segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Por favor, tenham juízo!


Se Portugal falhar, falhamos todos. Não é só José Sócrates e o seu governo. Falhamos todos, os dez milhões de Portugueses.

Não percebo esta ideia do "quanto pior melhor", esta "partidarite" cega, verdadeiramente estúpida e infantil que usa a palavra "ELES" como se não estivéssemos todos no mesmo barco. Se isto afundar, afundamos todos. Não interessa de quem é a culpa próxima. Porque visto bem, a culpa é de todos nós.

Não é só do governo nem de José Sócrates.

Sim, José Sócrates e o seu governo anunciaram ilusões e mentiram. Mas a maioria dos Portugueses comprou essa ilusão e aceitou a mentira. E não podem dizer que não foram avisados. Muitos avisaram. Só nas ultimas eleições, por exemplo, Manuela Ferreira Leite fartou-se de avisar, usou o slogan "Política de Verdade". A maioria não quis saber. Votou no mal menor, votou naquele que falava melhor, naquele que se vestia melhor e tinha melhor "marketing". José Sócrates voltou a ganhar e quase com maioria absoluta.

Portugal tem de resistir. Não pode falhar. Agora não!

Somos bombardeados por notícias que ameaçam diariamente com o FEE e com o FMI. Há sempre alguém que diz isto e aquilo, faz relay de coisas tiradas do contexto ou sem o devido cuidado, sem atender aos verdadeiros objectivos dessas notícias e opiniões. Se o FEE ou o FMI entrarem em Portugal, isso quer dizer que PORTUGAL, ou seja NÓS, FALHOU. Não são ELES os socialistas, ou José Sócrates, ou o Governo. Somos NÓS, os PORTUGUESES, PORTUGAL.

Perder a credibilidade é um caminho de um só sentido.

Agora é altura de cerrar fileiras pelo país. Não é por José Sócrates ou pelo Governo. Esses já morreram, vivem com um orçamento que é uma farsa, e não têm actividade. Basta querer ver. Mas pelo país que somos todos nós.

É preciso fazer as coisas com responsabilidade, pois, caso contrário, afundamos todos.

Tenham juízo, POR FAVOR.

14 comentários:

Anónimo disse...

CULPADOS!

Ao que chegou este país, que horror!
em que abismo caímos tão profundo,
nós que já dominámos meio mundo,
desfeiteando o próprio Adamastor!

Ao que chegou a pátria de Camões,
não nos dando ao respeito hoje e agora
nem dentro de fronteiras nem lá fora,
onde somos o riso das nações!

E diza o Poeta da Mensagem
que já vinha a caminho o V Império,
que não passou de lírica miragem!

Quando o pais um dia for julgado
perante um tribunal levado a sério,
quem é, meu Deus, que não será culpado?!

JOÃO DE CASTRO NUNES

Rui Baptista disse...

Caro Professor João de Castro Nunes: Muito apreciei os seus versos que põem em confronto um tempo de glória dos nossos antepassados, que deram novos mundos ao mundo, com uma época actual "de apagada e vil tristeza"!

Anónimo disse...

Para o Dr. Rui Baptista, em comunhão de espírito:

INVERSÃO DE MARCHA

Vai depender de nós sairmos desta,
desta apagada e vil situação
em que por culpa nossa manifesta
nos deixámos cair... por omissão!

Não soubemos pôr cobro ao que não presta
em toda a nossa má governação,
não quisemos salvar o que nos resta
do augusto património da nação!

Vai depender de nós unicamente
ultrapassar este inditoso estado
de bolsa rota e cofre esvaziado:

voltar a sermos um país decente,
pelas demais nações considerado,
vai depender tão-só da nossa mente!

JOÃO DE CASTRO NUNES

Luis Neves disse...

Quem falhou não foram os Portugueses , não fomos NÓS.
Quem falhou é quem governou e quem continua a governar este país, e que segue toda a cartilha que vem de Bruxelas e do BCE , fazendo todas as asneiras possiveis e não percebe no beco em que meteu o país.
A estratégia falhada de Portugal na Europa, e a falta de uma visão de futuro para o país , são a grande obra que os 3 grandes partidos portugueses PS , CDS, e PSD deixaram a esta nova geração de Portugueses como herança. E os jovens portugueses não têm opção; saiem das Universidades e das Escolas e só vêem como solução emigrar.

