A
crise é culpa de quem? E quais são as suas maiores vítimas? Neste
ensaio que navega longe dos códigos da auto-ajuda, vamos até à raiz da
palavra para percebermos que Crise é um conceito que nada tem a ver com soundbytes nos meios de comunicação?
Sabia que o conceito original de Crise está muito ligado a áreas como a
Medicina ou o Direito? E que Crise significa momento de viragem e não
uma situação permanente de carência e inquietação, nomeadamente
económica?
«Existe um “discurso da crise” com o qual estamos
todos mais ou menos familiarizados. Ele existe no discurso público em
vários registos, desde o profissional-especializado, por vezes dito
científico, que elanora versões sofisticadas de crises civilizacionais,
tal como existe no senso comum, na vox populi que recita como uma
lengalenga (ou inflamadamente, nas redes sociais) vulgares acusações e
queixumes sobre “esta crise que não acaba” e os seus responsáveis,
geralmente “os políticos"».
O
investigador e consultor político Carlos Leone dedica este novo ensaio
ao tema da Crise, que domina a vida pública portuguesa, e não só, há
anos. Ao contrário do que é habitual, não aborda o tema pelo ângulo
económico, nem pelo das crises políticas. Aborda, sim, as origens do
termo, relacionando-o com a história das ideias, fazendo ainda a ponte
com a situação portuguesa.
Libertando a Crise do discurso económico, que se tornou hegemónico no
espaço público, o autor procura restituir a origem a um conceito
fundamental, krisis, que tem mais a ver com superação de um problema do que com o estado permanente de incerteza.
Carlos Leone licenciou-se em Filosofia e doutorou-se em História das
Ideias, na FCSH. Além de colaborador de órgãos de comunicação social
portugueses, foi docente e investigador, sendo actualmente consultor
político. Dirigiu a revista da INCM Prelo e publicou vários livros como Portugal Extemporâneo. Recentemente, foi autor de vários verbetes no volume do Dicionário de História de Portugal sobre o período 1974-76.
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