quarta-feira, 10 de novembro de 2010

CASULOS, FIOS DE SEDA E BORDADOS DE CASTELO BRANCO


Acaba de sair na Bizãncio o livro .º 10 da colecção "Ciência a Brincar", intitulado "Ciência no tempo dos nossos avós", de Dolores Alveirinho, Helena Margarida Tomás e Margarida Afonso. Por amável da editora publicamos uma das experiências do livro destinado a um público infantil:

CASULOS, FIOS DE SEDA E BORDADOS DE CASTELO BRANCO

“Que bonitos são os bordados de Castelo Branco! O fio do bordado é de que material, avó? É tão brilhante…”

- “Os bordados são de seda natural que é obtida a partir dos casulos do bicho-da-seda.”


"Sabes que o casulo é um fio de seda enrolado e que o fio de seda é a baba do bicho-da-seda? Pois é! O bicho-da-seda segrega uma baba que, em contacto com o ar, solidifica formando um fio muito fino e muito brilhante, com cerca de 1000 metros de comprimento. É este fio que é o fio de seda.

Queres agora saber como se extrai o fio de seda do casulo? Então vamos experimentar! Com esta experiência vais perceber por que razão o fio é extraído a quente.

Enche de água, até cerca de dois terços, dois copos de alumínio e introduz um casulo em cada um. Aquece a água de um deles até cerca de 60 ºC e deixa o outro à temperatura ambiente. Passados cerca de 10 minutos, com um pauzinho, faz movimentos circulares e tenta encontrar o início do fio em ambos os casulos. Vês como é fácil desenrolá-lo em água quente? E na água fria, conseguiste? Observa a cor da água dos dois copos. É igual?

Repara que, ao mesmo tempo que enrolas o fio de seda no pauzinho, desenrolas o casulo: estás a desfazer o bonito novelo de seda brilhante que o bicho-da-seda fez!

E por que será que só conseguiste extrair o fio de seda a quente? A resposta está na constituição do próprio fio. Uma das substâncias que o forma possui propriedades adesivas, como a cola, mantendo o fio de seda unido.

Para desenrolar o fio do casulo temos que dissolver essa cola, mas isso só é possível em água quente. É a presença da cola na água que lhe confere a coloração amarelada. A frio, não o conseguimos e o fio parte-se.

É esta a razão porque, no tempo das nossas avós, para extrair o fio de seda, se faziam grandes lumes e os casulos eram mergulhados em grandes panelas de cobre, chamadas caldeiras. Quando a água aquecia, para encontrar o início do fio, mexiam-se os casulos com uma vassourinha de ramos secos de uma planta chamada carqueja."

Dolores Alveirinho, Helena Margarida Tomás e Margarida Afonso

3 comentários:

Anónimo disse...

Para uma alma aberta à beleza haverá na vida coisa alguma que a não tenha, em qualquer dos seus múltiplos aspectos e manifestações? JCN

José Gonçalves disse...

Boa noite.
Certamente o que vou dizer aqui é utópico ou descontextualizado mas, aqui vai. Desde há três anos para cá tenho criado bicho da seda. Não tiro nenhum benefício disso mas, já ouvi dizer que há empresas (Portuguesas) que se dedicam à extracção da seda a partir dos casulos do bicho da seda e, aproveitando a crise, gostava de saber se alguém sabe alguma coisa.
Agradecido pela atenção dispensada.
José Gonçalves

Anónimo disse...

muito bom....

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