Não venham dizer-me que são todos responsáveis, que somos todos , isso só serve para apagar as culpas de quem dirigiu o nosso País.

As culpas são de quem teve o poder neste país. Não venham atribuir as culpas a quem não tem poder nenhum, e que vive no limiar da pobreza, e que vive com meros subsidios para fugir à pobreza.
Há responsáveis e nós sabemos quem eles são.
E o pior, é que eles continuam a mandar neste país.
E nós sabemos que eles não têm soluções nenhumas , nem sabem a quem recorrer para tirar o país da situação em que se encontra.
E a gente sabe que eles continuam lá, nos lugares de decisão, com o poder de tirar e taxar cada vez mais quem trabalha.

É pena que não haja uma responsabilização de quem faz opções politicas erradas que dão cabo das finanças do País.
É pena que quem governa o país possa sair dos cargos que ocupa daqui a um ano ou dois , e que não seja responsabilizado pelos erros que fez no seu mandato. Saiem e depois vêem com o mesmo tipo de discurso: Quem tem a culpa é quem foi governado

Luis Neves

Anónimo disse...

Acaso quem nos (des)governa não tem democraticamente o nosso voto de confiança? Quem o dá também o tira. Por que não faz? Tanto se peca por acção como por omissão. Somos ou não somos todos culpados, suportando a albarda que não a coragem de sacudir dos lombos?! JCN

Anónimo disse...

"As culpas são de quem teve o poder neste país."
Caro Luís: refere-se ao poder político ou ao poder económico e financeiro? Há que ser mais explícito pois da resposta depende a táctica a seguir...

Fartinho da Silva disse...

Assino por baixo o que escreveu Luis Neves.

Acrescento apenas que o regime morreu há muito, o cheiro a regime em putrefacção é intenso e andamos quase todos com máscara e evitamos a todo o custo mexer na coisa...

JCC disse...

Tenho opinião diferente: quando uma solução não resulta, há que adoptar uma abordagem diametralmente oposta. Cá para mim, tudo começou quando alguns quiseram fazer de Portugal "o bom aluno" da CEE. Talvez por ser professor, sempre desconfiei do "bom aluno". Prefiro os alunos contestatários, aqueles que pensam com as próprias cabeças e não receiam discordar de mim. Agora que a situação nacional atingiu o ponto de ruptura, há que a assumir com coragem e abandonar as teorias que nos conduziram ao ponto em que estamos. Não é de hoje que me incomoda a destruição da indústria, da agricultura, das pescas, pelos mesmos que agora vêm defender a vocação marítima de Portugal: em 1994 registei o meu descontentamento nestes "versos":
http://jose-catarino.blogspot.com/2010/05/vacas-gordas-vacas-magras.html

Anónimo disse...

Em termos democráticos, meu caro senhor, a maioria corresponde à totalidade. É a ditadura do número, em que embarcamos todos, queiramos ou não. Manda quem tem mais armas! JCN

Anónimo disse...

Não gostava de entrar neste barco, certamente, nunca houve espaço para falhar, mas agora, os custos, terão outra dimensão:

http://ooutroladodapercepcao.blogspot.com/2010/12/o-outro-lado-do-natal.html

Anónimo disse...

Não culpemos a União Europeia... pelos nossos próprios erros! JCN

Anónimo disse...

Este blogue já não tem nada de ciência ! Assim não vai longe.

Anónimo disse...

Anónimo (11 Jan, 14:35):

A política não é uma ciência que justifica a existência de politólogos e estudos universitários? E o homem, como nos legou Aristóteles, não é um animal político? Qual o espanto, portanto?

Anónimo disse...

Vinte valores: "nemine discrepante"! JCN

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Por Isaltina Martins e Maria Helena Damião   Cristiana Gaspar, Professora de História no sistema de ensino público e doutoranda em educação,...