terça-feira, 11 de novembro de 2014

"Não Entres Docilmente Nessa Noite Escura": o poema do filme Interstellar

Não Entres Docilmente Nessa Noite Escura de Dylan Thomas  (tradução de Fernando Guimarães)



Não entres docilmente nessa noite serena,
porque a velhice deveria arder e delirar no termo do dia;
odeia, odeia a luz que começa a morrer.

No fim, ainda que os sábios aceitem as trevas,
porque se esgotou o raio nas suas palavras, eles
não entram docilmente nessa noite serena.

Homens bons que clamaram, ao passar a última onda, como podia
o brilho das suas frágeis ações ter dançado na baia verde,
odiai, odiai a luz que começa a morrer.

E os loucos que colheram e cantaram o vôo do sol
e aprenderam, muito tarde, como o feriram no seu caminho,
não entram docilmente nessa noite serena.

Junto da morte, homens graves que vedes com um olhar que cega
quanto os olhos cegos fulgiriam como meteoros e seriam alegres,
odiai, odiai a luz que começa a morrer.

E de longe, meu pai, peço-te que nessa altura sombria
venhas beijar ou amaldiçoar-me com as tuas cruéis lágrimas.
Não entres docilmente nessa noite serena.
Odeia, odeia a luz que começa a morrer.

Dylan Thomas

Tradução: Fernando Guimarães

Ouvir aqui uma leitura do autor do poema: 

13 comentários:

Angelo Miguel Pessoa Alves disse...

Grande poema, doutor.
Ele abusara, um bocadinho, do scotch.
Tem também um livro de contos muito bom. Não me recordo agora do título.
Abraço.

Unknown disse...

Maravilhoso

Unknown disse...

Sensacional

Unknown disse...

Impressionante

Cleber Otávio disse...

Muito obrigado por esta postagem... Lindo texto, eu escrevo, mas em meu blog posto poemas que acho bonito, sempre fazendo referência ao autor e em casos como este quem traduz também... vou postar lá também ok. Obrigado. Ah o mome do blog é cleberotavio.blogspot.com

Desenhos Skyleewall disse...

Infelizmente, não tenho inteligência ou conhecimento de linguagem poética, para entender o que o autor quis dizer com este poema. Lamentável ser primitivo...

Guilherme Pimentel disse...

Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Rodrigo Nunes disse...

esta falando da solidão do homem na vastidão o do universo.

Unknown disse...

"Junto da morte, homens graves que vedes com um olhar que cega
quanto os olhos cegos fulgiriam como meteoros e seriam alegres,
odiai, odiai a luz que começa a morrer."


A vastidão da morte...

Giselle disse...

Eu tbm não. Gostaria muito de indicação de algum site com a interpretação do poema.

Joábio disse...

Trata-se de um poema concretista, o poeta se preocupou na forma como as palavras se mostram durante a leitura, esse simboliza uma conversa do filho com o seu pai no leito de morte, ele pede, com raiva para seu pai não ir se à noite, pois desta não mais voltaria.

Anónimo disse...

Esse poema é tão lindo, o conheci em Little Mushroom, onde é citado, "Não entres docilmente nessa noite serena" se tornar uma frase bastando ligada ao protagonista.

marcia mesquita disse...

Veja o fime interstelar e entenderá esse poema de Dylon

"A escola pública está em apuros"

Por Isaltina Martins e Maria Helena Damião   Cristiana Gaspar, Professora de História no sistema de ensino público e doutoranda em educação,...