Regressa o humor científico de David Marçal, tal como apareceu no "Inimigo Público":
Segundo os criacionistas Darwin não propôs a teoria da evolução, apenas tomava notas para não se perder.
De acordo com a nova corrente criacionista, a famosa árvore da vida de Darwin não representa as relações evolutivas entre as espécies, que descendem umas das outras a partir de um antepassado comum, mas sim a dificuldade do cientista em memorizar caminhos. São apenas notas com cruzamentos e bifurcações, desde a sua casa até à dos sogros, à do capitão Fitzroy e ao porto onde está ancorado o Beagle. Também a maternidade (já que Darwin teve dez filhos) era um ponto importante.
Em cima, página do bloco de notas de Darwin rabiscada em 1837, que segundo os evolucionistas representa o conceito de evolução das espécies a partir de um antepassado comum.
Em cima, interpretação criacionista da árvore da vida de Darwin. A base do tronco não é a origem da vida (o antepassado comum), mas sim a origem das caminhadas de Darwin (a sua própria casa).
David Marçal
terça-feira, 28 de outubro de 2008
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8 comentários:
O Ludwig Krippahl, evolucionista convicto, chegou a auto-descrever-se como um "macaco tagarela" talvez para desse modo convencer os criacionistas.
No entanto, os criacionistas perguntam. Se o Ludwig é realmente um macaco tagarela podemos confiar nas suas convicções e tagarelices.
Curiosamente, antes dos criacionistas já Charles Darwin havia colocado o mesmo problema, provavelmente suspeitando do absurdo das suas implicações.
Nas suas palavras:
"Would any one trust in the convictions of a monkey's mind, if there are any convictions in such a mind?"
Sobre a árvore evolutiva da vida, os criacionistas dizem apenas que nunca ninguém a viu.
Apenas conseguimos ver diferentes espécies, que são contemporâneas entre si, e vestígios de espécies extintas.
A árvore evolutiva da vida é uma árvore com galhos, mas sem tronco e sem ramos.
Também não se lhe conhecem as raizes, já que existe uma explosão de vida nas rochas câmbricas, sem quaisquer antecedentes evolutivos plausíveis.
A árvore evolutiva da vida é uma construção intelectual que só funciona se primeiro se pressuposer a evolução.
Ela assenta num raciocínio circular. Ela dá como demonstrado o que é preciso demonstrar.
Carolus Linneaus conseguiu uma ordenação das espécies sem recorrer à teoria da evolução. Bastou-lhe postular a criação.
As diferentes espécies podem ser classificadas com base em postulados criacionistas.
A árvore evolutiva da vida pressupõe um ancestral comum.
Carolus Linneaus pressupôs um Criador comum.
O ancestral comum não foi visto por ninguém.
Diferentemente, o Criador comum, a sua vida, os seus milagres, a sua morte e ressurreição foram efectivamente observados e relatados com precisão histórica.
Os criacionistas, começando com a Bíblia, podem estudar os diferentes géneros e a incrível variedade genética existente dentro deles.
A evidência molecular das proteínas e do DNA pode ser utilizada para compreender as relações entre os géneros criados.
No entanto, ela não pode ser usada para explicar como é que uma espécie menos complexa se transformou noutra totalmente diferente e mais complexa, porque essa mudança nunca aconteceu.
Acresce que a árvore evolutiva da vida é inconsistente com os factos observáveis.
As espécies são distintas e plenamente funcionais hoje e no registo fóssil.
Não existe evidência de evolução gradual no registo fóssil. Este mostra sempre surgimento abrupto e stasis, em termos totalmente consistentes com o modelo criacionista.
Não existe qualquer evidência de que uma espécie menos complexa possa evoluir para outra mais complexa.
Note-se que o modelo criacionista não desconhece o surgimento de variedade dentro dos diferentes géneros e subsequente selecção natural.
Apenas afirma que nenhum desses fenómenos propicia os necessários incrementos do "pool genético", exigidos ela teoria da evolução, capazes de codificar de novas estruturas e funções.
Daí que eles não tenham nada que ver com a hipotética evolução de partículas em pessoas.
Pelo contrário, o surgimento de variedade dentro de géneros e a selecção natural tendem a especializar e a reduzir a quantidade e a qualidade da informação genética disponível.
Quando tentam reconstruir o passado, os cientistas recorrem a muitas pressuposições indemonstradas.
A árvore evolutiva da vida baseia-se em muitas dessas pressuposições, havendo além disso muitas divergências entre evolucionistas acerca da sua estrutura.
As espécies existem. A especiação e a seleção natural também.
