Poema de Regina Gouveia, professora de Física e Química e poeta, que recebemos neste blogue:
Átomos que viajam desde o Big Bang
afagam-me através da morna brisa,
neste rubro arrebol do dia exangue.
Talvez já tenham sido pedra, rouxinol, flor
e por isso a brisa como que canta
e exala um perfumado odor.
Num gesto de lascivo amor
fundo-me com a brisa,
perco-me algures no espaço e no tempo
e, num fugaz momento,
sinto que sou pedra, brisa, rouxinol e flor
Regina Gouveia
terça-feira, 19 de abril de 2011
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
O corpo e a mente
Por A. Galopim de Carvalho Eu não quero acreditar que sou velho, mas o espelho, todas as manhãs, diz-me que sim. Quando dou uma aula, ai...
-
Perguntaram-me da revista Visão Júnior: "Porque é que o lume é azul? Gostava mesmo de saber porque, quando a minha mãe está a cozinh...
-
Usa-se muitas vezes a expressão «argumento de autoridade» como sinónimo de «mau argumento de autoridade». Todavia, nem todos os argumentos d...
-
Cap. 43 do livro "Bibliotecas. Uma maratona de pessoas e livros", de Abílio Guimarães, publicado pela Entrefolhos , que vou apr...
8 comentários:
O poema fez-me lembrar Gedeão e Vitorino Nemésio (deste último, a obra "Limite de Idade"), mas a ideia expressa por Regina Gouveia é banal e recorrente.
Lamento, mas não é um grande poema.
Não sei porque lamenta, Sr. Funes,o memorioso. Uma ideia banal e recorrente deve deixar de ser expressa?
Eu gostei muito de o ler, achei-o um óptimo poema. Atrever-me-ia até a chamar-lhe um grande poema.
Mas pronto, não sou nenhuma "expert" em poesia...
Viva a Ciência! Viva a Poesia! JCN
Apenas gostaria de revelar para a professora Regina Gouveia, minha especial admiração. Poucas, aventuran-se na Física, Química e em versos. Assim como vos fizéreis de adversidades, "ensinamentos" tereis de explorar alimentos da alma, que diferem de sentimentos, com a devida permissão:
Átomos viajantes deste Big Bang
afaga-te tão morna brisa,
rubro dia no arrebol exangue.
já talvez, pedra, rouxinol e flor
tendo por brisa cantante
exalas perfumado odor
lascivo, gesto amor
e, ao fugaz momento
fundo-me, ser brisa
perco-me ao espaço, tempo
sinto em algures que frisa
ser pedra, rouxinol e flor.
Não disista enquanto humanidade, sempre tereis a possibilidade do seu melhor por respostas.
Agradeço vossa compreensão.
Em consonância, ao meu estilo:
PÓ DE ESTRELA
Fruto de milenária evolução
e de matéria orgânica formado,
antes porém do meu prsente estado
fui luz de virtual constelação.
Vim das galáxias, sabe-se lá quando:
talvez já fosse pedra, lama ou flor
que em espiral se foram transformando
por obra do Supremo Criador!
Bicho da terra, como diz Camões,
matéria vil de vísceras e ossos,
sujeito a toda a casta de emoções,
ufano-me de ser, em todo o caso,
entre montões de cósmicos destroços,
o pó de alguma estrela em seu ocaso!
JOÃO DE CASTRO NUNES
Sr. João de Castro Nunes, parabéns!
Este soneto, (como diriam) é de tirar o fôlego. Maravilhoso, estremecedor.
Muito, importante!
Na mesma linha de pensamento:
ESTILHAÇOS DE DEUS
Cientificamente está provado
que a origem do universo resultou
de um núcleo de matéria concentrado
que em milhões de astros se pulverizou.
Comparativamente às vezes penso,
pelo que à alma humana é pertinente,
embora longe de qualquer consenso,
se ela não teve origem condizente.
Teria sido Deus que em dada altura
se desdobrou em cada criatura,
formando deste jeito a humanidade.
Numa explosão de enormes proporções,
não somos mais do que ínfimas fracções
da sua compartida... identidade!
JOÃO DE CASTRO NUNES
Cara Senhora:
Apraz-me registar que o meu soneto tenha tocado a sua sensibilidade! Foi um poema que escrevi em homenagem a Teixeira de Pascoais, o nosso grande Poeta panteísta da Saudade. Os meus respeitos. JCN
Enviar um comentário