A Fundação para a Ciência e Tecnologia tem negado, de modo surrealista, a existência de uma quota de 50% para passagem das unidades de investigação à segunda fase a avaliação. Essa quota está definida no contrato de concessão da avaliação que a FCT celebrou com a European Science Foundation e é inegável. Mas há ainda mais quotas.
As quotas para as classificações que as unidades de investigação podem ter na segunda fase, estão definidas no documento Review Panels Stage 2 - Final Meeting Guidelines, e são as seguintes:
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6 comentários:
Pois no que apresenta não existe indicação alguma de uma quota imposta. Existe o enquadramento das classificações, algo que é norma em qualquer concurso deste género. O que me parece é que o Marçal, para além de não ser muito dado ao rigor nunca participou num júri internacional para avaliação de projectos, unidades de investigação, etc.
Por outro lado, parece que as unidades que passaram à segunda fase podem ter "good" como classificação mínima, ao contrário do que aqui tem sido repetido.
Não. Embora improvável, não é impossível uma unidade que transitou à segunda fase ter menos de "good" como classificação final. Está correcta essa afirmação.
Para quem tiver curiosidade:
http://www.fct.pt/apoios/unidades/avaliacoes/2007/areas.phtml.en?aid={CF21B34F-76D5-4B2E-B972-CDF424F81F77}
Na última avaliação, em 2007, a classificação de TODAS as UI de Matemática foi a seguinte:
- 15% tiveram EXCELENTE
- 45% tiveram MUITO BOM
- 20% tiveram GOOD
- 5% tiveram FAIR
- 0% tiveram POOR
Atendendo a que as UI com Good recebiam 80% (ou 70%) das com Excelente, foram financiadas 95% destas UI.
Como é possível manter que o panorama atual é apenas uma extrapolação da avaliação anterior?
Gostava de reformular o comentário anterior (enganei-me na percentagem dos Excelentes). As percentagens certas, como podem verificar, são;
- 30% tiveram EXCELLENT
- 45% tiveram VERY GOOD
- 20% tiveram GOOD
- 5% tiveram FAIR
- 0% tiveram POOR
Quem não parece perceber nada de avaliações é a FCT (e a ESF) que mistura critérios relativos com critérios absolutos. Nos casos que menciona de "concurso[s} deste género", ou há uma ordenação dos candidatos (é muito mais usual no caso de candidaturas individuais ou de projectos) com base em critérios pré-definidos ou há critérios que implicam quem é aprovado e quem não é.
A dupla ESF/FCT fez a quadratura do círculo ao definir critérios para quem ficaria em cada classificação e, em simultâneo, impor uma percentagem dos centros que passariam e não passariam à segunda fase.
Quando há uma avaliação como esta, que pretende definir prioridades e atribuir um montante fixo de dinheiro, é forçoso que haja quotas. Não podem ser todos "excecionais"!
Se não houvesse quotas e todos fossem "excecionais", a FCT teria que dispender uma quantidade de dinheiro muito superior àquela de que dispõe. Pelo que, é forçoso que haja algumas quotas.
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