quarta-feira, 25 de agosto de 2021

O enigmático “essencial”: convite à reflexão sobre o novo currículo escolar

Pode ser lido aqui o último texto que publiquei no Portal dos Jesuítas em Portugal.

4 comentários:

Anónimo disse...

A essência do corpo é o esqueleto. Sem ele não há suporte para as carnes nem espírito que o anime.

É essa a questão: queremos reduzir a aprendizagem a um esqueleto ou queremos construir um corpo completo, um corpo saudável, de carne e osso, um corpo cheio de vida?

Anónimo disse...

A OCDE sugerir aos espanhóis, mesmo que seja ao de leve, que nós, os portugueses, somos o exemplo a seguir, nomeadamente no campo das reformas educativas, remete para o domínio desonesto e corrupto das “narrativas “socráticas” do Sousa.
As Aprendizagens Essenciais surgem na esteira das Novas Oportunidades. Um indivíduo por saber tirar finos e cafezinhos, bem tirados, tem tanto direito a um diploma académico como o burguês que aprende nas escolas EB 1, 2,3 + S + JI que a origem do Universo foi o BIG BANG. Não sei se o BIG BANG faz parte das aprendizagens essenciais oficiais, mas lá que é essencial, e é fácil de aprender, isso é!...
Quer dizer, a estupidez tem vindo a instalar-se rapidamente nas nossas escolas, proclamando-se que o ato de ensinar dos professores já pouco, ou nada,tem a ver com as aprendizagens dos alunos, e, muitos professores, quase todos, anuem com as cabeças!
A palavra de ordem entre os docentes portugueses é:
QUEM VIER ATRÁS, QUE FECHE A PORTA!

Rui Ferreira disse...

1. A história já mostrou que o capitalismo não pode manter-se apenas lançando mão da repressão;
2. Procura pois, outras formas de disseminação da ideologia dominante e de disseminação de todo tipo de preconceitos e mistificações em relação a qualquer projeto político e social que conteste o capitalismo e defenda outras formas de organização societária;
3. Por sua vez, as classes dominantes precisam manter parte da população presa à ideia de que não existe outro caminho para a humanidade a não ser o da total adaptação às regras impostas pelo mercado mundializado;
4. Logo, a escola é inimiga, a generalização de uma escola unitária, preconizada pela filosofia da práxis, que desenvolva ao máximo as potencialidades dos indivíduos (formação omnilateral), conduzindo-os ao desabrochar pleno de suas faculdades espirituais e intelectuais;
5. O que fazer então? E o capitalismo responde:
a. Manter a população em níveis intelectuais que permitam o controle de suas necessidades e aspirações;
b. Fornecer a uma parcela dessa população, uma educação de um nível intelectual mais elevado e mais complexo, que permita a reprodução da força de trabalho;
c. Necessidade de formação altamente qualificada das elites intelectuais que têm a tarefa de tentar gerenciar o processo econômico e político do capitalismo contemporâneo.
6. Como fazer então? E o capitalismo responde: Desvalorização da transmissão do saber objetivo, na diluição do papel da escola em transmitir esse saber, na descaracterização do papel do professor como alguém que detém um saber a ser transmitido aos seus alunos, na própria negação do ato de ensinar (aprendizagens essenciais, cidadania e desenvolvimento, metodologia por projeto, “aprender a aprender”, perfil do aluno, flexibilidade curricular, sala de aula invertida, gamificação, mindfulness, professor reflexivo, “boas práticas”, interdisciplinaridade, ensino centrado no aluno, etc).

(in DUARTE, 2001)

Anónimo disse...

Nós, os professores (antigos doutores) integrados, com o 25 de Abril, na carreira dos educadores de infância, somos agora, pela via de despachos ofensivos e humilhantes, obrigados a reduzir a aprendizagem a um esqueleto feito de grelhas.

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