sexta-feira, 9 de março de 2012

VON BRAUN E KOROLEV: SOBRE "DARWIN AOS TIROS" 1


Recebi estes comentários de José Matos, especialista na divulgação da astronomia e astronáutica. Agradeço vivamente as precisões que faz e deixo-os aqui para benefício de todos os leitores.

"Pág. 42 – Ao contrário do que diz o livro, von Braun não foi preso por tropas americanas e levado à força para o outro lado do Atlântico, na verdade, ele entregou-se voluntariamente aos americanos, para não ser capturado pelos russos e foi por opção própria para os EUA.

Na mesma página diz que a ideia da ida do homem à Lua foi de Korolev. Bem, a ideia do homem ir à Lua é antiga, mas a forma como foi concretizada e o esquema da viagem deve-se obviamente aos americanos e a John C. Houbolt de Langley, que concebeu o método LOR (lunar-orbit rendezvous), fundamental na abordagem lunar. Korolev nunca desempenhou qualquer papel relevante nisto. Agora, a concepção LOR não era original de Houbolt, mas sim de um mecânico russo chamado Yuri Vasilievich Kondratyuk, que calculou em 1916-17 que o LOR era o melhor meio de conseguir uma descida na Lua com a conservação máxima de propulsante. Oberth também discutiu as possibilidades do LOR em 1929 e Harry Ross da British Interplanetary Society, actualizou as ideias de Kondratyuk em 1948. Portanto, mais uma vez, Korolev não tem qualquer papel em nada disto (ver “Chegamos à Lua!” de John Noble Wilford, Edição Livros do Brasil, 1970)."

Sim, o relato que faz de von Braun é verdadeiro. Ele entregou-se, tendo ficado preso. Quanto à ida para os Estados Unidos, não penso que ele tivesse, na altura, muitas opções de escolha...

Sim, a ideia da ida à Lua é antiga, mas Korolev ensaiou no século XX planos de uma viagem tripulada. O design soviético não foi, de facto, o adoptado na viagem Apollo, que ganhou a "corrida". Recomendo também o livro "Chegamos à Lua" do jornalista John Noble Wilford, que li há muito tempo.

1 comentário:

Cláudia S. Tomazi disse...

As verdades não mudam, apenas vão sendo descobertas.


Horácio: "Caelum, nom animum mutant qui trans mare currunt".
Os que cruzam o mar mudam de céu, mas não de espírito.

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