quarta-feira, 17 de outubro de 2012
O "Público," Relvas e Passos
Texto recebido do nosso leitor Augusto Kuettner de Magalhães:
Para além do que possa ter acontecido entre Relvas e Passos e vice-versa, em negócios e ligações, (por alguma razão muitos diziam, quando se estava a formar este Governo, que não deveria incluir Relvas), o "Público", nesta segunda abordagem à temática Relvas, parece não estar a ter medo de avançar, como aconteceu no primeiro caso Relvas.
Nesse primeiro caso o jornal perdeu uma excelente jornalista, tendo recuado em toda a linha. Se iniciou o caso, nunca deveria ter deixado cair a jornalista e a seguir parar. Lembro que, quando da formação deste governo, Marcelo Rebelo de Sousa disse - muito justificadamente, como se está a ver - que Relvas era um erro de casting. Hoje, neste país, todos, talvez com exceção de algumas pessoas do governo, darão toda a razão ao Prof. Marcelo. Apesar disso, Relvas parece que está lá de pedra e cal. Tal como outros ministros que, embora por outras razões, já lá não deveriam estar.
Claro que se podem apontar os males do presente a erros de governos - tantos, todos!!! - do passado. Mas os erros do passado, que não são só de Sócrates mas também de todos os governos dos últimos 25 anos, não justificam que se insista em errar. Pode-se insistir na teimosia do "quero, posso e fico". Mas com que consequências?
Relvas é um daqueles ministros que, por muito que se esforce, "não passa" no exame da maioria dos portugueses. E como o governo ainda é "coisa pública", talvez fosse bom o próprio demitir-se, deixar de ser alvo de atenções, a bem deste país que está a caminho do precipício, e cujo governo deveria ter mais unidade, mais humildade e mais descomprometimento com o passado.
A história falará mais alto. Mas, lida hoje, muitos ficam mal no retrato. E não é insistindo no aparecimento de Relvas que esse retrato melhora, antes pelo contrário. Deveria sair, por sua vontade, quem o país julga a mais.
E o "Público", mesmo num tempo em que passa por dificuldades internas, deveria levar o tema até ao fim. Ou então não lhe tivesse pegado.
Augusto Küttner de Magalhães
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4 comentários:
Com relação a este post gostaria apenas de extrair da atenção ao professor Marcelo Rebelo de Sousa, onde a inteligência de primeira grandeza é maestria. Explico. Pois da oportunidade em assistí-lo: comentar, argumentar, justificar e planear a respeito de acções, em supra responsabilidade a primeiríssima urgência fora relação avaliada de acertos, pois exigem mais que aproximacção, a clareza é decisão.
Nunca gostei do Relvas, fiquem muito decepcionado por ele ter qualquer responsabilidade governativa.
Mas hoje, ele funciona como um bode expiatório, onde se parecem encerrar todos os males do país. Dizer mal do Relvas é uma espécie de elixir que serve para qualquer maleita ou indisposição. E fica sempre bem, dá sempre uma ar elegante, mesmo ao mais infame.
Nunca gostei do Relvas, fiquem muito decepcionado por ele ter qualquer responsabilidade governativa.
Mas convenhamos, o que é demais cheira mal.
Reparei agora que disse duas vezes que não gostava do Relvas, também é demais. Já agora também não gosto do Passos Coelho nem do José Seguro (nem do meu vizinho de cima, este é mais por causa do barulho, nem é para aqui chamado).
Também não gosto do Sócrates, aliás, curiosamente acho Sócrates bastante parecido com o Relvas, ambos me fazem lembrar vendedores ambulantes (daqueles que oferecem tudo por quase nada). Estas pessoas fazem-me medo (acho que é irracional).
Como sou um pouco embirrento, tenho de confessar que também não gosto do Marcelo Rebelo de Sousa é mesmo como diz a comentadora Cláudia da Silva Tomazi "... assistí-lo: comentar, argumentar, justificar e planear a respeito de acções, em supra responsabilidade a primeiríssima urgência fora relação avaliada de acertos, pois exigem mais que aproximacção, a clareza é decisão", pois o Marcelo é como se tivesse atento a tudo e a par de qualquer coisa, irrita aquela impressão com que se fica de que ele tem sempre razão. Aí ficamos a pensar, mas este é que devia ser o primeiro ministro, mas não, ser comentador deve ser mais fácil e talvez se ganhe melhor, e sempre tem a vantagem de não ter um país inteiro a odiá-lo com frenesim e paixão.
Concordo com o Sr. Augusto Küttner de Magalhães, O Relvas não passa no exame da maioria do portugueses. Pois e para além dele, também o governo não passa, o Cavaco também não, muito menos a oposição, na verdade nestes tempos conturbados não há quem passe. O que era mesmo bom, era cada um de nós ter uma máquina do tempo, e cada um livremente poder andar uns anitos para trás (os que apetecesse a cada), isso sim é que fazia falta.
Já com os males do Público posso eu bem, não vou sentir falta nenhuma (isto é mentira claro que vou sentir um bocadinho a falta deles), talvez devesse ter sido um pouco mais bem gerido, espero que ainda consigam fazer um último esforço, sem se transformarem numa espécie de Correio da Manhã, é que já basta um (tenho quase a certeza que isto não foi culpa do Relvas, nem do Sócrates, nem do Passos, nem do Cavaco).
Começo por dizer que considero a situação eticamente reprovável e se isto ocorre-se num país do norte da Europa o sr. muito provavelmente nem tinha carreira política.
Dito isto, o caso Relvas não me espanta e deveria ser objecto de análise mais profunda por parte de quem critica, porque me parece que o faz por um de dois motivos, desconhecimento do que se passa na educação/formação e/ou porque não gosta do homem, partido...
1- Temos o programa maiores de 23 para ingressar nas Universidades, o que é isto?
2- Temos pessoal a ir "fazer" mestrados a Espanha em 3 ou 4 meses, o que é isto?
3- Temos formação nas novas oportunidades, ou programas semelhantes, por exemplo já houve um que teve a duração de 16 meses, os formandos recebiam o salário mínimo e entravam com o 4º ano e saíam com o 9º ano, o que é isto?
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