sábado, 12 de junho de 2010

Nem é pela idade...

Imagem chegada ao De Rerum Natura.

Quando nem a racionalidade nem o conhecimento estão presentes, o humor ajuda a conviver com a realidade.

Para o leitor que não está (ainda) a par da medida do Ministério da Educação a que imagem refere, aqui deixamos a indicação de dois textos que a abordam:

- O triunfo do eduquês – 3
- É inconstitucional em dois aspectos

Nota: Por cortesia do leitor Fernando Martins, podemos identificar o autor da tira: o seu nome é Antero e publica os seus desenhos aqui.

10 comentários:

Ana disse...

Há no entanto uma grande polémica em torno de esta ser uma medida reciclada, ou seja, que já existia anteriormente e que já tinha sido aplicada anteriormente.

Ana disse...

E sempre existiram os exames ad-hoc, por exemplo, de acesso directo à universidade.

Fernando Martins disse...

O autor é um professor chamado Antero, que publica os seus desenhos num Blog:
http://antero.wordpress.com/

Ruin Baptista disse...

Prezada Vani:

Os exames "had hoc" para a entrada na Universidade eram uma coisa bem séria que nada tinha a ver com a fantochada do actual exame(?)de acesso para maiores de 23 anos: uma espécie de porta do cavalo. Por, agora, aqui me fico...não enjeitando, de forma alguma, uma discussão (bem) mais alargada, e interessantíssima de ter.

Cordiais cumprimentos.

Ana disse...

Concordo consigo, Rui Baptista, queria somente a vossa opinião. Conheço quem tenha entrado na universidade através de exames had-hoc e que, mesmo com a falta de bases (que compensou trabalhando mais -e ainda com um emprego a tempo inteiro!- e com recurso a explicações por fora), conseguiu ir mais longe que muitos os que entraram depois de uma vida de estudo dito normal. Interessante e um exemplo de vida.

Anónimo disse...

"had hoc" ou "ad hoc" JCN

Rui Baptista disse...

Vani: Antes de mais as minhas desculpas por ter escrito o meu nome próprio ,com um “n” a mais: "Ruin".

Mesmo que eu quisesse passar por ruim estava a cometer um erro ortográfico tão comum neste mundo de facilitismo: tempos houve em que "professores" com ninharias destas nada se preocupavam bastando, segundo eles, que se compreendesse o que o aluno queria escrever. Ou seja, o professor(a) em vez de ensinar, tornava-se numa espécie de adivinho ou de bruxa, conforme o sexo…


Repare que eu fui o primeiro a destacar a seriedade do exame “ad hoc”, não o pondo, de forma alguma, em paralelismo literário e científico com o exame para maiores de 23 anos. São coisas tão diferentes como o dia da noite.

O exame “ad hoc” exigia do aluno o domínio da Língua Portuguesa e conhecimentos científicos da matéria que viria a ser leccionada no subsequente ensino superior. Não era acessível a” autodidactas” que, com honrosas excepções, e como escreveu alguém mais não são do que “ignorantes por conta própria”. Nessa altura, os lugares para a entrada em certos cursos do ensino superior eram disputados palmo a palmo.

Pelo contrário,hoje, os exames de acesso para maiores de 23 anos foram criados com a finalidade de as universidades e os politécnicos (públicos ou privados)não ficarem às moscas por uma política que não teve na devida conta as necessidades do país: criaram-se, sem generalizar, universidades e politécnicos ,a eito e sem jeito, que venderam dispendiosos cursos para aumentar o ego “cultural” e “científico” dos possuidores dos respectivos diplomas para quem o tratamento por doutor ou engenheiro representava a cereja em cima do bolo de uma meteórica ascensão política de topo, uma espécie de Everest.

Julgo que haveria algum interesse, ou simples curiosidade, em conhecer o nome dos políticos “licenciados” por essas universidades de lápis mal aparado e papel pardo…

Foi um prazer, Vani, clarificar a minha posição. Agradeço-lhe a oportunidade embora, talvez eu tenha ido para além das fronteiras por si estabelecidas englobando, apenas, o exigente exame “ad hoc”, por no meu comentário anterior ter estabelecido as diferenças bem vincadas entre este exame, “uma coisa bem séria”, e o exame para maiores de 23 anos, “uma fantochada”.

Cordialmente, Rui Baptista (Rui sem o “n” final).

P.S.: Além da gralha que pousou descaradamente no meu nome próprio outra o fez com igual ou maior descaro: "Had hoc". Verifico que a correcção acaba de ser feita por JCN, a quem agradeço a correcção, embora ela possa deixar pairar a dúvida que este P.S. é uma desculpa de mau pagador. Não o é, sob minha palavra (apenas palavra, por a honra já nada ou pouco significar...).

joão boaventura disse...

A propósito do exame “ad hoc” talvez seja oportuna a consulta ao sítio do Gabinete do Ensino Superior, ou ao próprio Decreto-Lei n.º 64/2006, de 21 de Março.

Rui Baptista disse...

Prezada Vani:

A referência que João Boaventura faz ao Decreto-Lei n.º 64/2006, de 21 de Março, reporta-se às condições a que, a partir da data da sua publicação, passou a obedecer o acesso ao ensino superior de maiores de 23 anos. A partir desta altura de descarado facilitismo, a elaboração das respectivas provas passaram a estar a cargo dos respectivos estabelecimentos de ensino por delegação do Ministério do Ensino Superior.

Os exames “ad hoc”, que vigoraram de 79 (Decreto-Lei n.º 198/79, de 29 de Junho) a 2006 - aqueles a que me refiro (tendo-os como exigentes) – eram feitos a nível nacional, destinando-se a maiores de 25 anos. Logo aqui duas diferenças bem significativas.

Se a Vani ( ou um qualquer outro leitor) estiver interessada em ir ao âmago da questão, poderá cotejar a dificuldade e o facilitismo entre ambos os sistemas de acesso ao ensino superior, “sem ser através de uma vida de estudo dito normal”, como escreveu num dos seus comentários.

Para o efeito, deixo aqui resumidamente as exigências das provas de Língua Portuguesa do antigo exame “ad hoc”. Com carácter eliminatório, havia uma prova escrita de âmbito nacional comum a todos os cursos e que se destinava a avaliar a capacidade de interpretação, exposição, expressão e imaginação do candidato.

Ou seja, só após aprovação nesta prova, passava o candidato a prestar provas específicas para o curso a que se candidatava e em que “os conhecimentos para os exames das provas específicas para além de incidirem nos programas oficiais aprovados para as disciplinas do curso complementar do ensino secundário e do 10º a 12º. anos de escolaridade, procuravam, também, sempre que possível, abranger capacidades e conhecimentos significativos adquiridos na prática profissional”.

Estes exames eram de uma exigência tal que os candidatos neles aprovados constituíam raríssimas excepções. Hoje, para evitar que determinadas escolas superiores corram o risco imediato de terem que fechar as portas, passa-se precisamente o contrário: os alunos não aprovados constituem verdadeiras excepções.

Se é que há mesmo excepções!

Anónimo disse...

Como sobreviver à loucura desonesta das políticas deseducativas que se espalham há décadas como a maré negra do poço da BP?????????????

Só constato a impotência dos resistentes.
Mas que raio de democracia!!!! Quem pode representar a objecção de consciência e promover a recusa de pagar esta JAVARDICE

FÁBULA BEM DISPOSTA

Se uma vez um rei bateu na mãe, pra ficar com um terreno chamado, depois, Portugal, que mal tem que um russo teimoso tenha queimado o te...