sexta-feira, 13 de março de 2015

Keep Dreaming...


Hoje faz eco nos jornais uma notícia algo esperada já há uns anos. A YDreams, a empresa criada por António Câmara a partir da U. Nova de Lisboa pediu protecção judicial dos credores.

A notícia é uma péssima notícia para quem gosta de ver empreendedores que se baseiam no conhecimento e na criação de valor a partir das sua massa cinzenta. Mas é uma notícia que nos deve trazer alguns pontos de reflexão.

Crime não é falhar, é não tentar. Para centenas de invejosas neste país a notícia é agradável. Afinal, o sujeito que teve a coragem, que eles não tiveram, de criar, parece estar a cair. Não faltarão justificações de todo o tipo para a alegada queda da YDreams mas para mim há uma causa única para cair. E essa é subir. Quem cria, quem constrói, sabe que um dia isto pode acontecer, acontece a todos, mais cedo ou mais tarde.

Tomara nós que isto não fosse notícia. Tomara nós que metade dos académicos deste país saíssem do seu casulo e fizessem aquilo que fez o Câmara. Tomara nós que todos os dias caíssem empresas pela mesma razão, por terem subido. E que todos os dias um novo Câmara pusesse o pé fora da academia e dissesse: vou fazer uma coisa minha! Tomara nós que isto fosse uma nota de rodapé "olha, outra..." e não uma notícia.

A notícia não implica o fim da empresa, embora se deva admitir que 18 milhões de euros é muito dinheiro para uma empresa daquelas. Eu não conheço pessoalmente o António Câmara e não tenho razão nenhuma para lhe passar a mão pelas costas. Mas tenho uma mensagem para ele: recupera isso. Senão, recupera disso. Se não por ti, por nós. Obrigado.  

11 comentários:

Anónimo disse...

Optimo post.
Parabéns.

cumps

Rui Silva

Anónimo disse...

Obrigado pelo post. Estamos muito confiantes na recuperação.

Antonio Camara

João Pires da Cruz disse...

Obrigado

João Pires da Cruz disse...

Eu também.

Carlos Ricardo Soares disse...

Chocou-me a notícia porque ainda estava deslumbrado com programas televisivos e divulgação em que a empresa e os responsáveis se "pavoneavam". Já estive em algumas jornadas do empreendedorismo em que o elogio soava mais a elogio fúnebre. Há alguma perversidade na mediatização do (in) sucesso. Depois não se queixem.
No que respeita a Salgados e Jardins e Bavas e Granadeiros... o choque foi "zero". Senti-me infeliz por ter razão, eu, que aposto sempre nos bons resultados.
O pavão é uma ave muito interessante, mas não lhe podemos imputar responsabilidades.
Quem se pavoneia (não me refiro ao pavão) também deve esperar o reverso. Quem come a carne também deve pagar (comer) os ossos.
De resto, não sei nada do que se passou com a empresa, nem no tempo do sucesso.

Anónimo disse...

Espero que voltem a estar bem! É sempre bom ver jovens talentosos a trabalharem na sua área e para isso é necessário quem lhes dê emprego.

Anónimo disse...

Cada vez que ouço alguém dizer "não me choca" a respeito disto e daquilo, sinto um friozinho na espinha e isso não é bom. O mundo não existe para o chocar ou não chocar, mas no mínimo, a quem está vivo e com o coração no sítio (já para não falar doutras partes) é que se deixe surpreender.

Que triste deve ser olhar para este mundo e não passar de uma massa cinzenta, cheia de pessoas cinzentas. Veja o mundo a cores, não dói.

Mário Reis disse...

Sim, sim, ainda que seja cinzento diga-se é amarelo....

Ildefonso Dias disse...

Caro António Câmara use Open source software. Por si, e por nós. Obrigado.

Anónimo disse...

Arriscando-me a abusar do cliché, sou totalmente a favor da ideia de "abraçar" as derrotas tanto quanto os sucessos... Mas seria de esperar que algum alerta tocasse algures antes de chegar aos ~18 milhoes de euros de divida...

Se fosse uma "grande" empresa, era má gestão, aqui é o quê?

Anónimo disse...

O maior respeito pelo António Câmara, mas dizer que ele "pôs o pé fora da academia" parece-me abusivo. Isto segundo "os compêndios do empreendedorismo"...
E o que acontece às spin-outs como a Ynvisible? Também estão entaladas?

O corpo e a mente

 Por A. Galopim de Carvalho   Eu não quero acreditar que sou velho, mas o espelho, todas as manhãs, diz-me que sim. Quando dou uma aula, ai...