
– Bibliografia: J. Leite de Vasconcelos, Etnografia Portuguesa. Lisboa: [F.L.U.L., 1945?] (Sep. da Revista da Faculdade de Letras de Lisboa, 2. Sér., T. 10).5-3-36
– Expressão da terra portuguesa. Lisboa: [s. n.], 1945. (Sep. de: Atlântico, N. 6).5-11-10
- Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico: estudo geográfico. Coimbra: Coimbra Editora, 1945. (Universitas; 5).914.69 RIB
- com CARDIGOS, Norberto – Geografia da população de Portugal. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1946. 5-11-5
– David Lopes. Coimbra: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 1947. (Sep. de: Revista Portuguesa de História, T. 2).5-39-17
- Inquérito de geografia regional. 2. ed., aum. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, Instituto para a Alta Cultura, 1947.5-33-45-91
– A propósito do carácter continental do triásico português. Porto: Sociedade Geológica de Portugal, 1947. (Sep. de: Boletim da Sociedade Geológica de Portugal, V. 6, F. 3).5-13-13
- Notícia do pastoreio na Serra do Montemuro. Porto: Imprensa Portuguesa, 1948. (Sep. de: Miscelânea de Estudos à Memória de Cláudio Basto).636.08 (469) RIB
– Nótulas de geomorfologia madeirense. Porto: Sociedade Geológica de Portugal, 1948. (Sep. de: Boletim da Sociedade Geológica de Portugal, V. 7).5-14-11
- L'île de Madère: étude géographique. Lisbonne: Union Géographique Internationale, 1949.5-11-3
- Le Portugal central: livret-guide de l'excursion C. Lisbonne : Union Géographique Internationale, 1949.914.693 RIB
– A Universidade e o espírito científico. Lisboa: [s. n.], 1949.5-43-32
– Engenheiro Antonio Vianna. Porto: Imprensa Moderna, 1950.5-43-37
- Problemas da investigação científica colonial. Lisboa: Junta de Investigações Coloniais, 1950. 001.8 (469-5) RIB
– Três notas de Geomorfologia da Beira Baixa. Lisboa: Direcção Geral de Minas e Serviços Geológicos, 1951. (Sep. Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal, T. 32).5-46-19
– Celestino da Costa e a cultura nacional. Lisboa: [s. n.], 1954. (Sep. de: Gazeta Médica Portuguesa, V. 7, n. 1). 5-49-6
- A Ilha do Fogo e as suas erupções. [Lisboa]: Junta de Investigações do Ultramar, 1954. 5-54-5-127
– As ilhas atlântidas. [s. l.: s. n.], 1954. (Sep. de: Naturália, V. 4, F. 3).5-48-19
- Aspectos e problemas da expansão portuguesa. Lisboa: Fundação da Casa de Bragança, 1955. 9-(4)-8-3-48
– Primórdios da ocupação das ilhas de Cabo Verde. Lisboa: Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 1955. (Sep. de: Revista da Faculdade de Letras de Lisboa, 2. Sér., T. 21, N. 1).5-49-20
– São Paulo, metrópole do Brasil. Coimbra: U.C., 1955 (Sep. de: Brasília, V. 9). 5-49-9-101
- A geografia e a divisão regional do país: comunicação apresentada na sede do Centro de Estudos Político-Sociais no dia 9 de Janeiro de 1957. Lisboa: Centro de Estudos Político-Sociais, 1957. (Biblioteca do Centro de Estudos Político-Sociais. Estudos e Conferências). 5-50-40-278
- com BRITO, Raquel Soeiro de – Primeira notícia da erupção dos Capelinhos na ilha do Faial. Lisboa: Carlos Teixeira, 1958. (In.: Naturália, V. 7, F. 1-4). A-15-17
- Atitude e explicação em geografia humana. Porto: Galaica, 1960. 5-64-33-18
- Geografia e civilização: temas portugueses. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa, 1961. (Chorographia. Colecção de Estudos de Geografia Humana e Regional). 5-68-20-171
- Problemas humanos de África. Lisboa: Edições Maranus, 1961. (Sep. de: Colóquios sobe Problemas Humanos nas Regiões Tropicais, N. 51). 5-66-37-38
- Geografia da expansão portuguesa. Lisboa: Universidade de Lisboa, 1961. (Sep. de: Arquivos da Universidade, N. 2).5-66-43-62
- Vida e obras de José Leite de Vasconcellos. Lisboa: Imprensa Nacional, 1962.5-6-46-166
- Aspectos e problemas da expansão portuguesa. Lisboa: Junta de Investigações do Ultramar, 1962. (Estudos de Ciências Políticas e Sociais; 59). 5-60-54
- Francisco Tenreiro: (1921-1963). Lisboa: Faculdade de Letras de Lisboa, 1963. (Sep. de: Revista da Faculdade de Letras de Lisboa, N. 7).6-5-21-45
- Problemas da Universidade. Lisboa: Livraria Sá da Costa, 1964. 5-34-4-71
- Acerca de alguns conceitos fundamentais da investigação científica. Lisboa: Emp. Tip. Casa Portuguesa, 1965. (In: Livro de Homenagem ao Professor Fernando Fonseca). 5-12-25-102
- com outros, Carta geológica de Portugal na escala de 1/50000: Notícia explicativa da Folha 28-B Nisa. Lisboa: Serviços Geológicos de Portugal, 1965. 5-12-32-64
- Orientação. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1966. (Sep. de: Finisterra, V. 1, N. 1). 5-14-33-91
- Veneza. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1966. (Sep. de: Finisterra, V. 1, N. 1). 5-68-44-183
- com outros, Carta geológica de Portugal na escala de 1/50000: Notícia explicativa da Folha 24-D Castelo Branco. Lisboa: Serviços Geológicos de Portugal, 1967. 5-33-35-87
