Faz hoje precisamente 395 anos que Galileu recebe o seu primeiro aviso formal da Igreja Católica; da voz do Cardeal Belarmino, o génio Renascentista é "aconselhado" a abandonar o ensino e divulgação das ideias heliocêntricas de Copérnico. E o resto é conhecido! As suas publicações são banidas, mas a audácia e coragem de um já na altura conhecido e enorme editor holandês de seu nome Louis Elzevir, que retira às escondidas da Igreja a obra de Galileu com a ajuda e conhecimento do próprio, fazem com que a palavra de Galileu chegue a toda a Europa...
Louis Elzevir, mais um herói completamente desconhecido mas fundamental da História da Ciência.
3 comentários:
Era importante que o blog primasse mais pela verdade histórica! Inicialmente Galileu e a sua obra foram bem acolhidos e festejados por eminantes eclesiásticos. O pe. Clavius e alguns astrônomos jesuítas, e de outras ordens, confirmaram as suas descobertas, bem como o Papa V concedeu-lhe uma longa audiência no Colégio Romano.
O que se pediu a galileu foi que encarasse o sistema copernicano como um modelo teórico e não verdade absoluta. E é precisamente o que era na época, até ser comprovada em 1851.
Galileu não é vitima dos seus estudos e antes da sua teimosia.
Personalidade esta, que transitou na adversidade até; contida sob aspecto da rigidez do meio. Elevado era ao compromisso e nem deixara-se contaminar (ofuscar) exactamente de sentido diga-se, correcto.
Qualquer plenitude advinda, seria de bondade e serenidade, através da ciência.
Note-se nesta esfera de conhecimento o elevado aspecto a sensibilidade pela conquista da afirmação, haja vista facilitar a compreensão é verdadeiramente em acto de coragem.
Sublinho com firmeza o comentário do anónimo anterior.
Creio que está mais do que na altura de se começar a colocar os mitos à prova e de se investigar e relatar a realidade como ela efectivamente é. Afinal de contas, enquanto cientistas, devemos primar por isso, certo? ;-)
Embora se trate de uma das questões mais polémicas da actualidade (e dos últimos séculos), a versão popular do incidente tende a perpetuar o mito e a silenciar a verdade, coisa que, na minha modesta opinião, a qual tento que seja o mais imparcial possível, apesar de evidentemente não abonar nada a favor da religião, também de modo algum favorece a ciência. Isto porque quando, de forma insistente, por vezes fanática e frequentemente desonesta e motivada por determinadas agendas ideológicas, se tenta criar inimigos colocando em causa a legitimidade dos mesmos com base em argumentos patente e comprovadamente falsos, distorcendo os factos ao ponto de se inventar uma versão da história diametralmente oposta a eles, a credibilidade cai por terra, assim como qualquer pretensão de autoridade e de racionalidade. Sim, estas são tentações intrínsecas do ser humano (e um cientista é, para todos os efeitos, e antes de mais nada, um humano, não obstante alguns o queiram retratar como uma máquina), mas a objectividade científica não se coaduna com tal enviesamento.
O seguinte link apresenta um relato isento (adjectivação com que há-de ser fácil concordar, pois as credenciais e as opiniões pessoais do autor tornam-no insuspeito; aproveitando a oportunidade, há ainda a assinalar que esta é apenas uma de entre inúmeras contribuições que este autor realizou na comunidade Quora neste domínio):
http://www.quora.com/What-is-the-most-misunderstood-historical-event/answer/Tim-ONeill-1
Posto isto, propunha que o De Rerum Natura revisitasse este tema e ajudasse a divulgar o consenso (essencialmente unânime) que os historiadores possuem sobre este assunto em particular, e igualmente sobre a atitude da Igreja Católica perante a ciência bem como a influência histórica que aquela teve no desenvolvimento desta em geral. Façam-no pela ciência.
Enviar um comentário