A árvore evolutiva da vida é que só existe na imaginação dos evolucionistas.
A árvore da vida não é um facto observado.
Ela é uma interpretação naturalista e evolucionista dos factos observados.
Os criacionistas não rejeitam os factos observados.
Apenas rejeitam a interpretação evolutiva que lhes é dada, porque acham que a sua interpretação faz mais sentido quando aplicada aos mesmos factos.
Receita para fazer uma Francesinha aceitável
Molho:
* 1 cerveja
* 1 caldo de carne
* 2 folhas de louro
* 1 colher de sopa de margarina
* 1 cálice de brandy ou vinho do porto
* 1 colher de sopa de farinha maizena
* 2 colheres de sopa de polpa de tomate
* 1 dl de leite
* piripiri q.b.
Francesinha:
* 2 fatias de pão de forma
* fiambre qb
* queijo qb
* salsichas qb
* linguiça qb
* carne assada ou bife qb
Preparação:
Molho:
Dissolver bem a maizena com o leite e juntar os restantes ingredientes. Com a varinha mágica triturar, levar ao lume até ferver e engrossar um pouco mexendo para não pegar no fundo.
Francesinhas:
Aqueça as fatias de pão de forma. Frite os bifes de ambos os lados na restante margarina.
Tempere com uma pitada de sal e coloque cada bife sobre uma fatia de pão de forma. Por cima, disponha uma fatia de fiambre e outra de queijo. Cubra com a outra fatia de pão e leve ao formo até o queijo estar derretido. Sirva as francesinhas regadas com o molho bem quente.
Ska a tua resposta, a tudo o que foi dito, é genial. A humor de David Marçal, não fica atrás. Os devaneios de "perspectiva" são isso mesmo.
Se não incomodo, vou repetir aqui o comentário que deixei num anterior post :
Vamos lá ver se percebo. Para haver Criação é necessário haver um Criador. Pelo menos um, certo?
Por que razão os adeptos do criacionismo não deixam aqui uma prova irrefutável da existência de um Criador ? Pelo menos de um Criador. E uma só prova chega. Não é pedir muito.
Aliás, a possibilidade de existência de mais do que um Criador constitui uma hipótese de trabalho estimulante. Os vários criadores podiam até competir entre si.
Uns, do género sensato, estariam ocupados a criar gente inteligente, bondosa e educada, destinada a divulgar o criacionismo.
Outros, do género gozão, estariam ocupados a criar gente estúpida, malcriada e autista, destinada a inventar parlapatices como o darwinismo e outras aldrabices da Ciência, só para pôr à prova a fé dos criacionistas.
Parece-me que podíamos explorar esta hipótese.
SO comentário do SKA está engraçado, embora pareça que foi a cópia deste comentário anteriormente feito aqui, e esse sim, com mais sentido e humor, visto que o comentário do Perspectiva estava completamente deslocado nesse post similarmente à receita de culinária (que goza com o Perspectiva).
Neste post, o comentário do Perspectiva não esta descontextualizado, está é uma porcaria, como é habitual.
Parece-me que houve uma cópia da piada mas menos bem conseguida, pois para isso, este post deveria falar de algo totalmente desligado da evolução.
Nunca niguém viu aquele filme antigo com o Spencer Tracy em que num tribunal dos EUA se debate criacionismo vs evolucionismo e no fim ele junta a Teoria das Espécies com a Bíblia e sai muito mais satisfeito? Será que tem de haver polémica só por haver? Porque não acreditar em Deus criador do Big Bang ou do que quer que seja que tenha acontecido antes disso e na evolução do universo e da vida a partir daí de modos inesperados e iterativos? Se até nós, no nosso tempo de vida tão curto, vemos os filhos que criamos evoluirem para algo que não esperaríamos ver surgir da mini-pessoa que se pariu, que dizer de tudo o resto, num tempo muito maior? Dizer que criacionismo e evolucionismo se opõem terminantemente faz-me lembrar quando eu era miúda e perguntava aos meus pais, "se Jesus Cristo queria dividir os bens entre todas as pessoas consoante as necessidades e os comunistas querem dividir as coisas entre todos igualmente, porque raio não são os comunistas cristãos e os cristãos comunistas?", ou seja, pura e simplesmente não percebo porque hão-de ser certas coisas tão complicadas por terceiros, se na sua natureza não o são necessariamente...
Minha cara Luísa, fossem as coisas simples, e não estaríamos aqui a debatê-las :).
Haverá sempre gente insatisfeita. Cépticos. Curiosos.
E haverá sempre idiotas. Dos mais puros. Ver "perspectiva" para exemplo extremo.
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