- Mapa da utilização do solo em Portugal. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1967. (Sep. de: Finisterra, V. 2, N. 4).5-33-36-385
- Paisagens rurais da América Tropical: ensaio de geografia comparada. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1967. Finisterra, V. 2, N. 3). 5-33-36-70
- David Lopes. Lisboa: Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 1968. (Sep. de: Revista da Faculdade de Letras de Lisboa, V. 3, N. 11). 5-23-12-141
- Excursão à Arrábida. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1968. (Sep. de: Finisterra, V. 3, N. 6). 5-23-14-89
- Excursão à Estremadura e Portugal Central. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1968. 5-25-49-152
- Região e rede urbana: formas tradicionais e estruturas novas. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1968. (Sep. de: Finisterra V. 3, N. 5). 5-37-37-234
- Primeiro seminário internacional de geografia. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1968. (Sep. de: Finisterra, V. 3, N. 6). 5-21-40-34
- Alexander von Humboldt: (1769-1859). Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1969. (Sep. de: Finisterra, V. 4, N. 8).5-11-16-105
- Proémio metodológico ao estudo das pequenas cidades portuguesas. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1969. (Sep. de: Finisterra, V. 4, N. 7). 5-11-48-81
- Em torno das origens de Viseu. Coimbra: F.L.U.C., 1970. (Sep. de: Revista Portuguesa de História, V. 13).5-27-62-99
- A evolução agrária no Portugal Mediterrâneo: notícia e comentário de uma obra de Albert Silbert. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, Universidade de Lisboa, 1970. (Chorographia. Série Histórica). 5-39-59-31
- José Leite de Vasconcelos na Escola Médica do Porto. Porto: [s. n.], 1970. (Sep. de: O Médico, V. 55, N. 970).5-2-40-21
- Notas e recensões. A Sertã: pequeno centro na área de xisto da Beira Baixa. Bochimanes de Angola. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1970. (Sep. de: Finisterra V. 5, N. 9).6-3-5-52
- Notas e recensões: XXII Congresso Internacional de Geografia. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1970. (Sep. de: Finisterra, V. 5, N. 10). 5-1-44-111
- Hermann Lautensach: (1886-1971). Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1971. (Sep. de: Finisterra, V. 6, N. 12).5-11-89-168
- O Infante e o mundo novo. Lisboa: Universidade de Lisboa, 1961. 5-66-8-9
- Localização e destino dos centros urbanos de Trás-os-Montes. Lisboa: Centro de Estudos de Geográficos, 1972. (Sep. de: Finisterra, V. 7, N. 13). 5-11-86-121
- "Nouvelle géographie" et géographie classique: à propos de deux éditions récentes. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1972. (Sep. de: Finisterra, V. 7, N. 14). 6-3-25-115
- O Professor Torre de Assunção. Lisboa: Faculdade de Ciências Lisboa, 1972. (Sep. de: Revista da Faculdade de Ciências de Lisboa, V. 17, N. 1). 6-9-32-51
- Um mestre da geografia do nosso século Emmanuel de Martonne: (1873-1955). Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1973. (Sep. de: Finisterra, V. 8, N. 16). 6-7-10-221
- com DAVEAU, Suzanne - La zone intertropicale humide. Paris: Armand Colin, 1973. (Collection U. Série "Géographie"). 6-36-16
- Notas de Leite de Vasconcellos acerca da vida comunitária em Portugal. Lisboa: [s. n.], 1974. (In: Memoriam António Jorge Dias). 6-25-23-189
- Notas e recensões: o XXIII Congresso Internacional de Geografia, Moscovo, 1976; Varenius precursor da Geografia moderna; Centenário do Tetraedro ou uma história de proveito e exemplo. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1974. (Sep. de: Finisterra, V. 9, N. 17).6-25-17-155
- Destinos do Ultramar. Lisboa: Livros Horizonte, [1974]. (Colecção Horizonte; 26).6-40-35-58
- Mediterrâneo: ambiente e tradição. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1968. 5-70-24-5b
- Gratulação a Paulo Quintela. Coimbra: Faculdade de Letras, 1975. (Sep. de: Biblos, 51). 5-52-11-89
- Notas e recensões. Sobre as origens de Portugal. O espaço urbano do Porto: resultados e problemas. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1975. (Sep. de: Finisterra, V. 10, N. 19). 5-52-11-139
- A Universidade em crise. Lisboa: Edições Cosmos, 1976. 6-50-14 A-3/4
- Silva Telles, introdutor do ensino da geografia em Portugal. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1976. (Sep. de: Finisterra, V. 11, N. 21). 5-33-74-5
- Introduções geográficas à história de Portugal: estudo crítico. Lisboa: Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1977. (Colecção Estudos Portugueses; 3). 6-26-27-6
- Nótula sobre a "inutilidade" da ciência. Coimbra: Faculdade de Letras, 1977. (Sep. de: Biblos 54). 5-33-72-21
