Num mundo que está perigosamente inclinado no plano económico-financeiro, vale a pena procurar razões para se estar optimista. O editor norte-americano John Brockman, de quem já se aqui tem falado, perguntou a muitos cientistas, através do seu sítio Edge, "What are you optimistic about?". As respostas foram reunidas num livro, publicado em inglês pela Simon and Schuster em 2007 (tenho em mãos a edição Pocket Books de 2008, com introdução do filósofo Daniel Dennett).
Os cientistas são, em geral, pessoas optimistas. Julgo que o são por uma razão simples: Acreditam num futuro melhor pois eles próprios participam activamente na preparação desse futuro. Eis algumas das respostas dadas a Brockman por alguns nomes destacados da ciência contemporânea. Ainda que por vezes pareçam algo "naif", será enriquecedor sentirmo-nos provocados por elas:
Brian Greene, físico teórico ("A nossa espécie pode revelar mistérios"): "Estou optimista que o mundo valorize progressivamente o pensamento racional e confie cada vez mais nas reflexões baseadas nele para tomar as decisões mais críticas".
Steven Pinker, psicólogo ("O declínio da violência"): "O meu optimismo reside na esperança que o declínio da violência ao longo dos séculos seja um fenómeno real, que seja o resultado de forças sistemáticas que continuam a actuar e que podemos identificar essas forças e talvez concentrá-las e distribuí-las."
Daniel Dennett, filósofo ("A evaporação da mística poderosa da religião"): "Sou tão optimista que espero viver o suficiente para ver evaporar a mística poderosa da religião. Em cerca de 25 anos, quase todas as religiões terão evoluído para fenómenos muito diferentes, a tal ponto que em muitas regiões a religião não governará a nossa vida tal como o faz hoje".
Richard Dawkins, biólogo ("O iluminismo científico final"): "Estou optimista que os físicos da nossa espécie irão completar o sonho de Einstein e descobrir a teoria final de tudo antes que criaturas superiores a nós, que evoluíram noutros mundos, estabeleçam contacto connosco e nos dêem a resposta".
Michael Shermer, historiador e editor ("A ciência e o declínio da magia"): "Estou optimista que a ciência esteja a ganhar em relação à magia e à superstição".
Freeman Dyson, físico ("Uma ferramenta nova para uma compreensão mais profunda da natureza humana"): "Sou em geral optimista porque a nossa herança humana parece que nos equipou muito bem para enfrentarmos desafios, desde o tempo da idade dos gelos e dos ursos das cavernas até às doenças e sobrepopulação."
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