quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O voto na ciência


No muito interessante «Provar uma negativa», o Desidério referiu ser uma falácia da autoridade deslocada ou imprópria a iniciativa «Um voto pela ciência», um desafio dos Scientists and Engineers for America Action Fund e dos ScienceBlogs aos cientistas norte-americanos para que explicassem em quem iam votar nas eleições de dia 4 e porquê votavam nesse candidato.

Não concordo mesmo nada com esta classificação, que esquece, entre outras, a iniciativa «Em Defesa da Ciência» de que o Carlos nos deu conta em meados de Setembro e de que volto a reproduzir os primeiros parágrafos publicados no NYTimes:
Hoje, nos Estados Unidos, a ciência, como ciência, está sob um ataque como nunca foi visto.

Os sinais estão por todo o lado. Os ataques chegam a um ritmo acelerado, e incluem frequentes intervenções por forças poderosas, dentro e fora da administração Bush, que parecem muito dispostas a negar todas as verdades científicas, perturbar investigações científicas, bloquear o progresso científico, minar a educação científica, e sacrificar a própria integridade do processo científico - todas procurando concretizar a sua agenda política particular. E hoje esta agenda política dominante está profundamente aliada e entrelaçada com uma agenda ideológica extremista (e extremamente anti-científica) apresentada por poderosas forças religiosas fundamentalistas vulgarmente conhecidas por direita religiosa.
Ou seja, estas iniciativas não pretendem «vender» a escolha política dos prémios Nobel como tendo um valor acrescido, destinam-se a explicar ao público em geral a posição quasi unânime da comunidade científica norte-americana em relação a estas eleições, bem expressa no gráfico que ilustra o post, resultante de uma votação levada a cabo pela The Scientist e analisada no artigo «Scientists pick their President».

De facto, a crise económica, a segurança nacional e a política externa, especialmente a primeira, têm dominado a agenda mediática das campanhas presidenciais. A ciência aparece como uma «parente» pobre do debate político, apenas vísivel indirectamente quando o tema é a crise energética ou as alterações climáticas.

No entanto, a importância da ciência mesmo no tópico que domina as preocupações actuais, não só nos Estados Unidos mas em todo o Globo, é visível se considerarmos que desde a segunda guerra mundial a ciência e a tecnologia foram responsáveis por metade do crescimento económico dos Estados Unidos. Isto é, a saída da crise passa também pela política de ciência do presidente a ser eleito. E para além de palavras que podem ser bonitas mas inconsequentes, importa assim analisar o que será esta política para ambos os candidatos. Na mesma Scientist, eram debatidos há uns tempos os conselheiros científicos de Obama e McCain. Como indicou Thomas Murray, presidente do Hastings Center, um think tank de bioética:

«Neither of the candidates is a scientist to start with. We can presume that they're going to rely on experts in science and science policy. It is important to know who their advisors are.»

Em relação a Obama, Martin Apple, presidente do Council of Science Society Presidents, uma confederação de sociedades de ciência envolvendo mais de um milhão de cientistas e professores, estava certo de que ele iria conseguir expandir o excelente grupo de conselheiros que já reunira de forma a cobrir todas as áreas de ciência.

No entanto, como a Scientist indicou em finais de Setembro, o ticket republicano não considerou necessários quaisquer conselheiros de ciência, pelo que se pode apenas presumir que os dois candidatos fazem tenção de levar para a Casa Branca as suas «maverick ideas» sobre ciência no caso cada vez mais improvável de serem eleitos.

As ideias de um ticket que se considera auto-suficiente em ciência foram «chumbadas» pela comunidade científica norte-americana que veio a público explicar as razões do chumbo e não tentar usar um mau argumento de autoridade.

A ciência norte-americana sobreviveu com alguma dificuldade a oito anos de administração Bush que desbaratou milhões de dólares em investigação pseudo-cientifica e comprometeu a ciência americana enchendo os organismos públicos de fanáticos religiosos, o caso mais notório sendo a Food and Drug Administration. Se McCain for eleito, não só dará continuidade à política de ciência de Bush como a poderá agravar se um Supremo de maioria teocrata resolver intervir em ciência «blasfema», como investigação em células estaminais, sexualidade, contracepção e afins. Ou seja, para além de continuarem os cortes do financiamento federal para projectos considerados imorais pela The Traditional Values Coalition (TVC), podem mesmo acabar essas áreas de investigação. Na hipótese remota de que não seja necessário substituir juizes do Supremo nos próximos 4 anos, a maioria dos cientistas norte-americanos teme as consequências de mais 4 anos de política anti-ciência e pró iniciativas da fé (que inclui o desvio de financiamento do NIH para palermices como curas pela fé e afins).

