quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

O professor ainda tem um papel neste mundo?

Tem passado na RTP2 uma série columbiana muito leve e divertida com o título "Escola Noturna - Os Sonhos Nunca Dormem". A história passa-se numa universidade privada (mas podia ser pública) com cursos nocturnos. Dela tenho recortado "cenas" fictícias admiráveis que retratam exactamente algumas bem reais a que assisto recorrentemente. 

Na cena abaixo, uma professora acabada de chegar, ex-aluna da universidade, tem a incumbência de modernizar os professores, agora seus alunos: é preciso que usem métodos novos! Explica que, com as novas tecnologias, deixou de ser necessário transmitir informação nas aulas, pois ela está disponível na internet, etc. Enfim, o que se costuma ouvir! 

Entre os professores a modernizar está um, ainda jovem, que foi seu professor, e que, espantado, a ouve perguntar:


Independentemente de estarmos na Europa ou na América o discurso é o mesmo! Ao menos que, mesmo levando-o a sério (é de se levar a sério!), possamos rir-nos dele!

2 comentários:

Anónimo disse...

“Em um primeiro estádio, aceitei o bon mot que estabelece existirem três profissões impossíveis - educar, curar e governar -, e eu já estava inteiramente ocupado com a segunda delas”. FREUD

Um professor não é um operário de linha de montagem que passa o santo dia de trabalho a enroscar a porca A no parafuso B. Também não é um educador de infância, apesar da carreira de ambos ser única, em Portugal.
Na escola atual, o professor é sobretudo um frequentador assíduo de ações de formação em compostagem, entre outras, indispensáveis para subir na carreira.
Se o professor quiser ganhar mais algum, tem sempre a possibilidade de tirar cursos de formação em compostagem, ou outros, pois vestindo a pele de formador será bem pago com os dinheiros da bazuca europeia destinados à melhoria das qualificações dos empresários e seus colaboradores portugueses, indo dar ações de formação aos seus colegas professores e educadores de infância!

Anónimo disse...

Terá um papel, sofrível que seja, quando tome em suas mãos a decisăo fraturante de deixar de brincar às escolas C+S e EB23+JI, para se entregar de corpo e almaao novo paradigma do coaching educativo. Se a segunda vaga de recuperações de aprendizagens, principalmente as que têm por alvo a população discente dos jardins de infância, mas sem esquecer os restantes ciclos de ensino, não avançar rapidamente, já nos dias mais próximos do mês de março, Portugal poderá assistir, devido às deficiências na preparação escolar dos estudantes de 20 e 21, a um retrocesso civilizacional de mais de quarenta e oito anos relativamente à média dos países da Europa Ocidental. Quem não se lembra do lugar da cauda da Europa para que fomos atirados no século XX pela ditadura de Salazar e Caetano que tinha desprezo pela recuperação das aprendizagens,permitindo que os estudantes desfrutassem das chamadas férias grandes que duravam mais de três meses?

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