O prémio IgNobel é uma sátira ao prémio Nobel criada pela revista de humor científico Annals of Improbable Research (Anais da Investigação Improvável). Os prémios IgNobel distinguem artigos, trabalhos ou experiências cuja descrição ou nome é no mínimo estranha e são uma forma divertida de atrair o interesse público para a ciência e tecnologia. Nas palavras do organizador, são prémios que «primeiro fazem rir, depois levam a reflectir».
Desde a sua criação, em 1991, que a cerimónia de entrega dos prémios em Harvard é um espectáculo a não perder. Este ano podemos apreciar, para além da cerimónia em si, a premiére da mini-ópera «A galinha versus o ovo», em que estrelam prémios Nobel (dos legítimos) e cantores de ópera profissionais, ou o concurso Win-A-Date-With-A-Nobel-Laureate. Craig Mello (Medicina, 2006), Roy Glauber (Física, 2005) e William Lipscomb (Química, 1976), contam-se entre os Nobel que abrilhantarão (ou não) a cerimónia.
Estão disponíveis detalhes da cerimónia, que se inicia dentro de aproximadamente duas horas, e o podcast da mesma para os interessados.
Em anos anteriores, foram galardoados trabalhos como «Termination of Intractable Hiccups with Digital Rectal Massage», «Failure of Electric Shock Treatment for Rattlesnake Envenomation» ou «Acute Management of the Zipper-Entrapped Penis».
Entre os laureados deste ano, destacam-se as trabalhos que venceram as categorias química, «Como extrair baunilha da bosta de vaca», e medicina, «Os efeitos colaterais da ingestão de saibro». Para mim, o vencedor absoluto é o IgNobel da Paz, atribuído a um laboratório de Dayton pela sua «bomba gay» apresentada em 1994, uma arma química que provocaria no exército adversário uma atracção sexual irresistível pelo inimigo.
Pela primeira vez, vários cientistas sul-americanos estão entre os laureados, nomeadamente três argentinos foram indicados ao IgNobel pelo estudo «Efeitos do Viagra sobre o jet lag», publicado pela Academia de Ciências argentina em Junho de 2007. O IgNobel da linguistica foi atribuído a dois cientistas espanhóis e um colombiano pelo trabalho sobre as reacções de ratos à audição de um discurso proferido em diversas línguas.
Cada premiado é chamado ao púlpito onde pode falar durante 60 segundos, sendo interrompido por uma criança de oito anos que diz que aquilo é muito chato. Mas não o será certamente! Eu pessoalmente espero poder apreciar os dotes canoros de Lipscomb, um veterano também nestas andanças.
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5 comentários:
O da baunilha na bosta de vaca não está mal mas o máximo mesmo são os «Termination of Intractable Hiccups with Digital Rectal Massage», «Failure of Electric Shock Treatment for Rattlesnake Envenomation» e «Acute Management of the Zipper-Entrapped Penis»
:))))))
O meu favorito é o de Física de 2001, sobre o «cotão» que se junta no umbigo... ;-)
Como se lê em «Humor na Ciência»:
O pesquisador australiano Karl Kruszelnicki solucionou um problema realmente intrigante. A origem dos fiapos de tecido que se acumulam no umbigo. Para tal pesquisa ele estudou o umbigo de mais de 4800 pessoas.
Os resultados do estudo:
- 2/3 das pessoas têm fiapos no umbigo
- pessoas mais velhas tem mais fiapos no umbigo
- maior incidência em homens do que em mulheres
- existe uma relação entre a cor dos fiapos e a cor da pele, pessoas de pele clara têm fiapos claros.
- o tipo de pele não afeta a incidência de fiapos
- a presença de fiapos está muito ligada a quantidade de pêlos na pessoa. Muitos ou poucos pêlos diminuem a quantidade de fiapos.
- não existe relação com o porte físico
- o azul é a cor predominante dos fiapos (assim como as roupas)
A pesquisa rendeu um prêmio IgNobel, que é conferido aos estudos mais estranhos e esquisitos (que não podem ou não devem ser reproduzidos).
Alef
Está um resumo catita no The Register:
But our favourite has to be the work done in Argentina, which determined that viagra can help hamsters recover from jetlag. Splendid news indeed, since hamsters are known for their globe trotting.
Só é pena que não haja nenhum cientista português, que são tão maus e fracos, a receber nenhum ig! Nem para estas merdas temos queda! Talvez nos safassemos num peneirasnoble ou num pompasmanias nobel, não?
luis
O prepúcio preso num fecho de correr pode, na realidade, dar muita vontade de rir, mas, se quem ri, um dia tiver um filho seu nessa situação depressa perde a vontade de rir. Isso é mais frequente do que se possa pensar. Perguntem nas Urgências de Pediatria.
Um Pediatra que,desculpem, quer manter-se anónimo
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