Na última newsletter da Fundação para a Ciência e Tecnologia, publicada há uns dias, ficámos a saber que a FCT confere um selo de qualidade:
Perto de uma centena de Programas de Doutoramento com selo de qualidade FCT
São já 96 os Programas de Doutoramento FCT aprovados nos concursos abertos em 2012 e 2013 pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). Abarcam as principais áreas científicas, envolvem centros de I&D nacionais de norte a sul do país, assim como perto de 50 instituições internacionais.
A minha preocupação centra-se nos restantes 713 programas de doutoramento autorizados em Portugal. Perguntamos à Moody's e à Fitch que tipo de lixo são? Tendo em conta que foram acreditados pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior por Engano, estou convencido que serão lixo de primeiríssima qualidade.
Esta questão mostra bem a cultura da actual FCT. Financia 10% das candidaturas (seja de bolsas, contratos, projectos de investigação ou programas doutorais) e justifica esses cortes como sendo uma política de aposta na qualidade. Não é. É uma falácia. Tal como há muitos candidatos a bolsas, ao concurso investigador-FCT e projectos de investigação que não são financiados e têm qualidade, também haverá muitos programas de doutoramento sem o "selo de qualidade FCT" que têm qualidade. O mito da qualidade e da excelência é uma falácia para justificar cortes brutais.
Persiste uma dúvida: em que patamar de qualidade fica a própria FCT, com as trapalhadas todas, suspeitas de falta de transparências e atrasos sistemáticos nos concursos que faz?
3 comentários:
Diria que a Ciência e os seus trabalhores estão a ser vítimas de si mesmas, vítimas da tolerância e simpatia com uma visão cientificista. É inegável que é a própria tecnocracia que vos aniquila.
Acrescento que a ciência e os cientistas precisam de reconquistar rapidamente tanto a sua total independência quanto a sua insignificância.
obrigado por esta publicação!!
Enviar um comentário