- O Brasil: evolução singular no Império Português. Coimbra: Faculdade de Letras, 1978. (Sep. de: Revista Portuguesa de História, V. 17). 5-33-72-122
- La leçon de Carl Troll. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1978. (Sep. de: Finisterra, V. 13, N. 26). 5-19-39-63
- A terra e a variedade humana, as raças. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1978. (Sep. de: Finisterra, V. 13, N. 25). 5-19-26-76
- Joaquim de Carvalho, personalidade e pensamento. Coimbra: Faculdade de Letras, 1980. (Sep. de: Biblos, 56). 5-33-72-227
- Geografia e civilização: temas portugueses. Lisboa: Livros Horizonte, [D.L. 1980]. (Espaço e sociedade; 2). 6-38-16-23
- Geografia e reflexão filosófica. Lisboa: Academia das Ciências de Lisboa, 1980. (Sep. de: Memórias da Academia das Ciências de Lisboa: Classe Ciências, V. 21). 6-42-28-72
- O homem na evolução geológica. [S.l.]: Sociedade Geológica de Portugal, 1981. (Sep. de: Boletim da Sociedade Geológica de Portugal, V. 22). 6-27-27-51
- Sessão solene comemorativa do centenário do nascimento do Professor Augusto Celestino da Costa, na Aula Magna da Faculdade de Medicina de Lisboa, em 30/5/84: Augusto Celestino da Costa: uma obra e um homem. Lisboa: [s.n.], 1985. (Sep. de: Jornal da Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa, T. 149, N. 6). 5-11-31-127
- com DAVEAU, Suzanne, Conhecimento actual da história da Geografia em Portugal. Lisboa: Academia das Ciências, 1986. (Sep. de: História e Desenvolvimento da Ciência em Portugal, V. 2). 6-42-28-289
- Iniciação em geografia humana. Lisboa: Edições João Sá da Costa, 1986. (Humanismo e ciência; 2). 6-28-39-19
- Entre-Douro-e-Minho. Porto: Universidade do Porto, 1987. (Sep. de: Revista da Faculdade de Letras-Geografia, S. 1, V. 3) 6-10-36-11
- Introdução ao estudo da geografia regional. Lisboa: Edições João Sá da Costa, 1987. (Colecção Humanismo e Ciência; 3). 6-46-34-14
- Reflexões sobre Estremadura: significado e origem do nome. [Coimbra: Faculdade de Letras], 1982. (Sep. de: Biblos, 58). 5-22-12-66
- A ilha da Madeira até meados do século XX: estudo geográfico. Lisboa: Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, 1985. 5-11-28-50
- Variações sobre temas de ciência. Lisboa: Livraria Sá da Costa, 1970. 5-16-14
– A formação de Portugal. Lisboa: Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, 1987. 6-6-24-18
- Geografia de Portugal. Lisboa: João Sá da Costa, 1987-1991. 4 v. 6-50-44
- Opúsculos geográficos. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1989-1995. 6 v. (Manuais universitários). 5-70-16
- As transformações do povoamento e das culturas na área de Pinhal Novo. Pinhal Novo: Junta de Freguesia, 1998. (Origens e destinos; 1). 6-37-14-51
– Goa em 1956: relatório ao Governo. Organização e introdução de Suzanne Daveau; pref. de Fernando Rosas. [Lisboa]: Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 1999.6-50-85-4
- Memórias de um geógrafo. Lisboa: Edições João Sá da Costa, 2003. (Humanismo e ciência). 8-(2)-19-23-47
- A Arrábida: esboço geográfico. Sesimbra: Câmara Municipal; Lisboa: Liga para a Protecção da Natureza, 1986. 5-22-37-39
- A Arrábida: esboço geográfico. 3. ed. [Lisboa]: Fundação Oriente; Sesimbra: Câmara Municipal, 2004. 8-(2)-20-5-81
EM MEMÓRIA DE ORLANDO RIBEIRO

Publicamos, com a devida vénia, texto recebido do geólogo e divulgador científico Galopim de Carvalho (autor do blogue Sopas de Pedra) em homenagem ao grande geógrafo português Orlando Ribeiro, cujo centenário do nascimento se assinala hoje:
Nasceu em Lisboa, faz hoje, dia 16 de Fevereiro de 2011, 100 anos, e deixou-nos, vai para 14, em Novembro de 1997. A memória que eu e muitos outros temos dele é ainda muito fresca, tal a marca que deixou em nós.
Geógrafo tradicional, de elevada craveira, dentro e fora do país, nos domínios da geografia física (geomorfologia) e da geografia humana, com uma notável preparação geológica, Orlando Ribeiro foi um humanista igualmente reconhecido a nível nacional e internacional. Renovador da Geografia em Portugal, o Prof. Orlando (era assim que o tratávamos), foi senhor de muitos saberes em outras áreas, como as da História, da Antropologia, da Etnografia e da Geologia, saberes que expunha numa linguagem falada e escrita de invulgar correcção, não raras vezes poética.
De parceria com o seu colega e amigo Pierre Birot, de l’Institut de Geographie de Paris, foi pioneiro numa metodologia de investigação geomorfológica, substancialmente assente no cabal conhecimento dos sedimentos resultantes da erosão do relevo. E foi nesta linha inovadora que me concedeu o privilégio de aceitar ser meu orientador nas dissertações de doutoramento que apresentei e defendi nas Universidades de Paris e de Lisboa, factos decisivos na escolha da via de investigação que caracterizou o essencial da minha actividade com geólogo e como docente.