Por outro lado, há outras áreas como o ensino da ciência que causam preocupação. A eleição de Obama seria uma contribuição muito importante para encerrar a questão do ensino do criacionismo enquanto o voto em McCain/Palin dará alento às guerras «culturais» dos fundamentalistas evangélicos norte-americanos.

Também em termos das respostas à crise energética o ticket republicano causa muitas dúvidas. No Congresso norte-americano, o senator McCain faltou à votação das 8 propostas que pretendiam incentivar a produção de energias eólica e solar mas deu o seu apoio não só à diminuição da taxa fiscal sobre a gasolina como também a uma intensificação da exploração petrolífera. Na convenção republicana, os gritos dos delegados de "drill, baby, drill" que interromperam os discursos de Palin e McCain mostraram que os delegados presentes apoiam entusiasticamente as posições de ambos.

Sarah Palin, que considera não haver contribuição humana para as alterações climáticas, também já indicou claramente que a sua resposta à crise energética consiste em aumentar a produção de petróleo. No dia 2 de Julho de 2008, Sarah Palin juntou a sua à voz do senador Ted Stevens explicando porque se deve perfurar a Arctic National Wildlife Refuge, a que Palin se refere como «aquele pequeno pedaço de 2,000 acres».

Um dos problemas globais mais importantes é exactamente a promoção de inovação e investigação em torno de energias limpas e do aumento da eficiência energética mas esse problema tem sido até agora ignorado pelos candidatos republicanos em prol do aumento da exploração petrolífera, inclusive em reservas naturais.

Aliás, os ambientalistas apelidam Palin "killa from Wasilla" e a explicação desta alcunha explica ainda o que foi a política ambiental e a posição face à ciência de Palin enquanto governadora do Alasca:

«Her philosophy from our perspective is cut, kill, dig and drill," said John Toppenberg, director of the Alaska Wildlife Alliance, maintaining she is "in the Stone Age of wildlife management and is very opposed to utilizing accepted science.»

Em suma, a eleição de uma candidata que questiona os princípios básicos da ciência, que não não aceita as recomendações de cientistas se estes não tiverem ligações ao «Big Oil» e que considera que as suas crenças religiosas devem ser ensinadas como ciência terá certamente repercussões muito negativas na política científica norte-americana e é apenas natural que os cientistas demonstrem enfaticamente quem apoiam nestas eleições.

Outra questão que interessa considerar tem a ver com as consequências para o resto do mundo destas eleições e estou a pensar apenas nas consequências a nível científico. Se pensarmos em termos de ciência, poder-se-ia pensar que o afundamento da ciência norte-americana será benéfico para a Europa, que forma mais cientistas e engenheiros que os Estados Unidos mas não consegue retê-los: boa parte da «mão-de-obra» científica nos Estados Unidos vem de fora, em muitas áreas principalmente da Europa. Um ambiente «hostil» em algumas áreas, como seja a investigação em células estaminais a que Palin se opõe e Bush vetou, aliado a políticas de financiamento federal de investigação científica na linha das actuais poderão tornar este país menos aliciante para cientistas europeus.

Um desinvestimento federal em ciência nos Estados Unidos poderá assim beneficiar a Europa e colocar-nos na liderança em termos científicos e também tecnológicos, isto é, será uma ajuda preciosa em termos do desenvolvimento europeu de uma economia do conhecimento. Por exemplo, as tecnologias em energias renováveis, em que aposta muito fortemente a Alemanha, serão as próximas indústrias globais, ultrapassando muito provavelmente as tecnologias da informação daqui a uns anos. Os países que mais investirem agora em investigação nesta área beneficiarão assim de uma vantagem estratégica no futuro próximo.

No entanto, também nesta área, um abrandamento da investigação nos Estados Unidos afectar-nos-à a todos uma vez que atrasará certamente o desenvolvimento de formas alternativas de energia de que o planeta precisa urgentemente.

