domingo, 29 de julho de 2007

O cancro da mama, a arte e a internet

















O cancro da mama é um tipo de cancro que afecta uma elevadíssima percentagem de mulheres em todo o mundo. Calcula-se que cerca de 1 em cada 10 mulheres virá a desenvolver cancro da mama ao longo da sua vida. Apesar dos desenvolvimentos terapêuticos, continua a ser a principal causa de morte nas mulheres, entre os 35 e os 55 anos e a segunda entre mulheres de todas as idades.

Em Portugal, anualmente são detectados cerca de 4500 novos casos de cancro da mama, e 1500 mulheres morrem com esta doença.

Apesar de uma propensão familiar ser um dos factores de risco, há muitos outros a considerar, entre os quais, não ter filhos, exposição a substâncias cancerígenas, uma menarca precoce e uma menopausa tardia.

Recebi uma informação sobre os prémios CES (Centro de estudos Sociais – Coimbra) para jovens cientistas sociais, que apresentava um dos textos premiados, reflectindo sobre este drama feminino.

Passo a transcrever:
“Susana de Noronha vence em ex aequo a 5ª edição internacional do Prémio CES para Jovens Cientistas Sociais de Língua Oficial Portuguesa atribuído pelo Centro de Estudos Sociais (Laboratório Associado da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra).

O texto premiado (A Tinta, a Mariposa e a Metástase: a arte enquanto experiência, conhecimento e acção transformativa na instalação do cancro entre a pele da mama e o lugar digital) destaca as relações entre arte, doença oncológica e conhecimento através de um trânsito entre a experiência incorporada, o objecto de arte e os espaços internéticos da sua exposição.

Os resultados da 5ª edição do referido prémio destacam a produção feminina de conhecimento académico, atribuindo o galardão ex aequo e duas menções honrosas a quatro jovens investigadoras.

Prémio ex aequo: Susana de Noronha e Clara Santos
Menções Honrosas: Jacqueline Sinhoretto e Maria Carvalho”

Para quê este gongorismo discursivo? Será que a clareza é difícil, ou desinteressante?

10 comentários:

Anónimo disse...

"Apesar de uma propensão familiar ser um dos factores de risco, há muitos outros a considerar, entre os quais, não ter filhos, exposição a substâncias cancerígenas, uma menarca precoce e uma menopausa tardia."

Foi só esquecimento, ou foi por lapso freudiano que omitiu o mais conhecido factor de risco?

Anónimo disse...

Um discurso é sempre o espelho do pensamento que lhe deu origem. Independentemente do tipo de linguagem estética, considerando que qualquer uma é sempre estética.

Parece-me que cada vez tem mais adeptos a ideia que escrever complicado traduz um pensamento complexo. Muitas vezes tenho concluído, até com experiências pessoais em contextos profissionais, que um discurso complicado é sinónimo de uma mente confusa, muito mais do que de algo complexo.

A utilização excessiva de conceitos (geralmente subjectivos) dificulta a chegada da mensagem ao interlocutor, contrariando portanto o objectivo final da linguagem que será sempre chegar ao maior número de pessoas que a entendam, de preferência, que chegue claramente para evitar malentendidos.

O importante é que os trabalhos premiados e os prémios divulgados no post, possam vir a contribuir para o combate à doença.

Artur Figueiredo

Paulo Gama Mota disse...

O mais importante factor de risco é, de longe, o genético. Consumo de alcool ou alimentação muito desequilibrada, com muitas gorduras, além dos enunciados, também contribuem. Os cálculos de factores de risco, numa patologia tão pluricausal não são fáceis de realizar.

Anónimo disse...

A pílula anti-concepcional é o factor mais conhecido (apesar de alguma controvérsia...).

Paulo Gama Mota disse...

Eu não esqueci nada. O factor mais determinante é o genético!
O possível efeito dos contraceptivos orais parece existir, mas, é comparativamente muito menor e não está devidamente quantificado, por haver resultados contraditórios.

Um estudo canadiano, de 2003, indicava um risco acrescido pelo uso de pílula em mulheres com a mutação no gene BRCA1 que favorece a ocorrência de cancro da mama. O estudo não foi conduzido em mulheres com a mutação normal.

Os estudos que referem uma associação sólida entre uso de pílula e desenvolvimento de cancro da mama são os mais antigos, quando as doses de estrogénio e progesterona eram muito mais elevadas do que nas pílulas de hoje. Estudos mais recentes, ou não encontraram um efeito ou referem-se a um possível efeito ligeiro. Um efeito que não deve ser desprezado.

Por outro lado, o uso da pílula parece reduzir o risco de cancro dos ovários.

Todos os estudos são assentes em correlações que não permitem estabelecer um nexo causal definitivo. Comparam-se mulheres que desenvolveram cancro com outras que não e analisa-se a distribuição das que usaram pílula num grupo e no outro. Os bons estudos procuram ainda controlar para outras variáveis que se sabem têm efeitos, como o consumo de álcool. Mas, os factores genéticos não podem ser controlados nestes estudos. Há na comunidade médica um consenso sobre um ligeiro risco acrescido.

Anónimo disse...

Tendo em conta a diferença de formação - Sociólogos versus biólogos... não serão também os textos, títulos, linguagens e terminologias/conceitos da biologia complicados para a população e investigadores sociais? Penso que são!

Anónimo disse...

Ah pronto! Não foi nem esquecimento nem lapso freudiano... foi intencional...

Anónimo disse...

Ah pronto! Não foi nem esquecimento nem lapso freudiano... foi intencional...

Anónimo disse...

mas o "aviso para o eventual esquecimento" parece-me bastante intencional.. e freudianamente explicável

carolus augustus lusitanus disse...

A única coisa que se me oferece dizer é: minhas senhoras, ingiram menos leite e menos gordura e verão dilatar-se grandemente a probabilidade de não serem atacadas por esse «bicho».

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