Como era hábito deste ilustre Mestre, para além das frutuosas e pedagógicas discussões que travava com os seus orientandos, nas visitas que com eles fazia ao terreno, lia com eles o manuscrito, em fase final das respectivas dissertações e aí, uma vez mais, voltava a discutir, dava sugestões, fazia correcções de forma e de conteúdo, e ensinava a escrever em bom português. E foi isso que ele fez comigo, o único não geógrafo entre os muitos que orientou.
Este meu relacionamento com o Prof. Orlando aconteceu porque eu era colega do seu filho António (hoje, o igualmente ilustre Prof. António Ribeiro), na licenciatura em Ciências Geológicas, e ambos fizéramos, com ele, proveitosas saídas de campo, onde a geomorfologia, a geologia e geografia humana se harmonizavam no rigor e na beleza, por vezes poética, do seu discurso. Aconteceu, ainda, porque éramos vizinhos. Das traseiras da sua casa falava-se para as traseiras da minha. Assim, para além da relação mestre/discípulo, fomos amigos chegados ao longo de cerca 40 anos.
A. M. Galopim de Carvalho
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
MAPAS ANTIGOS ENRIQUECEM BIBLIOTECA

Meu artigo saído hoje no semanário "C" (na imagem o mapa de Portugal publicado por Ortelius):
A Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, que já era uma das mais ricas bibliotecas nacionais, acaba de ficar ainda mais rica, com a aquisição da maior e melhor colecção de mapas antigos portugueses, que estava de posse do Doutor Carlos Alberto Nabais Conde, professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia apaixonado pela cartografia antiga.
Entre os espécimes cartográficos, bem mais de mil, que passam a pertencer aos fundos da Universidade, destaca-se o mapa mais antigo de Portugal Continental. Foi seu autor Fernando Álvares Seco, um geógrafo envolto em mistério. O original manuscrito, hoje desaparecido, foi um presente de uma embaixada portuguesa a um cardeal italiano que na Santa Sé protegia o reino português, no início do reinado de D. Sebastião. O editor italiano Michele Tramezzino, de Veneza, imprimiu-o numa gravura à escala de 1: 1.340.000, que saiu, com privilégio papal, em 1561. Há, em todo o mundo, muito poucas cópias em bom estado deste mapa, como a que agora ficou de posse da Biblioteca Geral (a Biblioteca Nacional adquiriu há pouco tempo uma que se encontra truncada). O que mais salta à vista a quem observa esse mapa é a disposição do país na horizontal, com a costa ocidental virada para cima. Como essa costa se assemelha a uma cabeça, tal representação poderá ter inspirado Luís de Camões, quando ele escreveu nos Lusíadas: Eis aqui, quase cume da cabeça/ De Europa toda, o reino lusitano. Lembra-se que Os Lusíadas, com primeira edição de 1572, é dedicado a D. Sebastião, sendo quase contemporâneo do mapa de Álvares Seco (a Biblioteca Geral possui um exemplar dessa preciosa edição). Um ano antes da impressão dos Lusíadas em Lisboa era publicada em Antuérpia, um atlas, da autoria de Abraham Ortelius, com uma outra versão do mais antigo mapa português, que assim conseguiu ampla circulação nos meios cultos da Europa (também o atlas de Ortelius se encontra na Biblioteca Geral).
Mas o primeiro mapa nacional é apenas uma das peças de uma vasta colecção reunida ao longo dos anos por um coleccionador que não se poupou a esforços para conseguir um património cartográfico único. Além de muitos outros mapas do actual território português, encontram-se diversas cartas de territórios coloniais, que mostram como foi aumentando o conhecimento das novas terras num império muito vasto. Alguns desses mapas estarão em breve patentes numa exposição na Biblioteca Joanina, nos espaços de um circuito turístico recentemente ampliado. Nessa verdadeira arca de tesouros que é a Joanina mostrar-se-ão os novos tesouros entrados na Universidade. Ao mesmo tempo, procurar-se-á realizar um trabalho de digitalização dos mapas, para ampliar o sítio da Alma Mater e tornar a Biblioteca Geral acessível em todo o lado. Qualquer pessoa, em qualquer lugar, poderá então desfrutar da beleza dos mapas antigos: apesar de estes não serem tão fiéis ao terrreno como o Google maps são incomparavelmente mais belos...
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Colecção de Mapas Antigos apresentada na Joanina

Informação recebida da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (na foto: Carta de Portugal de Fernando Álvaro Seco, na versão editada no Theatrum Orbis Terrarum de Abraham Ortelius, em Antuérpia, no ano de 1570):
Foi recentemente adquirida pela Reitoria da Universidade e depositada na Biblioteca Geral a maior e mais completa colecção privada portuguesa de mapas antigos com representação do território de Portugal, reunida pelo Professor Carlos Alberto Nabais Conde, da Universidade de Coimbra. A apresentação da colecção realizar-se-á numa sessão pública que vai decorrer na Biblioteca Joanina no próximo dia 9 de Fevereiro, pelas 17 horas.
A sessão contará com a intervenção da Prof. Doutora Fernanda Cravidão, Professora Catedrática do Departamento de Geografia da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, e durante esta sessão estará em exposição o único exemplar completo existente em Portugal do mais antigo mapa de conjunto do território continental, impresso por Tramezini em 1561, pertencente à colecção Nabais Conde e de que se conhecem menos de uma vintena de exemplares em todo o mundo.
