quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

O POETA E O SEU POEMA

Um poema é uma pedra no caminho? 
Ou é só um fulgor que logo passa? 
Apagar-se-á ele devagarinho? 
Será só breve momento de graça?

Porém, o poeta que o escreve
julga sempre apostar na eternidade:
por mais que o poema seja breve,
há no poeta, sempre, veleidade.

O poema dura só o que dura
e dá-nos apenas a luz que tem.
Não pode ir além da sua altura

e a humildade fica-lhe tão bem!
Mas o poeta ama-o, como filho,
e vê nele, portanto, eterno brilho!

Eugénio Lisboa

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