13 comentários:

João disse...

Bom trabalho, penso como a autora. O unico reparo é que podia ter talvez desenvolvido mais sobre o assunto da ultima frase: "No entanto, também nesta área, um abrandamento da investigação nos Estados Unidos afectar-nos-à a todos uma vez que atrasará certamente o desenvolvimento de formas alternativas de energia de que o planeta precisa urgentemente."

Anónimo disse...

No dia 24 de Abril deste ano escrevi um comentário sobre uma entrada sua sobre o estado do ensino da Química no ensino básico. A Sr.ª Professora Palmira não teve a gentileza de responder. Como estava muito interessado na sua opinião ao meu comentário tomei a liberdade de lhe enviar uma mensagem de correio electrónico para o seu endereço intitucional do IST. Também não me respondeu.
As suas entradas neste blogue fazem sistematicamente a apologia da ciência e das suas virtudes. Acontece, todavia, que à semelhança do Professor Carlos Fiolhais, tem por hábito não responder aos comentários das suas entradas. O que não deixa de ser algo estranho uma vez que, pelo menos em parte, a essência do método científico consiste na troca de argumentos, intelectualmente elevada, que sustentam uma determinada posição.
Irei fazer mais uma tentativa. Irei colocar em baixo novamente o meu comentário esperando algo mais do que o silêncio que, a repetir-se, só poderei entender como arrogância ou fuga ao contraditório, uma atitude muito pouco científica.
"No seu texto, quando refere as inúmeras expressões que o eduquês terá produzido, e que, segundo as suas palavras, constituem uma crença sem qualquer sustentação, constituindo dogmas que são negadas pela evidência, mistura um conjunto de conceitos que importaria diferenciar. Tomemos apenas um deles: aprendizagem cooperativa. Presumo que para si os diferentes modelos de ensino que se reclamam desta designação sejam um embuste. Sugeria-lhe que lesse o seguinte artigo que encontrará neste link (http://www4.ncsu.edu/unity/lockers/users/f/felder/public/Papers/Prince_AL.pdf). Depois de o ler gostaria que me indicasse um texto de investigação semelhante que comprove a superioridade dos "métodos clássicos".
Poderia fazer o mesmo relativamente a outros conceitos que usa, mas no âmbito de um comentário que se quer curto tal alternativa não é aconselhável."

Palmira F. da Silva disse...

Caro PJ:

Suponho que se esteja a referir ao post «Química no ensino básico: quem nos liberta desta cruz?» e ao comentário que lá deixou e que de facto não comentei porque pensei ser óbvio bastar reler o post para perceber que eu não disse que o eduquês produziu as tais «inúmeras expressões».

Reproduzo para ver se percebe:

De facto, uma das características do «eduquês» - para além da vacuidade do discurso prolixo que levou Marçal Grilo a pedir que falassem português em vez de «eduquês» e da já referida profunda antipatia a conteúdos - é esta ideia lírica que não se deve ensinar nada às criancinhas porque elas por artes mágicas redescobrem sózinhas todo o conhecimento acumulado em cerca de 2500 anos de civilização!

Esta convicção mística, uma verdadeira religião assente em crenças completamente injustificadas e imposta a todos na escola pública, traduz-se em dogmas enunciados com uma superabundância de termos como «aprender a aprender», «o ensino centrado no aluno», «aptidões metacognitivas», «aprendizagem permanente» «diferenças individuais dos alunos», «estilos individuais de aprendizagem», «ritmos diferenciados», «inteligências múltiplas», «ensinar a criança e não a matéria» «construtivismo», «aprendizagem cooperativa», «aprendizagem por descoberta», «aprendizagem holística», etc.


Sobre a tal superabundância de termos, referi-me logo no início do post:

documentos absolutamente indescrítiveis e simplesmente aterradores, recheados de expressões aparentemente inócuas (embora de uma vacuidade atroz) mas que, na pena do eduquês, se transformaram em armas de destruição massiva da literacia científica.

Palmira F. da Silva disse...

Ou seja, se ler bem os três posts em causa, eu pronunciei-me sobre conteúdos e (não) avaliação do conhecimento não sobre métodos de ensino (que deixo à Helena...).

E estes parágrafos apenas dizem que o eduquês esconde na tal superabundância de termos a sua aversão a conteúdos e a avaliação.