Ao lado desta primeira edição do mapa de Fernando Álvaro (ou Álvares) Seco, mostrar-se-á na mesma ocasião um exemplar da primeira edição (Antuérpia, 1570) do Theatrum Orbis Terrarum de Abraham Ortelius, considerado o primeiro atlas moderno, e que deu a conhecer ao público em geral uma versão deste mesmo mapa. Em ambos, Portugal, antigamente Lusitania, é representado com o Norte para a direita, portanto com o país numa posição “deitada” que hoje parece muito insólita. A exposição das duas peças pretende evidenciar a complementaridade existente entre estes dois conjuntos, os fundos documentais da Biblioteca Geral e a colecção Nabais Conde, complementaridade essa que foi definitiva na decisão da sua aquisição pela Universidade.
A colecção Nabais Conde, com bem mais de 1000 peças, veio a partir de 2003 para a Biblioteca Geral para ser catalogada e fotografada, graças ao apoio de uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, embora o seu tratamento e disponibilização ainda não esteja terminado. Parte da colecção foi objecto de uma exposição em 2003-2004 no Museu Nacional da Ciência e da Técnica no âmbito da iniciativa Coimbra, Capital Nacional da Cultura.
sábado, 22 de maio de 2010
Sobre o cálculo da circunferência da Terra
Na sequência de dúvidas levantada por um leitor em relação ao cálculo da circunferência da Terra por Eratóstenes, explicado por António Piedade no texto Quanto mede um meridiano?, o De Rerum Natura procurou junto do classicista Bernardo Mota, que se interessa pelo assunto, informação suplementar. Sugere-nos ele as seguintes leituras:
- Bowen, Alan C. & Todd, Robert B. (2004). Cleomedes' Lectures on Astronomy. University of California Press.
A mais recente tradução inglesa duma das principais fontes para o cálculo de Eratóstenes. Tem esquemas e bibliografia secundária fundamental indicada nas notas.
- Roller, Duane W. (2010). Eratosthenes' Geography - Fragments collected and translated, with commentary and additional material. Princeton University Press.
Trata-se da mais recente obra de síntese sobre Eratóstenes
- Rawlins, D. (2008). Eratosthenes' Lighthouse Ploy Earth Radius 40800 Stades. The International Journal of Scientific History.
Neste artigo, o autor (que gosta de adoptar tom polémico), pretende mostrar que a história de Cleomedes é uma fábula.
Imagem retirada de: Bowen, Alan C.; Todd, Robert B. (2004).

A mais recente tradução inglesa duma das principais fontes para o cálculo de Eratóstenes. Tem esquemas e bibliografia secundária fundamental indicada nas notas.
- Roller, Duane W. (2010). Eratosthenes' Geography - Fragments collected and translated, with commentary and additional material. Princeton University Press.
Trata-se da mais recente obra de síntese sobre Eratóstenes
- Rawlins, D. (2008). Eratosthenes' Lighthouse Ploy Earth Radius 40800 Stades. The International Journal of Scientific History.
Neste artigo, o autor (que gosta de adoptar tom polémico), pretende mostrar que a história de Cleomedes é uma fábula.
Imagem retirada de: Bowen, Alan C.; Todd, Robert B. (2004).
terça-feira, 6 de abril de 2010
AS GRUTAS MAIS LONGAS DO MUNDO

Como não há duas sem três, eis o top ten final das cavidades subterrâneas, o das grutas mais longas. Só há, de facto, dez sistemas com um comprimento total de galerias superior a 100 quilómetros e a primeira, nos Estados Unidos da América, é de facto colossal: 591 km (esquema na figura)!
1 Mammoth Cave System, EUA (Kentucky) 590,629 km
2 Jewel Cave, EUA (South Dakota) 241,595 km
3 Optymistychna (Optimisticeskaja ), Ucrânia (Ternopil) 230,140 km
4 Wind Cave, EUA (South Dakota) 214,429 km
5 Lechuguilla Cave, EUA (New Mexico) 206,946 km
6 Hoelloch, Suíça (Schwiz) 195,914 km
7 Fisher Ridge Cave System, EUA (Kentucky) 182,067 km
8 Sistema Ox Bel Ha, México (Quintana Roo) 180,038 km, o maior sistema subaquático do mundo
9 Sistema Sac Actun (Nohoch Nah Chich) México (Quintana Roo)175,721 km
10 The Clearwater System (Gua Air Jernih), Malásia (Sarawak) 175,664 km
OS POÇOS MAIS PROFUNDOS DO MUNDO
O poço do México no filme anterior, apesar dos seus quase 400 m de profundidade, não é o mais profundo do mundo (poços naturais entenda-se). Esta é a lista actual dos maiores poços directos, sem ressaltos, em grutas. Desta vez a Eslovénia ganha, o que significa que países pequenos podem ter recordes geográficos:
1 Vrtoglavica, Eslovénia, 603 metros
2 Patkov gust, Croácia, 553
3 Da Keng, China, 519
4 Lukina jama, Croácia, 516
5 Velebita, Croácia, 513
6 Brezno pod velbom, Eslovénia, 501
7 Miao Keng, China, 491
8 Melkboden-Eishohle, Áustria, 451
9 Hollenhohle Hades, Áustria, 450
10 Baiyu Dong, China, 424
1 Vrtoglavica, Eslovénia, 603 metros
2 Patkov gust, Croácia, 553
3 Da Keng, China, 519
4 Lukina jama, Croácia, 516
5 Velebita, Croácia, 513
6 Brezno pod velbom, Eslovénia, 501
7 Miao Keng, China, 491
8 Melkboden-Eishohle, Áustria, 451
9 Hollenhohle Hades, Áustria, 450
10 Baiyu Dong, China, 424
SALTOS NO ESCURO
Do espaço para a terra. Início de um documentário da BBC com saltos de páraquedas num poço de 400 m de uma gruta, Sotano de las Golondrinas, na floresta tropical do México (região de San Luis Potosí), com David Attenborough.
