segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Eco-motas: o transporte citadino do futuro?

A Suzuki tem duas motos conceito no 40º Tokio Motor Show, que se inicou na passada sexta-feira na capital japonesa, a Biplane e a Crosscage.

Estas são motos conceptuais e, portanto, ainda longe de entrar em produção. A Suzuki Biplane pretende oferecer ao piloto uma sensação comparável à que este desfrutaria pilotando um avião sem cockpit - como o biplano que o nome sugere. Para isso, explora as possibilidades aerodinâmicas de um modelo totalmente carenado de grande porte e performance, características proporcionadas por um motor convencional de quatro cilindros em V.

A Suzuki Crosscage é um ENV (Emissions Neutral Vehicle) com um interessante quadro em X, cuja fonte de energia são células de combustível - de hidrogénio - do tipo Proton Exchange Membrane (PEM), que alimentam baterias de lítio. O sistema foi desenvolvido pela Loughborough-based Intelligent Energy em conjunto com a Suzuki Motor.

Espera-se que o salão de Tóquio esteja repleto de novos ENV que, tal como a Crosscage, combinem ecologia e performance em grande estilo. Mas acima de tudo, espera-se que os novos veículos quebrem o ciclo vicioso de não serem disponibilizadas infraestruturas para células de combustível porque não há procura que justifique a sua construção e não há veículos comerciais a células de combustível porque ... não há infraestruturas para estes e porque actualmente pelo menos os carros seriam proibitivamente caros.

Os muito mais baixos custos associados à Crossage fazem prever que as eco-motas estarão disponíveis no mercado mais cedo que outros veículos. No entanto, a produção em massa destas eco-motas só começará quando a Suzuki e construtores como a Yamaha ou a Honda considerarem que existem clientes em perspectiva que o justifique.

5 comentários:

Anónimo disse...

Cara Dr. Palmira:

O transporte citadino do futuro já existe: é prático, eficiente, silencioso, não polui e cuida da saúde dos seus utilizadores; apresenta características benéficas ao nível individual e ao nível colectivo.

Quer mais pistas?

Foi inventando há mais de duzentos anos, mas a sua tecnologia é mais do que adequada aos tempos modernos em que nos encontramos atolados de tráfego motorizado.

Chama-se bicicleta.

É uma opção de bom senso. A notícia é de hoje e é de aplaudir:
http://jornal.publico.clix.pt/magoo/noticias.asp?a=2007&m=10&d=28&uid=&id=235382&sid=50319

Para quando a aplicação no nosso Instituto Superior Técnico? Seria de valor, não concorda?

Atenciosamente.

Anónimo disse...

Estas eco-motas são mesmo uma maravilha do que o "design inteligente" pode conseguir, do ponto de vista da complexidade especificada e integrada.

Todavia, a estas motas falta apenas poderem 1) armazenar as instruções necessárias à sua própria fabricação e 2) reproduzir com precisão essas instruções de forma a permitir a sua reprodução.

Do mesmo modo, as mesmas carecem de um sistema que lhes permita 3) retirar do meio ambiente todos os componentes necessários e nas quantidades exactas para a fabricação das suas próprias peças e à manutenção do seu funcionamento, bem como 4) articular essas peças de forma a gerar estruturas e sistemas plenamente funcionais.

Mas isso, certamente, seria exigir demais, na medida em que a inteligência de todos os cientistas juntos e a informação acumulada ao longo dos séculos é incapaz de produzir semelhantes mecanismos.

Estas eco-motas apresentam, certamente, homologias com outras motas e têm peças presentes inclusivamente em bicicletas, carros e outros meios de transporte.

No entanto, elas não evoluiram aleatoriamente a partir de outros meios de transporte, sendo apenas o resultado da acumulação de informação e conhecimento anteriormente indisponíveis.

O que mostra que para haver evolução de maquinismos complexos é necessário que uma inteligência vá acrescentando informação não previamente existente.

Só uma inteligência é que pode criar e acrescentar informação.

Anónimo disse...

Apenas se pensa por analogia. O mundo não é só matéria e energia físicos. Ele também é informação.

Uma mota é um conjunto de peças organizadas mediante informação.

As peças são físicas. A informação é imaterial.

Ela existe na mente dos engenheiros. Ela é um produto mental. Pode ser codificada e vertida num suporte físico.

Mas a informação não se confunde nem com o código (convenção de símbolos) nem com o suporte físico (v.g. livro, dvd, DNA).

Quantos bits de informação seriam necessários para especificar uma eco-mota?

A bactéria Escherichia Coli tem 8x10^6 bits de informação!!

E o corpo humano?

Quantos bits de informação seriam necessários para espefificar o corpo humano?

Certamente muito mais do que isso.

Conclusão. Um corpo humano contém muito mais informação do que uma eco-mota.

A informação tem sempre uma origem inteligente.

Daí que quem produziu, codificou e armazenou a informação necessária à especificação de um corpo humano tenha necessariamente que ser mais inteligente do que quem (servindo-se de informação acumulada) criou uma eco-mota.

É razoável e racional pensar assim. Não há nenhuma evidência científica em sentido contrário.

Björn Pål disse...

É simplesmente incrível este anónimo... as ligações, os cruzamentos de ideias que ele faz para justificar a sua crença são incríveis!!!
É uma pena, pois parece ser razoavelmente inteligente mas faz extremo mau uso da Lógica... relaciona o que não tem por onde ser relacionado.

Anónimo disse...

Bem estou sem palavras com a falta de mestria argumentativa do anónimo... Mesmo com erros graves na retórica estamos num país livre, logo temos de aceitar tais dissertações.

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