Anónimo disse...

Efectivamente a entrada em causa é o que refere. Mas a sua argumentação não colhe por várias razões. Na sua citação, que tem a amabilidade de reproduzir para ver se eu percebo, fala em “dogmas enunciados com uma superabundância de termos” que, nas suas palavras, constituem “uma crença sem qualquer sustentação, bem pelo contrário, todos os indicadores negam os dogmas dessa crença.”
Se fala em sustentação é razoável presumir que se encontre a referir-se a sustentação baseada na investigação. Caso contrário os indicadores que invoca podem não passar de meros preconceitos não submetidos ao crivo científico. O convite que lhe fiz foi o de ler um artigo sobre a eficácia de diferentes tipos de ensino, um dos quais referente à aprendizagem cooperativa.
Vir agora dizer que se pronunciou sobre conteúdos, e a sua suposta menorização pelo “eduquês”, deixando os métodos de ensino para a sua colega de blogue Helena Damião, é, convenhamos, um argumento pouco convincente. Em que medida é que a aprendizagem cooperativa menoriza os conteúdos? E de que forma é que os métodos ditos clássicos valorizam os conteúdos e, concomitantemente, aumentam a qualidade das aprendizagens, argumento que parece estar implícito na sua argumentação?
Permita-me a ousadia, que eventualmente confundirá com arrogância da minha parte, de lhe sugerir uma leitura de um outro artigo recente sobre a eficácia de um tipo de ensino, dito centrado no aluno ou activo, recentemente publicado. Trata-se de Koklanaris, N., MacKenzie, A. P., Fino, M. E. Arslan, A. A., & Seubert, D. E. (2008). Debate preparation/participation: An active, effective learning tool. Teaching and Learning in Medicine, 20, 235-238. Leio-o e diga-me por favor em que medida a estratégia utilizada menoriza os conteúdos. Já não digo que se pronuncie sobre a eficácia do método porque, ao que parece, considera que essa área será mais da competência da Prof.ª Helena Damião.

Palmira F. da Silva disse...

Caro PJ:

Continuo sem perceber o que pretende. Eu escrevi três posts sobre a aberração química que são as orientações curriculares da área disciplinar «Ciências Físicas e Naturais» para o 3º ciclo do Ensino Básico. Nunca sequer mencionei métodos de ensino porque não faz sentido discuti-los quando não o que se é suposto ensinar não faz sentido e não se pretende avaliar se o que foi ensinado foi de facto apreendido pelos alunos.

Se quer iniciar uma «guerra» sobre métodos de ensino esteja à vontade para o fazer no seu blog, acho bastante deselegante fazê-lo a despropósito num blog alheio.

Se o quer fazer no nosso espaço de debate e não no seu blog, poderia ter escolhido um dos posts em que a Helena aborda o tema. Sinceramente não percebo os seus comentários, que não têm nada a ver com o que escrevi em Abril, nem porque razão escolheu um post sobre as eleições dos Estados Unidos para ventilar a sua indignação pela falta de consideração que a sua prosa me mereceu (e merece...).

Anónimo disse...

Cara Prof. Palmira:

Diz-me que continua sem saber o que eu pretendo. O que pretendia em Abril era uma reacção sua ao meu comentário o que só consegui agora. Reconheço que na sua entrada “Química no ensino básico: quem nos liberta desta cruz?” o essencial da sua argumentação não se prendia com métodos de ensino. Mas mencionou-os, não se coibindo de criticar os métodos alegadamente propostos pelo “eduquês” conforme tive a oportunidade de demonstrar a partir da citação das suas palavras.

“Se quer iniciar uma «guerra» sobre métodos de ensino esteja à vontade para o fazer no seu blog, acho bastante deselegante fazê-lo a despropósito num blog alheio.”

Eu não quero iniciar guerra nenhuma com ninguém. Deselegante, penso eu, é não responder às interpelações colocadas por comentadores num blogue que aceita comentários, principalmente quando os referidos comentários não foram ofensivos. Na blogosfera, como no resto da minha vida, procuro seguir os mesmos princípios da boa educação. E mais deselegante ainda é convidar-me a deixar de comentar no De Rerum Natura e cingir-me ao espaço do blogue onde ocasionalmente costumo escrever.

