sábado, 6 de novembro de 2010

“A criança é uma criança, não é um pateta”

A propósito de texto anterior e de comentário de um leitor, cito Sophia de Mello Breyner Andresen: “A criança é uma criança, não é um pateta.”

É verdade, Sophia tinha razão. Porém, certos rumos que se imprimem à educação só podem tornar qualquer criança num pateta.

5 comentários:

José Batista da Ascenção disse...

Algumas resistem, Professora Helena, algumas resistem. Algumas daquelas cujos pais têm disponibilidade, sensibilidade e poder económico para as educarem convenientemente... Um caminho possível é procurar alternativas às barbaridades que se vão fazendo (impunemente) nas escolas públicas.
Só que, por este caminho, pobres das crianças filhas dos pobres, que são a imensa maioria.
E não há direito de as condenar assim.
Mas talvez haja interessados nisso. Sei lá...

António Conceição disse...

É verdade, Sophia tinha razão. Porém, certos rumos que se imprimem à educação, só podem tornar qualquer criança num pateta.

Isso é era o menos. O problema é que certos rumos que se imprimem à educação só podem tornar qualquer adulto num pateta.

Graça Sampaio disse...

Que me desculpe o comentarista anterior, mas este estado de coisas não acontece por causa das "barbaridades que se vão fazendo na escola pública"; acontecem porque os pais não sabem como educar os filhos e esses, sim, tratam-nos como se de patetas se tratasse.
Agora a moda é atirar as culpas de tudo para a escola pública; a moda agora é valorizar os colégios! Elites e massas como o dr. Salazar queria?!...
Lamento.

JARRA disse...

Procurar a culpa nestas questões, é como procurar o sal na sopa ...
Que há um problema, há (a sopa está salgada!).
Porque mãos passou a sopa? Procure-se aí!

José Batista da Ascenção disse...

Carol:

Eu sou professor da escola pública. Sendo professora, não me diga que acha bem o modo como a escola pública está a funcionar: os programas, as disciplinas, as áreas (não) disciplinares, os horários de funcionamento, o estatuto dos alunos, o (aberrante) sistema de avaliação dos professores, a caterva de leis sem rei nem roque, enfim toda a organização do sistema educativo...
Em minha opinião, digo(-lhe) sinceramente que não são apenas barbaridades, seriam antes crime, se vivêssemos num país com (verdadeiras) leis.
Não, eu não atiro culpas para a escola pública. Eu atiro culpas para quem está interessado em destruir a escola pública. É isso que eu, mais que lamentar, procuro minimizar e combater. Não sou dono de nenhuma escola privada e não trabalho em nenhuma escola privada ou particular. Mas nada tenho contra essas escolas, quando funcionam bem. Ao menos que algumas crianças se "salvem"... mesmo que sejam as crianças filhas de quem mais pode.
Agora, a imensa maioria das outras, as mais pobres, a essas até o pouco que têm e as capacidades que revelam parecem querer tirar-lhes. E isso também lamento. E contra isso também luto.

"A escola pública está em apuros"

Por Isaltina Martins e Maria Helena Damião   Cristiana Gaspar, Professora de História no sistema de ensino público e doutoranda em educação,...