domingo, 29 de novembro de 2009

PORTUGUESES E EXTRATERRESTRES

Informação recebida da editora Planeta:

No âmbito de um a investigação levada a cabo no CTEC, da Universidade Fernando Pessoa, acaba de ser editada a antologia “De Outros Mundos. Portugueses e Extraterrestres no século XX”,uma visão multidisciplinar que, pela primeira vez, trata do ponto de vista científico esta controversa matéria, numa revisão das crenças, leituras e interpetações das experiências insólitas alegadas por cidadãos portugueses ao longo do século XX.

São 19 trabalhos de 23 investigadores oriundos de várias universidades portuguesas e que legitimam assim uma abordagem única, pioneira, de um tema recuperado da marginalidade académica para o qual havia sido relegado. Mas, como disse Niels Bohr, Nobel da Física, “não há temas idignos de Ciências, mas métodos indignos dela”.

Da Apresentação do volume:

“Textos inéditos e fundamentais sobre “De Outros Mundos…”

Ao longo do século XX, milhares de portugueses confrontaram-se com o inesperado e o desconhecido, vindos de algures. Cerca de 800 “encontros” súbitos, por vezes traumáticos, com “luzes” e objectos voadores vindos de algures, mas também com seres insólitos, estranhos, aparentemente pouco humanos...

Dos arquivos do CTEC – Centro Transdisciplinar de Estudos da Consciência, da Universidade Fernando Pessoa, revela-se finalmente um retrato de “corpo inteiro” do ideário extraterrestre, tal como foi sendo vivido entre nós, as suas experiências incríveis e as visões celestes” protagonizadas por cidadãos comuns.

Um estudo único participado por experimentados investigadores e teóricos nacionais que se juntaram num projecto singular. Da antropologia à física, passando pela psicologia e a religião, variadas são as propostas de leitura e interpretação destas caprichosas “observações” e dos eventuais agentes que as provocam.

Esta antologia, a primeira no seu género, em língua portuguesa, elaborada por uma vasta equipa de académicos nacionais, propõe-nos uma digressão por “outros mundos” que se atravessaram, subitamente, no quotidiano normal de pessoas normais. Uma visita guiada pela mão de especialistas, de diferentes disciplinas aos conceitos, ideias e imagens geradas em Portugal durante um século.

De onde procedem estas “aparições” de fenómenos extraordinários que, durante décadas, espantaram e muitas vezes confundiram cidadãos de todas a idades e condições sociais em toda a geografia do território nacional? Um grande inquérito a um verdadeiro “mito” vivo: a ideia do Outro além de nós. Que origens, que evolução, que modelos foi revelando esse imaginário ET como parte integrante da nossa cultura contemporânea?

Sobre o coordenador do volume:

Joaquim Fernandes - professor na Universidade Fernando Pessoa e co-fundador do Centro Transdisciplinar de Estudos da Consciência (CTEC). É licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, e mestre em História Moderna. Doutorou-se em História, com a tese “O Imaginário Extraterrestre na Cultura Portuguesa – do fim da Modernidade até meados do século XIX”, a primeira no seu género a ser apresentada numa universidade portuguesa e europeia. Autor de várias obras de investigação histórica, é co-editor da revista anual Cons-Ciências, e publica na Imprensa diária centenas de artigos referentes à Cultura Científica, tendo coordenado em 2008, a série televisiva “Encontros Imediatos” para a RTP 2, a primeira realizada no nosso país sobre a Cultura ET”.

3 comentários:

Anónimo disse...

SOBRE CULTURA ET,,

Nesta perspectiva, da possibilidade emergente de uma nova era, os símbolos míticos e arquétipos comuns entre culturas e civilizações de Jung, serão a memória permanente de Lashley e Popper? Estarão situados no córtex cerebral? Irão manifestar-se na cibercultura política?
Perspectivando a razão axiológica, da imaginação e da inteligência emocional, Jung diz-nos como a humanidade tem avançado numa rápida unidade simbólica (Maltez, 2002). De facto, no domínio das ciências cognitivas as informações parecem ser transmitidas, ocasionalmente, por meios que ultrapassam o mundo da percepção sensorial, do espaço e tempo, nas culturas, nos seres humanos, nos povos primitivos, nas sociedades modernas e mesmos nas disciplinas científicas (Laszlo, 1997). Deste modo, nas ciências cognitivas torna-se pertinente o estudo dos canais de comunicação, nomeadamente a cibernética e a telemática do ponto de vista da cultura política, entre o cérebro e o mundo, canais que poderiam conduzir a outros cérebros ou mesmos a outras culturas (Laszlo, 1997).

ABÇ,

Madalena

Anónimo disse...

Vi alguns programas da série "Encontros imediatos" na 2 e as investigações mostradas deixavam muito a desejar. Além de se basearem quase em exclusivo em testemunhos pessoais, nunca se mostrava uma abordagem mais céptica (pelo menos nos poucos episódios que vi).

Anónimo disse...

Finalmente, a comunidade universitária nacional gera uma abordagem "desmistificadora" do tema OVNI/ET, analisado em diversas vertentes humanas e sociais. Sem compromissos nem apriori, pelo que se percebe. Um exercício, difícil e ousado, de análise multidisciplinar, que deve ser saudado.
Como disse Niles Bohr, "não há temas indignos de Ciência, mas métodos indignos dela".
Por outro lado, é fácil entender e justificar a tónica dada à série "Encontros Imediatos", que passou na RTP2: boa parte dos casos documentados ocorreram há bastantes anos; donde, não se esperaria que fosse viável uma análise física, retroactiva, a eventuais evidências... Por isso mesmo, a avaliação do testemunho humano acaba por revelar-se válida e operativa na descodificação dos fundamentos cognitivos do modo como acedemos às informações externas e de que maneira configuramos as nossas crenças. O tema OVNI/ET assume todas as características de um "mito vivo", organizado em função das coerências internas do observador e das suas condições culturais no tempo e no espaço. Para toda esta complexidade é de facto necessário implicar o cepticismo metodológico, de facto, usando-o com os critérios da "navalha de Ocam", mas sem o transformar em cutelo que acabe por castrar uma eventual via de desenvolvimento dos saberes.

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