De um artigo de opinião,
assinado por José António Saraiva, director executivo do semanário “SOL”, “A pátria está doente”, reproduzo este naco de
prosa, subtitulado “O
‘regresso’ do racismo” (06/02/2021):
“A extrema esquerda insiste
constantemente na ideia de que os portugueses são racistas e deviam fazer mea
culpa. Ou seja: andamos a explorar os negros em África e agora maltratamo-los
aqui, em Portugal. Mais uma vez, é o nosso orgulho que sai amachucado.
Mas será verdade?
Os episódios racistas
multiplicam-se em Portugal? Há violência estrutural sobre os negros? Alguém é
recusado num emprego por ser negro? Os futebolistas negros não são tão adorados
como os outros?
[Em registo pessoal, embora Eusébio tenha sido
alcunhado, com amizade e respeito, por “pantera negra”, como toda a regra tem
excepção, Marega, em nossos dias, foi vítima de despudorado racismo verificado, por o pontapé na bola embotar os sentimentos].
Em certas áreas, não haverá até
hoje até uma discriminação positiva dos
negros, eventualmente por complexos de culpa, observável por exemplo nos
anúncios televisivos (que quase todos incluem negros?). Ou nas telenovelas?
É certo que a maior parte
dos negros em Portugal exerce profissões menos qualificadas, designadamente na
construção civil. Mas isto resulta mais da falta de habilitações (e, às vezes, da falta de documentação) do que da cor da pele.
Há episódios racistas em
Portugal? Claro que há. Como em todo o mundo. Mas nada tem feito mais pelo
racismo que as organizações antirracistas. E as desastrada campanhas
antirracistas. E as descabeladas afirmações de senhores como Mamadou Ba.
Esses sim: fomentam o
racismo.
Parece mesmo que essas organizações antirracistas, para se justificarem, gostariam que a maioria dos portugueses fosse racista Era a forma de mostrarem a sua razão de existir. Se não houver racismo. Ou se o racismo for residual, para que servirão elas?”.
(Fim de citação).
E aqui, não resisto em lembrar o exemplo de
ucranianos, refugiados da sua pátria em chamas de guerra e devastação económica
com formação universitária, médicos, por exemplo, que tiveram de se sujeitar a
trefas de pessoal da limpeza de hospitais. Terá sido por racismo dos
portugueses para com os ucranianos brancos?!
Por este status quo ser
uma questão que tenho dedicado atenção sem intuitos sociológicos, em outras
razões, para não ser acusado de
exercício ilegal de profissão, apenas por
ter nascido em Angola, filho de pais metropolitanos e ter vivido em Moçambique durante 18 saudosos anos, terra que me acolheu como sendo seu
filho, fui empurrado por ventos
ciclónicos da “descolonização/Abril de 74”, tida pela esquerda portuguesa como
“exemplar”.
Em consequência, não consigo ficar indiferente a situações em
que Mamadou Ba e Joacine Katar Moreira insultam constantemente os portugueses que
acolheram em sua terra gentinha que distila ódio por todos os poros enquanto se promovem social e economicamente em
Portugal, atirando para traz das costas ideologias tidas pretensamente
como humanitárias em que o dinheiro tudo
corrompe, a exemplo de Judas que entregou
Cristo por trinta moedas.
Seja a título que for, numa época em que há crianças, neste jardim à beira-mar plantado, que passam fome e velhos que vivem na rua, tenho como marginal estar-se a discutir o racismo como se fosse prioritário para um país que "deu novos mundos ao mundo", imperfeito porque imperfeita é a condição humana.
Mamadous e Joacines, em vez
de ajudarem os países onde viram nascer a luz do dia, entretêm-se em
conveniência rendosa própria em lançar
bidons de gasolina para a fogueira de pequenas labaredas de um discutível
racismo em vez de água para apagarem um ódio que arde sem as proporções dantescas
que lhe querem atribuir esquecendo as
mordomias de que gozam nesta terra hospitaleira, mas não estúpida, mesmo
em dias invernosos de coronavírus. Haja um mínimo de consciência num mundo
global de inconscientes. Será pedir muito?
Para que se não julgue que sou um arrivista que se aproveita desta ocasião para, como se diz na gíria, botar faladura, transcrevo abaixo um artigo por mim escrito e aqui publicado (29/06/2020), intitulado “O CAVALO DE TRÓIA DO RACISMO NEGRO":
“Temos de aprender a vivermos como irmãos ou morreremos todo como loucos” (Martin Luther King).
