quinta-feira, 6 de novembro de 2014

ADENDA ESOTÉRICA CONFIRMA A EXISTÊNCIA DE QUOTAS NA AVALIAÇÃO DAS UNIDADES


A adenda ao contrato de avaliação das unidades de investigação foi hoje finalmente divulgada pela FCT. As misteriosas “adendas” foram mencionadas várias vezes por Nuno Crato e por Miguel Seabra argumentando que a quota de 50% estabelecida no contrato entre a FCT e a ESF seria, de algum modo, anulada por essas “adendas” que não se conheciam. Isso mesmo se lê numa mensagem que a FCT fez questão de enviar a milhares de investigadores no dia 30 de Julho de 2014 às 18h:
"Não é verdade que o contrato assinado entre a FCT e a European Science Foundation (ESF) exclua automaticamente metade das unidades da segunda fase da avaliação. O conteúdo do contrato reflete estimativas que marcam o ponto de partida para estabelecer os valores do contrato em função das despesas previstas e do trabalho envolvido em cada etapa. As estimativas descritas no contrato com a ESF têm em conta o cenário atual para as unidades (cerca de 30% com classificação Bom) e o que aconteceu no concurso de 2007 (em que cerca de 20% ficaram abaixo de Bom). Esta estimativa não significa que, na hipótese de se vir a registar uma desproporção entre essas estimativas e o volume de unidades a passar à segunda fase, não seriam revistos os custos e as condições do contrato. De facto, algumas estimativas feitas não se concretizaram e estamos a preparar adendas ao contrato com revisão e ajustamento dos valores relevantes.”
Passando à frente do facto de a direcção da FCT falar em “adendas” e agora apresentar uma “adenda”, essa em nada altera a quota de 50% imposta pelo contrato para a passagem das unidades de investigação à segunda fase da avaliação.

Acenar com "caixas negras" para explicar coisas que não se percebem não é um bom sinal para pessoas que são responsáveis pela política de ciência em Portugal. Ainda para mais quando essas caixas negras não têm lá dentro o que se diz. O que é que isto faz lembrar?

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