“(…) poderia ter escolhido um dos posts em que a Helena aborda o tema.”

Mais uma vez invoca a sua colega do De Rerum Natura convidando-me a discutir com ela assuntos de ensino. Julgo vislumbrar nas suas palavras, e eventualmente estarei a realizar um juízo de valor injusto, uma certa falta de à vontade com este tópico que, quer queira, quer não, abordou na sua entrada.
De acordo com a sua opinião quis apenas salientar as palavras sem sentido de um discurso que condena. Para mim, ao falar de “dogmas enunciados com uma superabundância de termos” que, constituem “uma crença sem qualquer sustentação” está a emitir um juízo de valor negativo relativamente a práticas educativas sobre as quais existe investigação empírica disponível que nos permite ter uma opinião fundamentada sobre as mesmas. Aparentemente não está interessada em discutir o assunto. Está no seu pleno direito. E como continua a não ter consideração pela minha prosa, segundo as suas palavras, por aqui me fico para não a maçar mais.

Jorge Oliveira disse...

Cara Palmira

Admitamos que tudo isso é assim. Mas Obama dá alguma garantia de defender e promover a Ciência? O avanço de Obama nas sondagens terá alguma coisa a ver com a vertente científica oferecida pelo candidato? Possivelmente, seria a primeira vez no mundo que um candidato presidencial seria escolhido em função de um tal critério.

Não acredito que a preferência dos cientistas tenha alguma influência. Como não teve quando, na campanha de 2004, um grupo de 48 cientistas publicou uma carta em que acusava Bush de desvalorizar a Ciência e apoiou o candidato John Kerry. Viu-se o resultado.

Pessoalmente, eu não morro de amores pelo candidato republicano, mas registei uma passagem de um dos debates entre os dois candidatos, em que verifiquei que Obama é um crente nas fantasias do global warming. Para mim, não é bom sinal. As teses do global warming têm muito pouco de científico e bastante de político, não sendo mais do que um libelo acusatório que, ironicamente, pretende “entalar” os EUA.

Por outro lado, McCain declarou que iria avançar com a construção de centrais nucleares para diminuir a dependência energética de países que não oferecem confiança. Penso que McCain faz, ou faria, muito bem. Nós, na Europa, devíamos fazer o mesmo. É uma irresponsabilidade depender do petróleo dos árabes e do gás dos russos. Nem uns nem outros merecem confiança. E a opção nuclear seria a melhor, pelo menos enquanto as renováveis, sobretudo a solar, não garantem uma maior fatia do abastecimento. A preços decentes, claro, não os preços obscenos que nos são impostos pelo governo para engordar o défice tarifário.

JSA disse...

«a opção nuclear seria a melhor, pelo menos enquanto as renováveis, sobretudo a solar, não garantem uma maior fatia do abastecimento. A preços decentes, claro, não os preços obscenos que nos são impostos pelo governo para engordar o défice tarifário» - se o nuclear não fosse também subsidiado, quais seriam os preços?

Jorge Oliveira disse...

O nuclear não é subsidiado. De onde veio essa ideia?

João disse...

"As teses do global warming têm muito pouco de científico e bastante de político"

Há um consenso cientifico forte acerca das causas do aquecimento global. Como se pode ignorar isso? Li o bastante sobre o assunto para saber que não é possivel perceber quem tem razão baseado em factos como quem beneficia com o que, ou quem é que pagou estudo X. Parece-me no entanto que subornar quase todas as grandes academias de ciencias do mundo (incluindo a Norte Americana), mais o partido Democrata, mais o IPCC, mais os média de todo o planeta, é capaz de ser um pouco caro.

Jorge Oliveira disse...

Caro João

É capaz de ser caro, lá isso é. Se quiser, pode ler este texto do meu colega Rui Moura, autor do blog Mitos Climáticos :

http://mitos-climaticos.blogspot.com/2008/10/vida-feita-de-prioridades.html

luisa disse...

1ºconsidero deselegante a discussão de métodos ou teorias de ensino neste espaço-tempo dedicado a outro assunto.
dispersa do essencial!

2ºPalin causa-me um certo asco mas é um sentimento tão irracional como a Irracionalidade dos dogmas da fé se infiltrarem na ciência e no poder. Enfim,parece ser o poder do capital das igrejas a infiltrar-se

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