Por norma, associa-se o racismo à população branca de países maioritariamente brancos colhendo exemplo no nazismo quando Hitler, em defesa da eugenia, se recusou, nos Jogos Olímpicos de Berlim (1936), a apertar a mão ao negro Jesse Owens vencedor de quatro medalhas olímpicas nesse evento.
Em nosso tempo, com sinais de ódio fora de controlo, surge, em oposição ao racismo branco, o racismo negro qual Cavalo de Tróia que, insidiosamente, pela calada da noite, se vai infiltrando, sob o manto de falsa inocuidade, assumindo o papel de odiosa pena de Talião de remoto tempo do direito hebraico. Curiosamente, quando as negras esticam o cabelo para lhe tirar a crespura ou descoloram a negrura da tez, assiste-se a uma forma de racismo que descaracteriza a sua carga genética, tornando-as clientes habituais da famosa marca de cosméticos francesa L’Oreal que alterou o nome de um seu creme branqueador da pele para clareador da pele.
Há racimo negro quando matulões negros espancam selvaticamente desprotegidos adolescentes brancos, roubam descaradamente prateleiras de supermercados ou tossem intencionalmente para cima de verduras aí à venda filmando os seus actos para passarem na Net, vangloriando-se de ”justiceiros” em desforra de uma sociedade que têm como madrasta, e não cumprindo, como tal, o princípio de em Roma ser romano, atentando, pelo, contrário, sistematicamente contra as leis vigentes no país que os acolheu ao apedrejar os agentes policiais encarregados de as fazerem cumprir em manifestações anti-racistas. Lançam, desta forma, achas para a fogueira que reacende o racismo.
Há racismo negro sempre que Joacine Katar Moreira insulta grosseiramente o
Estado português que lhe concedeu a nacionalidade, abrindo-lhe o caminho para
um lugar de destaque na Assembleia da República Portuguesa. Trata-se de
uma tremenda ingratidão por parte desta deputada.
Há racismo negro quando Mamadou Ba, senegalês de nascimento, naturalizado
português, dirigente do SOS Racismo, incita os negros a manifestações que
fazem perigar vidas, assumindo ele o papel de chefe da matilha de lobos
esfaimados e vingativos e imputando a inocentes carneirinhos a
responsabilidade por actos cometidos pelos seus ancestrais, como se a
história não devesse ser estudada em função da época em que os factos se
passaram.
Suponhamos que estas situações vivenciadas em Portugal tinham lugar na Guiné ou
no Senegal com portugueses naturalizados nesses países! Gozariam eles da
mesma benevolência? Decididamente, respondo: não! Como escreveu
Sophia de Mello Breyner, "não se deve criar em nome do anti-fascismo
um novo fascismo.” Por idêntica razão defendo que em nome do anti-racismo
branco não se deve ciar um racismo negro!
Honra seja feita a Moçambique independente, que trata como gente amiga os
portugueses que aí vivem, viveram ou a ela retornam em visita saudosa não se
deparando, inclusivamente, com a destruição iconoclasta de estátuas portuguesas
do tempo colonial, resguardando-as em armazéns. O passado da história não se
apaga rasgando páginas de livros ou fazendo desaparecer da memória de
moçambicanos personagens portuguesas que dela fazem parte.
Este é o conceito de
justiça social que defendo, à outrance, livre de tochas que incendeiem uma
sociedade, fazendo com que o homem seja lobo do próprio homem, em crítica
sociológica de Thomas Hubber. O racismo, tenha a cor que tiver, não deve servir
de arma de arremesso ao serviço de pessoas que, fazendo-se de vítimas, se tornam, elas próprias, algozes que cinicamente deturpam a
história a seu bel-prazer ou conveniência”.
As ilações a tirar do
que aqui transcrevi, com origem no semanário SOL e no blogue “De Rerum Natura”,
serão enriquecidas com comentários dos leitores porque ninguém é senhor da
verdade absoluta. Aliás, já se interrogava Ortega Y Gasset e respondia, simultaneamente, sobre a verdade: “O
que é a verdade? A verdade é, frente ao dogma, discussão permanente!”
3 comentários:
:) O autor não será José António Saraiva? Bons escritores, mas melhor filósofo o AJ Saraiva.
Fui confirmar: o nome, que escrevi, está correcto. Obrigado pelo comentário.
Enviar um comentário