quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Metro em Coimbra
(a minha coluna "Passeio Público" do Jornal de Notícias de 10 de Fevereiro de 2010)
Recentemente estive em Zurique, na Suíça, a propósito de um congresso científico (CogSys2010) que durou dois dias. Para além do congresso, tinha como objectivo apresentar à comunidade científica europeia os objectivos do ECHORD, um projecto científico, financiado pelo 7º programa quadro da União Europeia, do qual sou co-coordenador.
Zurique é uma cidade muito bonita que se desenvolve pelas duas margens do rio Limmat. A baixa da cidade está dividida em duas partes pelo rio: a parte velha, na margem esquerda, é muito frequentada à noite para diversão (bares, restaurantes e cafés), e a parte nova, na margem direita, é onde se encontra a maioria da actividade económica e financeira, e uma actividade comercial muito intensa. A baixa de Zurique é um grandioso centro comercial com uma oferta muito completa, de alta qualidade, espalhada pelas várias ruas e ocupando todos os espaços disponíveis.
Toda a cidade é servida por um metro de superfície que funciona muito bem, está muito bem organizado e é bem gerido. Funciona como elemento integrador da cidade, permitindo remover automóveis e simplificar a mobilidade das pessoas. Chegar a Zurique é simples, vindo de fora do país ou de outra cidade. O metro chega ao aeroporto, à estação de caminho de ferro e liga as várias zonas da cidade. É por isso um meio de transporte imprescindível, e quem vai a Zurique usa-o frequentemente.
Coimbra é em muitas coisas equivalente a esta cidade suíça. O metro faz todo o sentido e é uma das coisas que espero com expectativa para a cidade. Pode revolucionar a mobilidade no seu interior e nos respectivos acessos. Pode também revolucionar a baixa da cidade, permitindo o afluxo de pessoas sem a necessidade de carros. Poderá também ser muito importante para a Universidade, unindo os seus vários pólos e devolvendo-lhe a dimensão de universidade de múltiplos saberes: um único campus espalhado pela cidade. Terá certamente um papel importante na reactivação da baixa da cidade, melhorando-lhe as acessibilidades, contribuindo assim para que seja uma alternativa interessante relativamente a outros espaços comerciais e de lazer.
Uma intervenção deste tipo permitirá o completo reordenamento da mobilidade na cidade de Coimbra, especialmente ao nível do tráfego automóvel, circulação pedonal e do estacionamento. A introdução de um metro de superfície na cidade de Coimbra é acima de tudo uma aposta no futuro da cidade como grande centro urbano de dimensão metropolitana. E é nessa perspectiva que tem de ser construído e planeado. Tem de ser fácil chegar à cidade, mover-se no seu interior e ligar-se com facilidade aos meios de transporte internacionais. De facto, a criação dos corredores de circulação compatíveis com o metro de superfície será só por si uma enorme evolução na cidade.
A actividade empresarial, bem como a respectiva atractividade da cidade, terá muito a ganhar com um sistema de mobilidade simples e eficiente. É muito importante que o metro seja rapidamente uma realidade, passando do papel ao terreno, como parece ser o momento.
Coimbra está a mudar. É uma cidade mais empreendedora e criativa, a preparar-se para o futuro.
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4 comentários:
Sem dúvida! Além de que este transporte não polui, nem em gases de escape, nem em ruído!
Sim. Principalmente porque Coimbra é uma cidade plana, como toda a gente sabe. Tem o terreno ideal para um metro de superfície. E depois, dada a situação abastada do país, nada faz mais sentido do que gastar mais uns miseráveis milhões no sistema de transporte de Coimbra.
zuriche é 10 vezes maior que coimbra em termos de espaço, daí justificar-se o metro não?
verdade.
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