José Morais, professor jubilado de Psicologia da Universidade Livre de Bruxelas (na imagem ao lado), Paulo Ventura, professor da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, integram uma equipa internacional, liderada por Stanislas Dehaene do Instituto Nacional da Saúde e da Investigação Médica francês, que desenvolveu o primeiro estudo cujo objectivo era comparar o funcionamento cerebral de analfabetos, ex-analfabetos e letrados. Isto ao abrigo da teoria da reciclagem neuronal, defendida por Stanislas Dehaene.
O artigo - How Learning to Read Changes the Cortical Networks for Vision and Language - em que se dá conta desse estudo foi publicado na versão online da revista Science há dois dias e dá conta do impacto da aprendizagem da leitura no córtex cerebral.
Ao jornal Público José Morais explicou que "o cérebro dos ex-analfabetos só em poucas coisas difere do dos alfabetizados, está muito mais próximo destes (...). Ensinar alguém a ler na idade adulta tem os mesmos efeitos do que ensinar uma criança. É uma boa notícia, não há razão para desistir dos iletrados". As diferenças entre o cérebro leitor e aquele dos que nunca aprenderam a ler é que são todo um rol.
sábado, 13 de novembro de 2010
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6 comentários:
já tentei, duas vezes, ensinar pessoas com mais de sessenta anos, tentativa frustrada, desistiram. Será que há casos de sucesso? O problema parece-me a falta de auto-estima. acham que não vão conseguir.
Helena serrão
Nunca é tarde para nada,
sempre é tempo para tudo:
nunca é tarde para cada
ter a posse de um canudo!
JCN
Mas o Prof. Castro Caldas disse repetidamente que se não se aprendiam certas coisas em criança nunca mais se aprenderiam. Parece haver aqui uma contradição, se os cérebros dos ex-analfabetos ficam essencialmente iguais aos dos letrados.
Há que especificar o que o Prof. Castro Caldas entende por "certas coisas". O resto... são meras "parecenças"! Não lhe "parece"? JCN
Caro Anónimo da 20:20
É porque o Prof Castro Caldas não conhece ainda o milagre das Novas Oportunidades, nem o das Metas da Aprendizagem. Além de não conhecer a alquimia do Processo de Bolonha.
Entrámos no séc. XXI a sistematizar como se devia ter feito letrados na Idade Média. E a explicar as razões de estarmos a estabilizar a nossa posição na cauda da Europa.
Bem pensado e melhor dito, caro Dr. João Boaventura! E, já agora, permita que lhe dedique esta singela quadra:
Nunca é tarde para nada,
sempre é tempo para tudo:
existe sempre uma estrada
a descobrir pelo estudo!
JCN
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