Jorge Calado, professor do Instituto Superior Técnico, uma figura de referência da ciência nacional, numa notável entrevista publicada ontem no Jornal de Letras critica de um modo violento a avaliação que o estado português, através da FCT, contratou à European Science Foundation (ESF), uma entidade sem experiência relevante em avaliações de institutos e laboratórios.
Ele é apenas mais ma das vozes que se somam na comunidade científica nacional ao coro de indignação contra o desatino e a arbitrariedade.
Neste momento os muitos erros graves estão comprovados a começar no colossal erro da quota escondida de 50% e a continuar nos atropelos graves à lei e aos regulamentos e a acabar na falta de capacidade científica de alguns avaliadores que resultou em pareceres difíceis de compreender. O processo está estranhamente a prosseguir, com "especialistas" (entre aspas que não o são sempre) a visitar os institutos, num número que por vezes está em claro desacordo com o estabelecido.
Como é sabido, a FCT e a ESF recusaram-se até agora a emendar os erros, o que levou o Conselho de Reitores a escrever uma carta demolidora ao ministro Nuno Crato, que ainda não respondeu.
A ESF ameaçou com um processo legal uma investigadora espanhola que apontou publicamente os defeitos da avaliação, mas aparentemente o processo ainda não avançou. Muitos investigadores de vários sítios do mundo subscreveram as declarações da nossa colega espanhola, dispondo-se por isso a serem também processados.
É neste quadro que amanhã vou participar num debate com a Secretária de Estado da Ciência e Tecnologia e outros investigadores dentro do Congresso da SNESup à tarde no ISCTE, em Lisboa.
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1 comentário:
Como correu o tal debate?
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