terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Lhasa de Sela

Lhasa de Sela, a jovem cantora que usava várias línguas e de quem se disse "não estar interessada no estrelato, na fama ou no dinheiro", "parcendo que cantava apenas por imperativo de consciência", morreu.



Sobre ela escreveu João Bonifácio:

"Desde a primeira vez que a sua voz se ouviu em disco que Lhasa surgiu aos melómanos como um ser vindo de outro mundo. Do seu álbum de estreia, La Llorona, composto a meias com o magnífico músico Yves Desroisiers, constavam apenas baladas cambaleantes, que versavam mitos pagãos mexicanos, amores de faca e alguidar, o sangue, a morte e as cartas que trazem a fortuna e a desgraça e nos traçam o destino (...)

Filha de pai mexicano e mãe americana-judia-libanesa, Lhasa não cresceu como a maior parte das raparigas. Os seus pais eram nómadas, e ela passou os primeiros anos de vida com eles e os irmãos on the road entre os Estados Unidos e o México. Todas as noites, em vez de ver televisão, os irmãos faziam um teatrinho ou cantavam. Isto marcou-a ao ponto de após a digressão de La Llorona se ter juntado a um circo em França.

A sua história de vida valeu-lhe o epíteto cantora nómada, mas quem teve oportunidade de privar com ela tem a impressão de o nomadismo não se dever a uma qualquer mania aventureira, antes a uma irrequietude natural e à incapacidade de conviver com a indústria musical".

Deixamos o leitor com Com toda palabra de Lhasa.

1 comentário:

MM disse...

agradeço tê-la ouvido. paz ao seu espírito.

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