A Sociedade Portuguesa de Matemática distribuiu um comunicado sobre os recentes resultados PISA. Vale a pena ler:
SPM felicita alunos e professores pelos melhores resultados de sempre no PISA 2015
A
 Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) congratula-se com os 
resultados obtidos pelos alunos portugueses no Program for International
 Student Assessment - PISA 2015. 
Portugal teve os melhores 
resultados de sempre nestes testes da OCDE, alcançando 501 pontos em 
Literacia Científica, 498 em Leitura e 492 em Matemática. Estes 
resultados estão integrados numa sequência crescente de dados em todos 
os domínios, registando-se, no caso da disciplina de Matemática, uma 
progressão média de cerca de 2,6 pontos por ano desde o ano 2000. 
Observa-se ainda que em Portugal, 95% dos alunos tiveram pelo menos 332 
pontos, 75% tiveram 424 pontos ou mais, 50% tiveram pelo menos 495 
pontos, 25% tiveram 561 pontos ou mais e 5% tiveram 644 pontos ou mais. 
Os valores dos percentis 50, 75 e 95 de Portugal são superiores aos da 
OCDE em 3, 8 e 10 pontos, respetivamente. Analisando os resultados por 
níveis de escolaridade, constata-se que em todos os anos se regista 
progressão positiva na sequência de dados desde 2000, salientando-se, no
 3.º Ciclo, o 7.º ano de escolaridade. 
A SPM felicita, em 
primeiro lugar, os alunos e os professores, que têm desenvolvido um 
trabalho meritório, muitas vezes em condições difíceis, no sentido de 
superar os maus resultados obtidos em 2000, aquando da primeira 
participação do nosso país neste estudo. 
Em segundo lugar, 
congratula-se pelas decisões tomadas ao longo dos últimos 15 anos, que 
permitiram encarar este desafio com confiança e de forma empenhada. 
Essas decisões passaram pelo investimento de recursos na Educação mas 
também pela adoção de medidas decisivas. Entre elas, destacamos a 
implementação da avaliação externa, que possibilitou a cada escola - e 
portanto ao sistema em geral - ir acompanhando o desempenho dos alunos, 
corrigindo percursos quando necessário. Esta prática foi-se instalando 
progressivamente no sistema educativo português, com os frutos agora 
visíveis quer no TIMSS, com alunos do 4.º ano, quer agora no PISA com 
alunos de 15 anos. Note-se que, neste período de crescimento sustentado 
num período de 15 anos, foram igualmente determinantes muitos outros 
fatores que fizeram crescer a exigência e o rigor a todos os níveis: 
melhorou-se a formação de professores, enriqueceram-se os currículos e 
Programas, estabeleceram-se objetivos claros para o ensino – Metas 
Curriculares –, introduziram-se provas finais no final de cada ciclo do 
Ensino Básico e exigiu-se qualidade aos manuais escolares através do 
processo de avaliação e certificação. 
Mas o trabalho em Educação
 nunca está terminado. O relatório do PISA 2015 evidencia bons 
resultados mas mostra também que não podemos diminuir o grau de 
exigência. Mostra que devemos continuar a trabalhar e a estabelecer 
medidas para que uma maior percentagem dos alunos portugueses tenha 
sucesso. Este relatório evidencia que uma maior percentagem de alunos 
deveria estar a frequentar o 10.º ano de escolaridade – ano modal do 
PISA – e não anos de escolaridade anteriores, por ter havido retenção. 
A
 diminuição das taxas de retenção também é uma meta em que se tem 
investido e os últimos resultados apurados evidenciam uma melhoria. Se 
observarmos as estatísticas oficiais, no ensino básico, passou-se de 
12,7% em 2000/01, para 7,9% em 2014/15 e, no ensino secundário, de 39,4%
 para 16,6% nos mesmos anos. Note-se no entanto que a diminuição das 
retenções deve traduzir uma real melhoria do desempenho dos alunos com 
mais dificuldades, e não ser decretada. 
Em Educação não há 
milagres: o sucesso passa por professores bem preparados, bons programas
 e currículos, metas claras e rigorosas a atingir, bons manuais para 
estudar, e exames que monitorizem a aprendizagem. 
No entanto, no
 dia em que foram anunciados estes resultados, já não há Certificação de
 manuais de Matemática, embora esteja a ser implementado um novo 
programa de Matemática no 12.º ano, já não há provas de avaliação no 
final dos 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico e está em curso uma reforma 
que tem por objetivo reduzir em 25% os conteúdos curriculares a ensinar 
aos alunos. 
Porquê desmantelar o que está a dar tão bons resultados? 
A
 SPM está, como sempre esteve, interessada em contribuir para que o 
percurso português se faça de forma a aumentar os níveis de sucesso em 
Matemática e não concorda com visões catastrofistas e infundadas que há 
largos anos entendem as últimas mudanças curriculares como propiciadoras
 de futuros insucessos, em total dissonância com o que de facto se tem 
observado na prática desde que foram implementadas. Muito pelo 
contrário, a maior exigência sempre foi motivadora de sucesso se for 
conjugada com empenho de professores e alunos, tal como está a 
acontecer. Os resultados do TIMSS 4.ºano deram um sinal mais do que 
evidente de que se está no bom caminho, assim como os resultados agora 
conhecidos do PISA. Foram obtidos num contexto em que os novos Programas
 e Metas Curriculares estavam parcialmente implementados no Ensino 
Básico, e eram conhecidos há mais de três anos, constituindo uma 
orientação curricular fundamental para os professores de todos os 
níveis.
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