“We live in a
universe that is always changing, full of matter that is always moving.”
Lee
Smolin.
A
Gradiva acaba de publicar «O romper das Cordas - Ascensão e queda de uma teoria física e o futuro da
Física», de Lee Smolin, livro que nos descreve a evolução e o
conhecimento físico contemporâneo sobre o Universo. Um relato invulgarmente
lúcido sobre a aventura humana na compreensão do Cosmos.
«Esta história
fala de uma busca de compreensão da natureza no seu nível mais profundo. Os
seus protagonistas são os cientistas que se esforçam por alargar o nosso
conhecimento das leis básicas da física. O intervalo de tempo que irei abordar
— aproximadamente desde 1975 — é o do meu próprio percurso profissional como
físico teórico. Poderá ser também a mais estranha e frustrante época na
história da física desde que Kepler e Galileu iniciaram o nosso ofício, há
quatrocentos anos.»
Esta é uma passagem da introdução deste livro fantástico escrito pelo prestigiado físico teórico Lee Smolin. O livro, intitulado «O Romper das Cordas», foi publicado entre nós no final de Abril de 2013 pela Gradiva, na sua colecção Ciência Aberta, nº 199, com o subtítulo «Ascensão e queda de uma teoria física e o futuro da Física». A edição original, «The Trouble with Physics», penúltimo livro do autor, foi publicada em 2006. Esta versão portuguesa foi traduzida por Daniel Tiago Alves Ribeiro e teve a revisão científica de Carlos Fiolhais.
Esta é uma passagem da introdução deste livro fantástico escrito pelo prestigiado físico teórico Lee Smolin. O livro, intitulado «O Romper das Cordas», foi publicado entre nós no final de Abril de 2013 pela Gradiva, na sua colecção Ciência Aberta, nº 199, com o subtítulo «Ascensão e queda de uma teoria física e o futuro da Física». A edição original, «The Trouble with Physics», penúltimo livro do autor, foi publicada em 2006. Esta versão portuguesa foi traduzida por Daniel Tiago Alves Ribeiro e teve a revisão científica de Carlos Fiolhais.
Escrito de uma forma extraordinariamente acessível,
este livro foi considerado como o melhor livro do ano por
The Economist e
Seed.
De facto, estamos perante
um dos melhores livros de divulgação para leigos sobre a nossa melhor
compreensão contemporânea do Universo. Um livro sobre a aventura da Física na
descoberta das leis que descrevem e explicam o comportamento e as propriedades
de tudo o que conhecemos, desde as partículas fundamentais até à expansão do
Universo, desde o “Big Bang” até aos buracos negros. Um livro que nos permite
entender o caminho percorrido desde Galileu até à Física contemporânea, com
particular enfoque para a teoria das cordas.
Ao longo do livro Lee
Smolin guia o leitor pela história da Física e descreve, numa linguagem
impressionantemente clara, o estado actual desta ciência. Sublinhe-se que o
autor explica de forma simples, mas rigorosamente, as várias teorias que
emergiram principalmente ao longo do século XX, e como estas e os seus autores
se relacionaram com a verificação experimental das suas previsões.
O autor, ele próprio um participante
activo desta aventura humana, escreve na primeira pessoa. Esse tom pessoal (a física é feita por pessoas),
repleto de uma emoção debruada por uma elevada honestidade intelectual, pano de
fundo deste livro, acompanha o leitor através do relato e descrição dos
sucessos e os insucessos da Física. «A história que escrevo» - diz-nos na
introdução - «poderia ser lida por alguns como uma tragédia. Falando muito
francamente — e deixando-me de rodeios —, nós falhámos. Herdámos uma ciência, a
física, que tinha vindo a evoluir tão rapidamente, e durante tanto tempo, que
muitas vezes era tida como exemplo do modo como as outras ciências deviam ser
feitas. Há mais de dois séculos, até ao momento actual, a nossa compreensão das
leis da natureza cresceu rapidamente. Mas hoje, apesar dos nossos esforços, o
que sabemos com absoluta certeza sobre estas leis não é mais do que já sabíamos
na década de 1970.»
Com este
livro, Lee Smolin faz, de forma corajosa, um ponto da situação sobre o
conhecimento da Física actual, indicando as dificuldades reais que os físicos
enfrentam. Este também é um livro sobre como é feita a melhor e a pior ciência,
sobre a distância entre as melhores e mais elegantes teorias e a sua
verificabilidade com a realidade.
Numa
época em que a ciência possui o maior e mais complexo instrumento de
experimentação sobre a natureza da matéria (o grande acelerador de partículas
do CERN), a leitura deste livro permite que os leigos compreendam o que se está
a tentar descobrir e porque é que se estão a fazer determinadas experiências e
não outras.
É um
livro sobre o dia-a-dia e o futuro da Física contemporânea, cuja leitura se
recomenda para uma melhor cidadania.
António
Piedade
1 comentário:
Falhámos: na política, na economia, na física e... na escola. Ou será que falhámos em todas porque falhámos na escola? Ou falhou alguma coisa ou muitas coisas antes da escola? É (principalmente) a sociedade que faz a escola ou é a escola que (fundamentalmente) faz a sociedade?
Ou o falhanço é aparente e, de forma mais ou menos extraordinária, havemos de (brilhantemente) nos redimir? Quem nos salva?
Salvamo-nos?
Bom é pensarmos que, corra melhor ou pior, pela nossa mão não nos havemos de... suprimir.
Mais vale optar pelo optimismo.
Com mais ou menos esforço...
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