sábado, 16 de julho de 2016

Charlie, Zeca e outros nomes de pessoas

"Um amigo para ouvir". No caso, o "amigo" é um robot. Um robot humanóide. Leio que é muito útil para melhorar a "interacção social" de crianças com problemas de desenvolvimento (aqui).

Outro robot também humanóide "conversa" com crianças que têm problemas de saúde, explica-lhes o que elas precisam de saber sobre os seus problemas, lembram-nas dos horários dos tratamentos... (aqui)

Podia continuar a dar exemplos desses seres "robótico-afectivos" que, um pouco por todo o mundo, já "cuidam" das crianças em casa e nas escolas, dos velhos nos lares, dos doentes em hospitais...

Compreende-se que quem não saiba o significado de palavras como "amigo", interacção", "conversa", "cuidar", "afecto" possa dar nome de pessoas a máquinas e não fique nada incomodada com isso.

4 comentários:

Isaltina Martins disse...

É impressionante o tempo que se gasta a criar robots para fazer companhia às crianças e o tempo que não se tem para lhes dedicar...
Um mundo de contradições!

marina disse...

da mercantilização de relações familiares e afectivas ( creches , lares ) à robotização . oh my god , admirável mundo novo :)

Carlos Ricardo Soares disse...

Se abstrairmos de algumas preocupações com os efeitos psicológicos negativos ou menos bons, para o indivíduo e a sociedade, nomeadamente relativos à sanidade mental e à felicidade, são muitos os benefícios a retirar desse "apoio" à autonomia e desenvolvimento das crianças, jovens e adultos. A vida corrente, normal, dos últimos tempos, já acontece em ambientes grandemente estruturados com recurso à interação, mais ou menos "solitária", com o livro, o computador, o virtual, as máquinas, os aparelhos, as próteses...e a mecanização dos transportes, etc.. Se a vida perde sentido e significado nesta dinâmica de artifícios que acabam por ser a sua finalidade, a finalidade do trabalho...? Se perde sentido o próprio facto da procriação, uma vez que se destina a "perpetuar" esta condição...? Cada pessoa tenderá a refletir sobre a própria experiência em função dos seus interesses, crenças e possibilidades, mas a realidade vai fazendo o seu percurso implacável, incluindo a realidade sóciocultural e política.
O papel das nossas crenças, esperanças, sonhos, vontades, no rumo a seguir, nas escolhas (possíveis), não é desprezível, desde que não sejam asfixiados pelos contrários. A importância da liberdade é cada vez maior e a robotização trará grandes vantagens e pode não ser uma ameaça diferente de inúmeras outras com que temos de conviver.

Espelhos disse...

Ver a trave no olho do outro, cega o nosso.

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