terça-feira, 27 de dezembro de 2016

PREVISÕES PARA A CIÊNCIA

Meu artigo sobre previsões  no Público de hoje:

Que o futuro é uma caixa de surpresas estamos fartos de saber. Mesmo na ciência, que nos confere algum poder de previsão, as surpresas surgem a toda a hora. Eis, apesar de tudo, algumas previsões para a ciência em 2017.


O CERN, onde em 2012 se encontrou a partícula de Higgs que completou o conjunto de partículas do “modelo padrão”, continuará em busca de partículas novas previstas por teorias para além desse modelo. Se nada surgir podem ficar em causa planos para a construção de um acelerador maior no próprio ou no Japão ou na China, potência emergente na ciência.
CERN

Do espaço vêm sempre novidades. Em 2016 a maior foi a descoberta das ondas gravitacionais. Espera-se a detecção de mais eventos, fazendo luz sobre os objectos mais intrigantes do cosmos - os buracos negros. Ainda do espaço, se em 2016 foi anunciado um planeta semelhante à Terra à volta da estrela mais próxima do Sol, haverá previsivelmente uma “chuva” de novos exoplanetas com os lançamentos pela NASA da sonda TESS e pela ESA da Cheops. Não se sabe o que vai acontecer à NASA, mas há receios em geral quanto ao modo como Trump vai tratar a ciência (para o clima global e para as energias renováveis ninguém espera boas notícias). Pode, porém, haver surpresas: um seu tweet pode ser o tiro de partida para Marte.

Na biomedicina estão a ocorrer desenvolvimentos não menos espectaculares. Se, em 2000, Clinton e Blair anunciaram a primeira sequenciação completa do genoma humano, Obama lançou em 2015 lançou uma iniciativa de “medicina de precisão”, assente na genética, depois de Cameron ter anunciado, em 2014, um programa de sequenciação de cem mil genomas de pessoas com cancro e doenças raras. Estamos no limiar da medicina personalizada: os tratamentos serão à medida de cada um, conforme o seu perfil genético. Em 2013 com a invenção da técnica CRISPR abriram-se possibilidades extraordinárias no controlo do ADN, que estão a levantar questões éticas. Ainda na biomedicina, os estudos do cérebro avançarão para sabermos mais sobre a inteligência, a memória e a consciência.


E a ciência em Portugal? Houve uma mudança em 2015, mas esperava-se que fosse para mais e melhor. Oxalá seja em 2017.

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