AS GRUTAS MAIS PROFUNDAS DO MUNDO
Quando era mais novo compilei lista de cavidades subterrâneas mais profundas e mais longas que publiquei num boletim a stencil ("A Gruta"). Já há muito tempo que não ia ver o progresso neste recorde mundial de profundidade humana. Agora, com a ajuda da Internet (que na altura estava ainda por aparecer) encontrei um recente top ten das grutas mais profundas do mundo. A maior, na Geórgia, tem um desnível de 2191 m: é a única com mais de 2 km, que é a altitude aproximada do cume da Serra da Estrela. As dez que aqui se indicam são até à data as únicas com mais de 1,5 km de desnível. A Geórgia tem quatro grutas na lista, ao passo que a espanha tem duas:
1 Krubera (Voronja) Cave, Geórgia (Abkhazia) 2191 m
2 Illyuzia-Mezhonnogo-Snezhnaya, Geórgia (Abkhazia) 1753 m
3 Lamprechtsofen Vogelschacht Weg Schacht, Áustria (Salzburg) 1632 m
4 Gouffre Mirolda / Lucien Bouclier, França (Haute Savoie) 1626 m
5 Reseau Jean Bernard, França (Haute Savoie) 1602 m
6 Torca del Cerro del Cuevon (T.33)- Torca de las Saxifragas, Espanha (Asturias), 1589 m
7 Sarma, Georgia (Abkhazia) 1543 m
8 Shakta Vjacheslav Pantjukhina, Geórgia (Abkhazia) 1508 m
9 Sima de la Cornisa - Torca Magali, Espanha (Leon) 1507 m
10 Cehi 2, Eslovenia (Julian Alps) 1502 m
1 Krubera (Voronja) Cave, Geórgia (Abkhazia) 2191 m
2 Illyuzia-Mezhonnogo-Snezhnaya, Geórgia (Abkhazia) 1753 m
3 Lamprechtsofen Vogelschacht Weg Schacht, Áustria (Salzburg) 1632 m
4 Gouffre Mirolda / Lucien Bouclier, França (Haute Savoie) 1626 m
5 Reseau Jean Bernard, França (Haute Savoie) 1602 m
6 Torca del Cerro del Cuevon (T.33)- Torca de las Saxifragas, Espanha (Asturias), 1589 m
7 Sarma, Georgia (Abkhazia) 1543 m
8 Shakta Vjacheslav Pantjukhina, Geórgia (Abkhazia) 1508 m
9 Sima de la Cornisa - Torca Magali, Espanha (Leon) 1507 m
10 Cehi 2, Eslovenia (Julian Alps) 1502 m
sábado, 27 de fevereiro de 2010
Filipe de Sousa Folque (1800-1874)

Nem julgue Vossa Excelencia que por um astronomo contemplar mais o cêo que a terra lhe deixa esta de merecer muitos cuidados e séria attenção… (Filipe Folque)
A historiografia da astronomia portuguesa tem como figuras principais para os primeiros 50 anos do século XIX, dois importantes homens, que embora não sendo certamente os únicos, marcam indelevelmente estes anos da astronomia portuguesa. São eles Filipe de Sousa Folque e César Augusto de Campos Rodrigues. A primeira figura que se nos apresenta é Filipe Folque, nascido em Portalegre, em 1801, filho de um homem ilustre do seu tempo, também cientista, Pedro Folque, um espanhol refugiado ainda jovem em Portugal por razões religiosas, astrónomo a bordo da Marinha de Guerra portuguesa e, mais tarde, engenheiro geodésico do reino. Filipe Folque seguiu os passos do pai nos estudos científicos. Fez os seus primeiros estudos na Congregação dos Oratorianos, no Hospício das Necessidades. Cursou os estudos superiores na Academia da Marinha e terminou-os na Universidade de Coimbra, onde se doutorou em Matemática. Durante algum tempo leccionou Matemática na Universidade de Coimbra de onde foi demitido por razões políticas, tendo vivido alguns anos com dificuldades financeiras (tinha mulher e dois filhos), dando classes privadas até 1833, altura em que o regime liberal se implantou em Portugal e Filipe Folque foi nomeado professor de Matemática em 1837 na Real Academia da Marinha.
A Escola Politécnica foi criada pelo decreto de 11 de Fevereiro de 1837. No artº 74 deste decreto lia-se: “o Observatório Real da Marinha ficará anexo á Escola Polytechnica (...).” Filipe Folque foi neste estabelecimento de ensino nomeado professor de Astronomia e Geodesia, a 4ª cadeira das onze leccionadas na Escola Politécnica (onze, contando a cadeira não curricular de Navegação). As actas das reuniões do Conselho da Escola descrevem vários problemas na contratação de professores, especialmente nas áreas de Química e Filosofia, por não os haver com as habilitações requeridas para o exercício da actividade docente. Todavia, o provimento do docente da 4ª cadeira não encontrou nenhum obstáculo. Folque foi aceite sem nenhuma oposição, a sua docência já vinha aliás da Academia da Marinha.
