Daniel Barenboim, o grande maestro e pianista, com cidadania israelita e palestiniana, que idealizou e concretizou com o palestiniano Edward Said, a Orquestra West-Eastern Divan que integra jovens músicos israelitas, palestinianos, sírios, jordanos, egípcios e libaneses, esteve recentemente em Portugual na Fundação Caluste Gulbenkian e ali deu uma entrevista ao jornal Público. Dessa entrevista destaco a seguinte passagem pela relação que estabece entre várias áreas do saber.
"Escreveu que Furtwängler dirigia os ensaios como um filosófo e os concertos como um poeta. Este princípio também é válido para si?
Tento. Mas acho que temos de ensaiar como cientistas e não como filósofos. Devemos observar as coisas como num laboratório: esta nota tem de ser mais curta, esta passagem tem de ser mais forte, etc. Mas não podemos tocar ou dirigir num concerto dessa forma. Tem de haver uma compreensão natural.
Faz trabalho analítico antes de interpretar uma obra, mas por outro lado fala muito de liberdade na interpretação. Como se conciliam as duas vertentes?
Há uma grande diferença entre liberdade e anarquia. Liberdade é também o resultado do pensamento e da necessidade de fazer isto ou aquilo para expressar determinada coisa. Não é o mesmo que dizer: "Não quero saber, sinto assim e vou fazer assim."
A verdadeira liberdade vem da disciplina?
Absolutamente. Quanto mais soubermos sobre uma coisa, mais podemos voar."
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
O corpo e a mente
Por A. Galopim de Carvalho Eu não quero acreditar que sou velho, mas o espelho, todas as manhãs, diz-me que sim. Quando dou uma aula, ai...
-
Perguntaram-me da revista Visão Júnior: "Porque é que o lume é azul? Gostava mesmo de saber porque, quando a minha mãe está a cozinh...
-
Usa-se muitas vezes a expressão «argumento de autoridade» como sinónimo de «mau argumento de autoridade». Todavia, nem todos os argumentos d...
-
Cap. 43 do livro "Bibliotecas. Uma maratona de pessoas e livros", de Abílio Guimarães, publicado pela Entrefolhos , que vou apr...
2 comentários:
Sem dúvida!
Sobre a existência da liberdade ou vítima da ilusão da mesma:
"Para Habermas, a comunicação está no cerne do vínculo social (Lucien, 1991). Em paradoxo, Jacques Ellul (Lucien, 1991) explicita que o “Homem-político” é vítima de ilusões
de liberdade e através da técnica, auto-simboliza-se. À semelhança, o Estado, a nação e a soberania são construções teóricas ou modelos mentais, são selecções de uma complexa paisagem (Maltez, 2002:232).
Marcuse “visualiza” a super repressão que a humanidade vivência (derivada na escassez dos bens de consumo da sociedade de consumo) na manifestação da contra cultura (Sarmento, 2008).
Em matéria de poder político temos muito pouca liberdade.
Cumpts,
Madalena Madeira
Enviar um comentário