domingo, 19 de abril de 2020

A Desorientação do Partido Socialista

Reporto-me a duas recentes informações publicadas dias atrás , e quase em simultâneo, na “Sic Notícias",

A primeira informação dizia: “Primeiro-ministro garante que não haverá austeridade depois da pandemia”.

A segunda, também pela voz de António Costa, contradizia: “Não há garantias de não haver austeridade”. 

No início desta declarada emergência, já estávamos nas mãos de duas alunas aplicadas deste Governo: a ministra  da Saúde e a sua directora geral. Ambas desvalorizando, inicialmente, o perigo do coronavírus, depois macambúzias  perante a realidade dos factos e, finamente, eufóricas na comunicação ontem feita ao país.

Por seu turno, António Costa, com o seu diz e desdiz. trouxe-me à memória o dito jocoso sobre a profissão de economista, pese embora o respeito que tenho por esta profissão de exigentes estudos universitários, quando não ao serviço de finalidades políticas obscuras. Assim, "economista é o indivíduo que anda metade do tempo a dizer o que vai acontecer e outra metade a explicar porque não aconteceu!"

Bem eu sei que para justificar as comemorações  abrilinas,  em risco de perderem o viço das folhas primaveris, ou mesmo caírem no olvido,  havia  que fazê-lo, com pompa e circunstância,  na Assembleia da República com a presença e chancela do Presidente da República, do governo do PS  e da maioria dos seus “compagnons de route” parlamentar, com a honrosa excepção do CDS!

Comemorações festejadas no próximo dia 25 deste dolorido  mês de  Abril, com um   copo de água de noivado  de gente  nova-rica ou abastada, servido aos  parlamentares  e seus convidados confinados num ambiente  fechado,   em período de crise económica declarada, pago com o dinheiro dos impostos daqueles que a eles não podem fugir, ou não fogem por dever de cidadania. Razão teve Peter Vries: “Os ricos não são como nós, pagam menos impostos!”

Entretanto, o PC  anuncia,  para meia dúzia de dias depois, festividades de rua no “Dia do Trabalhador”, previsivelmente, com canções revolucionárias gritadas a uma só voz para abafar as lágrimas dos que choram os seus entes queridos mortos ou em perigo de vida porque infectados com o coronavírus.


Facto pouco ou nada de  estranhar, se nos ativermos a este princípio  de Estaline: “A morte de um homem é uma tragédia; a morte de um milhão uma estatística”. Infelizmente, sem ser por motivo de genocídio político, é com a estatística de mortes causada por uma pandemia com que a humanidade  se defronta hoje por doença altamente contagiosa.

Deste modo, voltámos ao tempo do Estado Novo, e das suas comemorações do dia “28 de Maio” tão criticadas pela esquerda e hoje exaltadas por essa mesma esquerda, no que se refere a  um outro dia  do mês de Maio.

Há quem diga que a história não se repete, repete-se embora de forma adaptada às suas circunstâncias!

2 comentários:

Rui Baptista disse...

Acabo de ler na Net, uma advertência , de Marta Temido, a temer que um acção impensada pode fazer perder tudo o conseguido até aqui no combate à pandemia. Conselho avisado, que exigia a coerência de não haver manifestações de 25 de Abril, e havendo ela não estar presente. "Quem te avisa teu amigo é", na "vox populi". Mesmo sem amizade, é uma questão de humanismo cristão de amor ao próximo.

Rui Baptista disse...

Perante a contestação generalizada às festividades de 25 de Abril, tarde e a más horas, o presidente da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço, em notícia televisiva de hoje, discorda do número elevado de convidados. Reforço, tarde e a más horas!

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