Folque foi um eminente cientista na área da geodesia, tendo publicado vários trabalhos, com realce para a “Carta Geodésica” do reino, publicada em 1867, a “Carta Corográfica” do país, minucioso trabalho de todos os acidentes geográficos do território nacional, os “Planos Hidrográficos” dos principais portos e barras do reino e a “Carta Geográfica” das costas de Portugal. Homem viajado, fez parte por duas vezes da comitiva que acompanhou os reis D. Pedro V e D. Luís I, nas viagens de instrução pela Europa dos dois, na altura, ainda príncipes, tendo tido a oportunidade de visitar os principais observatórios astronómicos da Europa; além destas viagens como, diríamos hoje, conselheiro científico do Rei, coube-lhe também a tarefa de preceptor dos dois príncipes.
Em 12 de Dezembro de 1875, um ano após a sua morte, ocorrida em 24 de Novembro de 1874, o lente de Astronomia da Escola Politécnica, José Maria da Ponte Horta, lia na sessão pública da Real Academia das Ciências o seu elogio histórico, enumerando os “sucessos humanos” que em vida o cientista tinha obtido:
“Filipe Folque, general de divisão; doutor em mathematica; gran-cruz da ordem de S.Thiago da Espada; commendador da ordem de Nossa Senhora da Conceição de Villa Viçosa, de Aviz, e de diversas ordens estrangeiras; par do reino; director geral dos trabalhos geodesicos, hydrographicos, chorographicos e geologicos; organisador e chefe do observatorio astronomico da Ajuda; lente jubilado da Escola Polythecnica de Lisboa; socio effectivo d’esta Real Academia (...).”
Folque foi também um grande astrónomo; não foi um homem inclinado para a investigação astronómica de ponta, que se fazia na Europa, nem tão pouco um seguidor da astronomia de posição, no sentido que tenha deixado observações dos astros e que as mesmas, como veremos mais adiante, tenham sido transferidas para grandes centros internacionais de observação astronómica. Filipe Folque não foi o observador astronómico atento, como foi Campos Rodrigues, foi sim um eminente professor de Astronomia, na Academia da Marinha e na Escola Politécnica, tendo nesta última elaborado o curso de Astronomia, escrito pela sua própria mão. Segundo Horta:
“Se o talento do dr. Filippe Folque não foi inventivo, foi por ventura mais util no sentido social, por que foi pratico e assimilador,” e “cujos attributos principaes são o methodo, a lucidez, o rigor (…)”
Folque foi também um importante cientista geodésico do reino, a quem o Portugal de hoje deve as primeiras importantes medições do país: a forma, a natureza, a posição, e as dimensões de Portugal, tendo aplicado em astronomia a mesma lucidez e rigor que utilizou em geodesia. Devemos, por isso, destacar o seu empenho como professor da Academia da Marinha e da Escola Politécnica, a luta travada na dignificação do Observatório da Marinha, do qual se tornou o director por decreto de 24 de Dezembro de 1855 e, anos mais tarde, principal mentor da construção do Observatório da Ajuda.
Folque foi um intelectual honesto e competente, zeloso cumpridor das suas tarefas profissionais. Foi também um divulgador da ciência, sobretudo da astronomia, tendo lutado para a criação de um observatório astronómico em Portugal; foi por isso, como dissemos, um mentor importante da criação, na Tapada da Ajuda, do Observatório Astronómico de Lisboa. Foi um atento divulgador e dinamizador da Astronomia em Portugal, e não tem comparação no terceiro quartel do século XIX com nenhum outro astrónomo, exceptuando Campos Rodrigues.
Pelo esforço que empenhou na recuperação do Observatório da Marinha e na criação do Observatório da Tapada da Ajuda, pelos conhecimentos que colocou como professor ao serviço da astronomia, vemo-lo como o grande impulsionador da astronomia em Portugal neste quarto de século XIX.
Em 1866, escrevia:
“Depois de tudo quanto acabâmos de referir, parece impossível que Lisboa, a capital dos descobridores do oriente, continuasse a ter por observatório astronómico em 1856 o mesmo observatorio real da marinha, no estado de abatimento em que ficou no anno de 1809, em que os seus instrumentos e biblioteca, tudo foi conduzido para o Rio de Janeiro.”
E, fazendo o ponto da situação dos estudos astronómicos em Portugal, escrevia:
“Emquanto que em Portugal, por imperdoavel incuria do governo, o estudo das praticas superiores da astronomia continuava em completo esquecimento, pelo contrario em todos os mais estados da Europa progredia com enthusiasmo o gosto pelo estudo pratico desta sciencia: os instrumentos aperfeiçoavam-se, novas maravilhas se manifestam; a sciencia astronomica sempre exigente, porque mira a perfeição, inspira na alta mecanica (...), a adquirir a quasi ideal exactidão mathematica, medindo a pequenissima grandeza de um segundo, e até das fracções de segundo! (...) os astronomos não contentes de haverem conhecido os fundamentos do systema do mundo, pretendem agora investigar quaes sejam os do universo inteiro; tentam medir a distancia da Terra ás estrellas, precisam conhecer os seus effeitos parallaticos;”
Folque encaminha aqui o seu pensamento para a observação do “muito pequeno,” que iria chegar em breve. Ele sabe que se pode estudar o “mundo,” o que aqui só pode significar o sistema solar, por oposição ao “universo inteiro,” o todo. Bateu-se pela “ideia inicial da fundação d’um observatório astronómico em Lisboa, dotado de edificio especial; instrumentos apropriados; de observadores nacionaes, e instruídos, para que também com os seus recursos Portugal podesse concorrer com os institutos, congéneres estrangeiros na resolução dos grandes problemas do estudo do céu.”
