Imagem chegada ao De Rerum Natura.
Quando nem a racionalidade nem o conhecimento estão presentes, o humor ajuda a conviver com a realidade.
Para o leitor que não está (ainda) a par da medida do Ministério da Educação a que imagem refere, aqui deixamos a indicação de dois textos que a abordam:
- O triunfo do eduquês – 3
- É inconstitucional em dois aspectos
Nota: Por cortesia do leitor Fernando Martins, podemos identificar o autor da tira: o seu nome é Antero e publica os seus desenhos aqui.
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10 comentários:
Há no entanto uma grande polémica em torno de esta ser uma medida reciclada, ou seja, que já existia anteriormente e que já tinha sido aplicada anteriormente.
E sempre existiram os exames ad-hoc, por exemplo, de acesso directo à universidade.
O autor é um professor chamado Antero, que publica os seus desenhos num Blog:
http://antero.wordpress.com/
Prezada Vani:
Os exames "had hoc" para a entrada na Universidade eram uma coisa bem séria que nada tinha a ver com a fantochada do actual exame(?)de acesso para maiores de 23 anos: uma espécie de porta do cavalo. Por, agora, aqui me fico...não enjeitando, de forma alguma, uma discussão (bem) mais alargada, e interessantíssima de ter.
Cordiais cumprimentos.
Concordo consigo, Rui Baptista, queria somente a vossa opinião. Conheço quem tenha entrado na universidade através de exames had-hoc e que, mesmo com a falta de bases (que compensou trabalhando mais -e ainda com um emprego a tempo inteiro!- e com recurso a explicações por fora), conseguiu ir mais longe que muitos os que entraram depois de uma vida de estudo dito normal. Interessante e um exemplo de vida.
"had hoc" ou "ad hoc" JCN
Vani: Antes de mais as minhas desculpas por ter escrito o meu nome próprio ,com um “n” a mais: "Ruin".
Mesmo que eu quisesse passar por ruim estava a cometer um erro ortográfico tão comum neste mundo de facilitismo: tempos houve em que "professores" com ninharias destas nada se preocupavam bastando, segundo eles, que se compreendesse o que o aluno queria escrever. Ou seja, o professor(a) em vez de ensinar, tornava-se numa espécie de adivinho ou de bruxa, conforme o sexo…
Repare que eu fui o primeiro a destacar a seriedade do exame “ad hoc”, não o pondo, de forma alguma, em paralelismo literário e científico com o exame para maiores de 23 anos. São coisas tão diferentes como o dia da noite.
O exame “ad hoc” exigia do aluno o domínio da Língua Portuguesa e conhecimentos científicos da matéria que viria a ser leccionada no subsequente ensino superior. Não era acessível a” autodidactas” que, com honrosas excepções, e como escreveu alguém mais não são do que “ignorantes por conta própria”. Nessa altura, os lugares para a entrada em certos cursos do ensino superior eram disputados palmo a palmo.
Pelo contrário,hoje, os exames de acesso para maiores de 23 anos foram criados com a finalidade de as universidades e os politécnicos (públicos ou privados)não ficarem às moscas por uma política que não teve na devida conta as necessidades do país: criaram-se, sem generalizar, universidades e politécnicos ,a eito e sem jeito, que venderam dispendiosos cursos para aumentar o ego “cultural” e “científico” dos possuidores dos respectivos diplomas para quem o tratamento por doutor ou engenheiro representava a cereja em cima do bolo de uma meteórica ascensão política de topo, uma espécie de Everest.
Julgo que haveria algum interesse, ou simples curiosidade, em conhecer o nome dos políticos “licenciados” por essas universidades de lápis mal aparado e papel pardo…
Foi um prazer, Vani, clarificar a minha posição. Agradeço-lhe a oportunidade embora, talvez eu tenha ido para além das fronteiras por si estabelecidas englobando, apenas, o exigente exame “ad hoc”, por no meu comentário anterior ter estabelecido as diferenças bem vincadas entre este exame, “uma coisa bem séria”, e o exame para maiores de 23 anos, “uma fantochada”.
Cordialmente, Rui Baptista (Rui sem o “n” final).
P.S.: Além da gralha que pousou descaradamente no meu nome próprio outra o fez com igual ou maior descaro: "Had hoc". Verifico que a correcção acaba de ser feita por JCN, a quem agradeço a correcção, embora ela possa deixar pairar a dúvida que este P.S. é uma desculpa de mau pagador. Não o é, sob minha palavra (apenas palavra, por a honra já nada ou pouco significar...).
A propósito do exame “ad hoc” talvez seja oportuna a consulta ao sítio do Gabinete do Ensino Superior, ou ao próprio Decreto-Lei n.º 64/2006, de 21 de Março.
Prezada Vani:
A referência que João Boaventura faz ao Decreto-Lei n.º 64/2006, de 21 de Março, reporta-se às condições a que, a partir da data da sua publicação, passou a obedecer o acesso ao ensino superior de maiores de 23 anos. A partir desta altura de descarado facilitismo, a elaboração das respectivas provas passaram a estar a cargo dos respectivos estabelecimentos de ensino por delegação do Ministério do Ensino Superior.
Os exames “ad hoc”, que vigoraram de 79 (Decreto-Lei n.º 198/79, de 29 de Junho) a 2006 - aqueles a que me refiro (tendo-os como exigentes) – eram feitos a nível nacional, destinando-se a maiores de 25 anos. Logo aqui duas diferenças bem significativas.
Se a Vani ( ou um qualquer outro leitor) estiver interessada em ir ao âmago da questão, poderá cotejar a dificuldade e o facilitismo entre ambos os sistemas de acesso ao ensino superior, “sem ser através de uma vida de estudo dito normal”, como escreveu num dos seus comentários.
Para o efeito, deixo aqui resumidamente as exigências das provas de Língua Portuguesa do antigo exame “ad hoc”. Com carácter eliminatório, havia uma prova escrita de âmbito nacional comum a todos os cursos e que se destinava a avaliar a capacidade de interpretação, exposição, expressão e imaginação do candidato.
Ou seja, só após aprovação nesta prova, passava o candidato a prestar provas específicas para o curso a que se candidatava e em que “os conhecimentos para os exames das provas específicas para além de incidirem nos programas oficiais aprovados para as disciplinas do curso complementar do ensino secundário e do 10º a 12º. anos de escolaridade, procuravam, também, sempre que possível, abranger capacidades e conhecimentos significativos adquiridos na prática profissional”.
Estes exames eram de uma exigência tal que os candidatos neles aprovados constituíam raríssimas excepções. Hoje, para evitar que determinadas escolas superiores corram o risco imediato de terem que fechar as portas, passa-se precisamente o contrário: os alunos não aprovados constituem verdadeiras excepções.
Se é que há mesmo excepções!
Como sobreviver à loucura desonesta das políticas deseducativas que se espalham há décadas como a maré negra do poço da BP?????????????
Só constato a impotência dos resistentes.
Mas que raio de democracia!!!! Quem pode representar a objecção de consciência e promover a recusa de pagar esta JAVARDICE
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