terça-feira, 14 de abril de 2020

Conselhos aos Idosos de Cristine Lagarde e Outros Benfeitores

Mais um poema, este sarcástico,  do meu amigo Eugénio Lisboa:



A Senhora Christine Lagarde

acha que os velhos vivem demais;

p’ra que a economia se resguarde

há que apressar os ritos finais.



Um senhor da América do Norte

pede aos idosos compreensão:

por favor não esperem pela morte,

façam-no pela vossa própria mão.



Tudo, é claro, a bem da economia,

nada a ver com qualquer heresia:

são, todos, religião e harmonia,

missa, terço e ave-maria!



Mas viver não é exagerar,

há que cuidar sempre dos cifrões:

p’rá economia não parar,

metam os velhos à vida travões!

Eugénio Lisboa,

que ficou muito preocupado com a economia

do globo, que ele tem estado, sem ser por mal, a prejudicar.

1 comentário:

Carlos Ricardo Soares disse...

A Lagarde nem precisava de se interrogar de um ponto de vista ético e social, bastava que se interrogasse de um ponto de vista económico e financeiro, para não cair em armadilhas de palavras. Quem não aprendeu ou já esqueceu de ser precavido com as palavras, em cargos de responsabilidade como o dela, representa um grande perigo em matéria de ambiente ideológico, que anda mais poluído do que o outro. O mais preocupante é que ela não caiu em nenhuma armadilha de palavras, ela armadilhou as palavras. Quando era suposto que ela tivesse ideias, valores, humanidade, visão, encontrou/usou um expediente à Trump, para fazer parecer, em deploráveis segundos, que as ideias e os valores são mais fáceis de matar do que os velhos como se, para matar aqueles, bastassem algumas palavras na boca certa.

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