É por isso a ele que ficámos a dever em grande parte o Observatório da Tapada da Ajuda.
No seu curso de Astronomia para a Escola Politécnica, escrito em 1840, Folque chama a atenção do utilizador do mesmo para o seguinte:
“Este trabalho que sahe hoje lithographado, não pode ser tido como um Curso d’Astronomia de minha composição: he uma compilação das obras de Herschel, Delambre, Puissant, e mais que tudo de Biot: será talvez um resumo deste ultimo,” (...) “não duvido dos seus deffeitos, porque he emprehendido por um Professor, que tem tido ao mesmo tempo muitos outros deveres a desempenhar; o meu fim porem he principalmente proporcionar os meios de estudo, e diminuir o trabalho a meus descipulos.”
De facto, Folque, teve ao longo da sua vida múltiplas actividades profissionais, como a de recuperar o Observatório da Marinha, dar aulas de astronomia e geodesia, levar a cabo o seu trabalho de geodésico em várias partes do país, além de ter escrito nas décadas de 40 e 50 várias Memórias na Academia das Ciências sobre trabalhos geodésicos executados em Portugal, e além ainda de ter sido preceptor dos infantes D. Pedro e D. Luís; todo este trabalho revela os muitos afazeres que tinha, sendo por isso louváveis as preocupações didácticas do divulgador de astronomia, ao compor este curso.
António Mota de Aguiar
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Uma Intuição por Portugal
Informação recebida do Museu da Ciência da Universidade de
Coimbra:


LANÇAMENTO DO LIVRO
"Uma Intuição por Portugal", de
SEBASTIÃO J. FORMOSINHO
Apresentação pelo Prof. Doutor Carlos Fiolhais
28 de Outubro 2009 18h00
Todas as linguagens sejam elas matemáticas, verbais, artísticas ou religiosas têm as suas limitações. Daqui decorre que o conhecimento humano, quando se exprime em alguma delas, padece dessas mesmas limitações. Michael Polanyi veio realçar precisamente este facto para as linguagens verbais, enfatizando que sabemos mais do que conseguimos exprimir por palavras. Um tal conhecimento é designado por /conhecimento tácito/ e carece de ser ensinado e aperfeiçoado através da acção numa relação de mestre e aprendiz.
Uma inovação nesta área do conhecimento numa universidade em Viseu, que poderia ter sido uma escola vocacionada para este tipo de ensino, vai-nos fazer reflectir sobre a natureza do conhecimento tácito, sobre problemas académicos e, acima de tudo, a respeito de questões culturais presentes no país e que estão a determinar o «nosso modo de vida» e a distanciar-nos da geografia a que pertencemos. O tema próximo foi um ponto de viragem na busca de novos caminhos de inovação e as acções que levaram ao seu desmantelamento. Pedindo emprestadas palavras do filósofo José Gil, é o «medo de existir» que atormenta de há muito Portugal. Um medo que arrasta consigo a inveja, a fuga ao risco, a não-inscrição, a instabilidade de estratégias políticas, institucionais, administrativas e outras constituindo já, infelizmente, uma marca cultural.
Paralelamente, a teoria do conhecimento tácito vai permitir discernir marcas culturais na ciência europeia e, através delas, e em contraste com outros países, situa-nos longe da nossa geografia, junto à Hungria e à República Checa. Debilidades que se somam às existentes, mas que carecemos de estar conscientes para reaportuguesar Portugal, tornando-o europeu.
Coimbra:


LANÇAMENTO DO LIVRO
"Uma Intuição por Portugal", de
SEBASTIÃO J. FORMOSINHO
Apresentação pelo Prof. Doutor Carlos Fiolhais
28 de Outubro 2009 18h00
Todas as linguagens sejam elas matemáticas, verbais, artísticas ou religiosas têm as suas limitações. Daqui decorre que o conhecimento humano, quando se exprime em alguma delas, padece dessas mesmas limitações. Michael Polanyi veio realçar precisamente este facto para as linguagens verbais, enfatizando que sabemos mais do que conseguimos exprimir por palavras. Um tal conhecimento é designado por /conhecimento tácito/ e carece de ser ensinado e aperfeiçoado através da acção numa relação de mestre e aprendiz.
Uma inovação nesta área do conhecimento numa universidade em Viseu, que poderia ter sido uma escola vocacionada para este tipo de ensino, vai-nos fazer reflectir sobre a natureza do conhecimento tácito, sobre problemas académicos e, acima de tudo, a respeito de questões culturais presentes no país e que estão a determinar o «nosso modo de vida» e a distanciar-nos da geografia a que pertencemos. O tema próximo foi um ponto de viragem na busca de novos caminhos de inovação e as acções que levaram ao seu desmantelamento. Pedindo emprestadas palavras do filósofo José Gil, é o «medo de existir» que atormenta de há muito Portugal. Um medo que arrasta consigo a inveja, a fuga ao risco, a não-inscrição, a instabilidade de estratégias políticas, institucionais, administrativas e outras constituindo já, infelizmente, uma marca cultural.
Paralelamente, a teoria do conhecimento tácito vai permitir discernir marcas culturais na ciência europeia e, através delas, e em contraste com outros países, situa-nos longe da nossa geografia, junto à Hungria e à República Checa. Debilidades que se somam às existentes, mas que carecemos de estar conscientes para reaportuguesar Portugal, tornando-o europeu.
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