Depois de muitas negas não há como negar o inegável: como noticia o PÚBLICO, a FCT mandou a European Science Foundation chumbar metade das unidades de investigação em Portugal. Isto é o mesmo que num exame ser imposto ao professor que chumbe metade dos alunos, independentemente do seu desempenho. Isto é uma fraude. Uma avaliação assim não tem qualquer credibilidade.
E a gravidade da situação chega ao caricato de, na mesma edição do PÚBLICO, Miguel Seabra dizer isto em entrevista:
PÚBLICO: Alguns investigadores têm-nos feito chegar informação de que alguns avaliadores externos anónimos deixaram transparecer nos seus relatórios que receberam indicações para baixar certas notas [por limitações de financiamento].
MIGUEL SEABRA: Isso é totalmente descabido. O processo foi conduzido pela ESF [European Science Foundation] e nem a ESF nem a FCT fariam uma coisa dessas. Não houve da parte da FCT qualquer constrangimento aos painéis, para dizer que há estas ou aquelas limitações de financiamento. Houve uma separação total entre a avaliação científica e o que vai ser posteriormente o financiamento das unidades.
Frase do contrato, entre a FCT e a ESF:
"Stage 1 evaluation will result in a short list of half of the research units that will be selected to proceed to stage 2"
Que credibilidade resta a Miguel Seabra perante a comunidade científica e perante os contribuintes? Que condições tem Miguel Seabra para continuar à frente da FCT?
4 comentários:
Como sempre, mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo...
Este governo vai ficar para a história como o executivo que, de uma forma quase aleatória, encerrou metade das unidades de investigação em Portugal. Isto num país ainda deficitário em investigação e sem com isso poupar um cêntimo ao orçamento de estado....temos que admitir que é obra!
Quanto é que esta encomenda custou? Há essa informação?
Mas ele não está de saída para a própria ESF?
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