segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

A Química das coisas triviais


 


Inserida no novo ciclo "À Luz da Ciência", dinamizado pelo Bioquímico António Piedade, realiza-se no RÓMULO -  Centro Ciência Viva da Universidade de Coimbra, na próxima 3ª feira, 24 de Fevereiro de 2015, pelas 18h  a palestra intitulada "A química das coisas triviais" com Sérgio Rodrigues, Professor no Departamento de Química da Universidade de Coimbra. 

Sinopse: 

Não temos fome e matamos a sede sem receio em grande parte devido à química. Paremos por um momento de respirar para não inalarmos e expiramos produtos químicos - nitrogénio em grande parte, oxigénio o suficiente, água e dióxido de carbono, os necessários, mas nenhum deles bom ou mau em si mesmo - e a química do nosso corpo irá continuar a construir e destruir moléculas em quantidades astronómicas a uma velocidade alucinante. Olhemos à nossa volta. É difícil não vermos materiais, produtos, e processos que têm a ver com química, alguns ignorados, outros ainda misteriosos. Olhemos para os objectos que temos nos bolsos. Olhemos para os próprios bolsos, as roupas, os móveis, os edifícios, a rua. O próprio olhar tem química, assim como a mente que o interpreta. Tudo tem química. Tem o mundo, tem a mão que o modifica, têm os braços que o sustentam.

3 comentários:

Carlos Ricardo Soares disse...

Tudo tem química, talvez. Não uma química qualquer.
Tudo tem física, talvez. Não uma física qualquer.
Nem tudo é química. Nem tudo é física.
E, no entanto, que nos é tão intimamente químico como o ar que respiramos ou as moléculas que nos alimentam?
Haverá alguma intimidade que seja tão intimamente química?
Ou mais do que intimidade química?
Poder-se-á falar de intimidade química?
Poder-se-á falar de intimidade física?
E como tem sido essa intimidade desde o tempo em que não havia átomos?

Cláudia da Silva Tomazi disse...

Pois bem, Carlos Soares o trivial desde sempre lúcido.

Sérgio Rodrigues disse...

Obrigado pelo poema! Embora na altura em que escrevi esta sinopse "ao correr da pena" o texto me tivesse parecido vagamente whitmaniana ou até um pouco dickinsoniano, não valorizei o seu possível aspecto poético. Gostei muito mais dele, agora que o quebrei em versos sem rima,

Não temos fome e matamos a sede sem receio
em grande parte devido à química.

Paremos por um momento de respirar
para não inalarmos e expiramos produtos químicos
- nitrogénio em grande parte, oxigénio o suficiente,
água e dióxido de carbono, os necessários,
mas nenhum deles bom ou mau em si mesmo -
e a química do nosso corpo irá continuar
a construir e destruir moléculas
em quantidades astronómicas
a uma velocidade alucinante.

Olhemos à nossa volta.
É difícil não vermos materiais, produtos, e processos
que têm a ver com química,
alguns ignorados, outros ainda misteriosos.

Olhemos para os objectos que temos nos bolsos.
Olhemos para os próprios bolsos, as roupas,
os móveis, os edifícios, a rua. O próprio olhar tem química,
assim como a mente que o interpreta.

Tudo tem química.
Tem o mundo,
tem a mão que o modifica,
têm os braços que o sustentam.

Parafraseando livremente um dos argumentos de Philip Sidney, a poesia pode ir além da ciência pois enquanto a ciência nos mostra como as coisas são e funcionam, a poesia pode fazer-nos gostar das coisas como elas são e funcionam.

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