terça-feira, 10 de março de 2015

SECRETÁRIA DE ESTADO DA CIÊNCIA: "TERIA SIDO UMA RAZIA..."

De um comunicado da FENPROF sobre uma audiência com Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia, Leonor Parreira. Se me é permitido um comentário (aos sublinhados meus, feitos em baixo), concordo que há, de facto, na ciência falta de liderança: o ministro Nuno Crato demitiu-se de o ser na prática há muito tempo. Sem liderança nesta área assim como noutras, o governo da nação arrasta-se penosamente para o seu fim, que felizmente será em breve.

"- CIÊNCIA

A Secretária de Estado da ciência informou a delegação da FENPROF que a auditoria/avaliação externa da FCT teria início em final de Março ou início de Abril, regressando no mês seguinte. Os quatro avaliadores internacionais (três europeus e um canadiano) são de “altíssimo nível” e irão realizar várias audições. A FENPROF comunicou que também pretende ser ouvida, enquanto representantes de investigadores, apesar de os auditores não pretenderem ouvir sindicatos (informação transmitida por Leonor Parreira).

Segundo transmitiu, as verbas comunitárias para a Ciência irão duplicar, passando dos 564,8 milhões do FP7, de 2007 a 2013, para 1.100 milhões do programa Horizonte 2020.

Sobre a avaliação das unidades contrariou a ideia de ter havido alguma irregularidade e exigência excessiva, referindo que foi uma avaliação soft e que se usassem critérios mais duros, como se faz em outros países europeus, teria sido uma razia. Já quanto aos problemas por que passam as unidades de investigação, designadamente a falta de financiamento adequado, acusou referindo a acomodação e falta de liderança como as causas dos problemas e não o modelo de avaliação e de financiamento. Para a SEC, não há falta dinheiro para financiar projectos chegando mesmo a afirmar as CCDR têm fundos disponíveis para a ciência. Há, sim, pessoas erradas a desenvolvê-los.


Perante esta situação, fica suficientemente pintado de negro o futuro do ensino superior e da investigação. Da parte do governo nada será feito para impedir o desemprego em massa, a desorçamentação, o subfinanciamento, a penúria de recursos e tudo será feito para redireccionar o ensino superior para uma estruturação de camadas, em que o nível mais baixo será ocupado pelos CTeSP (no politécnico) e o mais elevado em duas universidades topo num sistema piramidal, apesar de num e noutro subsistemas a precariedade e instabilidade continuarem a ser a nota dominante."

2 comentários:

Anónimo disse...

" (...) e que se usassem critérios mais duros, como se faz em outros países europeus, teria sido uma razia. (...) " Se os nossos tribunais não fossem tão soft, os senhores que dirigem actualmente a Ciência em Portugal já estavam no lho da rua... como se faz em outros países europeus.

Anónimo disse...

"Sobre a avaliação das unidades contrariou a ideia de ter havido alguma irregularidade e exigência excessiva, referindo que foi uma avaliação soft e que se usassem critérios mais duros, como se faz em outros países europeus, teria sido uma razia."

Levar a discussão da avaliação da FCT-ESF para o campo da exigência é um erro. Só faz sentido comentar uma avaliação nesses termos se ela for, de facto, livre, e não tiver as restrições que esta tinha à partida.

O que esta avaliação se limitou a fazer foi amplificar o ruído das pequenas diferenças entre as (muitas) unidades de avaliação que estavam à volta do nível correspondente aos 50%. E isto dando de barato que os painéis tinham a capacidade de fazer uma avaliação como deve ser, o que nem sempre foi o caso.

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